Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sexta-feira, abril 08, 2011

Ainda sobre a Diplomacia Económica Externa e a Internacionalização Económica do País

1. Enquadramento de Portugal na Europa como país Atlântico


Portugal é um país bem enquadrado na Europa e no Mundo, aberto ao exterior e não apenas fechado sobre si próprio.


Portugal entrou na EFTA em 1960 e depois na Comunidade Europeia a partir de 1986. O percurso desde 1960 até 1986 foi diferente do que ocorreu a partir da entrada na CEE o que teve naturalmente influência na performance económica do país.


Enquanto que a partir do momento em que entrámos na EFTA o país evidenciou um maior crescimento do comércio com os demais países membros, a partir da entrada na CEE surgiram novos factores que influenciaram o nosso crescimento, com consequências particularmente significativas a nível económico, como a entrada no mercado único, a liberalização do comércio, a união aduaneira e monetária e ainda a abertura e fortalecimento das relações com Espanha, que se tornou, em poucos anos, o nosso principal parceiro comercial.


Portugal tem ainda fortes laços culturais com os países que integram a Comunidade de Língua Portuguesa - CPLP e tem tentado ao longo dos anos transformar esses laços numa maior cooperação política e económica com os vários países que a constituem, sendo de destacar pela importância e peso da actual presença portuguesa, os mercados do Brasil, Angola e Moçambique.


A política externa de Portugal tem-se pautado pela manutenção de um relacionamento estreito com os países do Atlântico Norte, principalmente com os EUA, em grande medida fruto da nossa presença na NATO. Porém acredito que esta relação está longe do seu potencial e tem sido insuficiente e não explora todo o potencial que temos como país de “tradições” atlânticas.


Na Europa, Portugal, que é uma economia de pequena dimensão, tem desenvolvido grandes esforços no sentido da convergência económica com os países da União. Porém sem sucesso uma vez que a crise internacional que se desencadeou em 2007, com impacto a nível mundial, veio alterar todas as metas definidas e adiar a possibilidade de uma maior aproximação de Portugal aos países do espaço europeu.


2. Principais parceiros comerciais


A Europa é indiscutivelmente o nosso principal mercado.


No seu conjunto, em 2009, a UE representou 74,2% e 78,0% das exportações e das importações portuguesas, respectivamente. Consequentemente, os principais clientes de Portugal são parceiros da UE, destacando-se, neste ano, a Espanha (26,7%), a Alemanha (13,1%), a França (12,3%) e o Reino Unido (5,6%). Do mesmo modo, os fornecedores mais importantes foram a Espanha (32,4%), a Alemanha (12,7%), a França (8,7%) e a Itália (5,7%).


Países como Angola na 4ª posição, os EUA em 8º e o Brasil em 10º são os restantes parceiros mais importantes. A África Lusófona mantém-se como um importante parceiro para Portugal, sendo notório o aumento do interesse das empresas portuguesas por aqueles mercados.

Os PALOP viram o seu peso subir quase para o dobro enquanto clientes de Portugal no ano em que disponho de informações (foi de 4,6% em 2008 para 8,6% em 2009), o que corresponde a níveis significativos nas importações desses países, nomeadamente Angola onde Portugal assume a liderança como fornecedor. Nas importações de Portugal o peso dos PALOP é ainda pouco significativo mantendo-se abaixo do meio ponto percentual.

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