Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

terça-feira, setembro 14, 2010

Ano ( Co ) Lectivo


Agora que estamos no arranque do novo ano lectivo, relembro mais um apelo recente de Sua Execelência o Sr. Presidente da República ao pedir novamente a união dos Portugueses, derivando daqui a minha associação Lectivo / Colectivo.

Lectivo traduzir um conjunto de ensinamentos que serão transmitidos a dezenas de milhares de alunos . E um ensinamento poderia ser precisamente o de transmitir o que pode significar a palavra Colectivo.
Colectivo parece óbvio que implica que um conjunto de elementos tenha algo que os una e que seja a característica desse todo unido , ou seja do Colectivo.
Aqui é que “a porca torce o rabo” pois somos tão rápidos a defender o esforço colectivo como a iniciar a defesa dos nossos interesses pessoais dentro desse colectivo, pois ao contrário da pescada que antes de ser já o era, o colectivo depois de ser, nunca o foi.
É sempre a questão de saber quem joga de peito aberto e com vontade de se produzir algo em comum, acreditando que o todo é maior que a soma das partes ,versus o egoísmo inversamente proporcional aos recursos existentes. E nós estamos num tempo de vacas magras, quer dizer, uns estarão mais do que outros.
Não será fácil pois a união que o Presidente considera vital para o País enfrentar os tempos difíceis causados por uma hiper-prolongada estagnação económica.
A propósito do arranque do ano lectivo, ouvi alguém dizer que os Professores em vez de estarem preocupados com a sua estabilidade profissional, deveriam era pensar só no bem dos alunos.
Reparem como uma questão aparentemente tão simples, pode envolver problemas com alguma complexidade. Um professor que “saltite” de Distrito para Distrito ( nem sempre adjacentes ) ao longo de vários anos lectivos, tem mais dificuldade em encontrar um estabilidade que lhe permita focar-se naquilo que os alunos mais precisam de si.
É neste equilíbrio algo periclitante, que reside o segredo do progresso.
Só se progride com o trabalhar e o alcançar de benefícios. Se apenas uns alcançam esses benefícios, a frustração tomará conta dos outros que tenderão a perder as forças para lutar.
É pois importante que se entenda a importância do colectivo, se é que ele tem alguma importância, pois caso quase todos entendam que não tem importância, façam o favor aos ingénuos de lhes dizer que a sua luta é em vão.
Mas isso não dá muito jeito aos vencedores pois não ? É bom que haja alguém feio, para que outro seja o bonito. É bom que haja alguém fraco, para que o outro seja o forte, è bom que haja alguém parvo, para que o outro seja o esperto.
Dificil Sr. Presidente, é juntar os feios e os bonitos, os fracos e os fortes, os parvos e os espertos e dizer a todos, temos que ser unidos e trabalhar para o bem (Co)lectivo, se esse bem colectivo for usufruído apenas por alguns.
Eu cá continuo a acreditar no colectivo, não tão colectivo como antes idealizei mas num colectivo praticável, e vejo com bons olhos o crescimento desse colectivo, integrando pessoas de todas as idades e crenças que procurem o bem comum.

1 comentário:

Mário de Jesus disse...

Como disse Orson Welles (a quem já por mais do que uma vez fiz referência no FRES: "viver é a coisa mais difícil do mundo pois a maioria das pessoas apenas se limita a existir."

Isto é apenas o exemplo de uma ideia que reflecte o que hoje se vive na sociedade portuguesa.

Não vivemos o colectivo nem de forma colectiva.

Vivemos, isso sim e cada vez mais, de forma individual, isolada e egoísta.

Por isso é que faz cada vez mais sentido Grupos cívicos como o FRES.

Se por nada mais valesse a pena, sempre valeria pelo esforço colectivo de reflexão e pensamento que por vezes promovemos por aqui.