Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, setembro 29, 2010

PARTIDOS ( UNIDOS )

Sua Excelência o Presidente da República Cavaco Silva, recebeu ontem e vai receber hoje os representantes dos Partidos com Assento Parlamentar.
Estas reuniões com carácter de urgência foram motivadas por, em vésperas da apresentação do Orçamento de Estado para 2011, as posições assumidas pelos diversos Partidos indiciaram a possibilidade de o Orçamento não ser aprovado, podendo daí resultar uma crise política.
A não existência de um Orçamento aprovado e uma eventual crise política revelam-se ainda mais preocupantes numa altura em que Portugal, a nossa dívida externa e as nossas dificuldades de financiamento externo, são cada vez mais destacados a nível internacional.
Podemos recuar um pouco no tempo, ao momento das últimas eleições legislativas. Nelas, nenhum partido obteve uma maioria parlamentar. O Partido com mais votos foi convidado a formar Governo tendo decorrido conversas com outros Partidos, no sentido de obter apoio para uma eventual coligação que permitisse uma maioria parlamentar.
Tal não aconteceu, ou seja, do diálogo que houve entre o Partido com mais votos e os restantes partidos, não resultou nenhum acordo e ficou logo a ideia de que o Governo teria de contar sistematicamente e de acordo com cada política em causa, com o apoio alternado dos partidos da oposição.
Estas parecem ter sido as “regras” definidas no inicio da legislatura, competindo ao Governo governar e aos partidos da oposição propor medidas que achem correctas, opor-se às que não acham correctas e no limite, inviabilizar o actual Governo, promovendo as condições para que se constituam alternativas governativas.
Em qualquer das situações, o que Portugal precisa é de Governos que governem e de partidos da oposição, sejam eles quais forem, sempre responsáveis e colocando todos o interesse nacional no topo das suas preocupações.
Quando Cavaco Silva resolveu “escutar os Partidos”, a primeira preocupação que me saltou à orelha, foi precisamente essa; o Presidente vai escutar os “Partidos”. Partidos no sentido político, indiciam a tomada de posição por uma ou outra visão da vida política democrática, ou seja por um ou outro Partido.
No entanto Partido para mim, tem significado algo mais preocupante. Significa que eles estão partidos ( divididos ) nas ideias que têm de e para Portugal, resultando permanentes e desgastantes lutas entre os partidos. Ainda mais grave é o facto de cada Partido, por sua vez se encontrar Partido. Ou seja, dentro de cada Partido, as divisões são muitas e muitas vezes as posições assumidas pelas lideranças estão longe de representar os sentimentos e desejos dos seus militantes e apoiantes.
Na minha opinião Portugal não precisa de tantos Partidos partidos.
Melhor seria que em vez de Partidos se formassem Unidos. Ou seja, podemos continuar a tomar partido daquilo que entendermos, mas deveríamos também tomar cada vez mais partido por Portugal.
Portugal precisa dos Partidos ( Unidos ) e precisa que cada português contribua na medida das suas competências e capacidades para que tomemos em definitivo um rumo positivo, em que sejamos no médio prazo, capazes de eliminar um deficit crónico, que está a funcionar como uma espécie de cancro, que muitos até pretendem apresentar como um cancro benigno, mas é sem dúvida um cancro maligno, de que nos devemos livrar o mais rápido possível.
Temos sempre ouvido dizer que é necessário reduzir o décit. Se o deficit está em 5%, tem de se reduzir para 3%, Se está em 6%, tem de se reduzir para 3%, Se está em 7, 8 ou 9%, tem de se reduzir para 3%.
Por que raio temos sempre de reduzir o deficit para 3% e nunca ambicionamos reduzir para 0% ou atingir o superavit ?
A mim parece-me bastante castradora a ideia de viver eternamente em deficit.
Mas reconheço que enquanto todos estivermos Partidos ( em vez de Unidos ), não vai ser tarefa fácil.
O Economista João Salgueiro afirmou ontem que Portugal não pode perder mais um ano…, referindo-se à possibilidade de não aprovação do OE 2011.
E eu volto a questionar-me, Portugal terá perdido só um dos últimos anos nas últimas décadas?
O risco que corremos se os Partidos não se unirem mais interna e externamente, é só o de Portugal perder mais um ano ?
Temo bem que não, mas acredito sempre nos Homens e Mulheres de boa vontade e sei que vamos vencer os obstáculos, desejando que um dos nossos objectivos seja o Déficit Zero.

sexta-feira, setembro 24, 2010

Surf gets in your eyes


Aí estão as primeiras chuvas deste Outono. Para tristeza de uns e alegria de outros, o Verão deste ano chegou ao fim. Foi mais um ano em que tudo passou a correr, mas ficou-me na retina um acontecimento: a prova de surf que decorreu na Ilha de São Miguel nos Açores.

Pesquisando na net encontrei um artigo da revista visão sobre este assunto, do qual transcrevo o seguinte excerto:

“O Azores Islands Pro, uma das etapas do circuito mundial de qualificação de surf, o World Qualifying Series (WQS) vai já na segunda edição a terceira, a realizar em 2011, já está garantida e durante a segunda semana de agosto, entre os dias 10 e 15, esgotou a ilha de S. Miguel.

"Não há carros para alugar, os hotéis estão lotados e os restaurantes muito cheios", sublinha o responsável pela organização da prova, Rodrigo Herédia, 39 anos. As contas do ex-campeão português e europeu de surf são mais precisas. Herédia acredita que "os atletas gastaram, em média, 2 500 dólares, algo como 2 mil euros, para chegar e ficar nos Açores. Se considerarmos acompanhantes diretos e o público que veio especificamente para assistir à prova, estaremos a falar de 350 a 400 pessoas, pelo que a entrada direta de dinheiro na ilha não deverá andar longe do milhão de euros".

Queremos afirmar os Açores como um destino de turismo ativo." O desejo de Vasco Cordeiro, secretário regional da Economia do arquipélago, é mais que uma declaração de intenções. "Temos 30 milhões de euros para investir em campanhas de promoção, durante os próximos dois a três anos",

Fim da transcrição.

A propósito desta transcrição e como reflexão, gostava de deixar aqui um pensamento e uma questão:

1º O Pensamento: Muitas vezes temos dito que Portugal tem muitas áreas económicas ainda por explorar. Julgo que este exemplo do Surf mostra claramente como um evento pode dinamizar a vida de uma região, conferindo-lhe receitas muito relevantes. A minha visão aqui é simplista, sempre que ganha uma parte do País, ganha o País.

2º A questão: Embora os 30 Milhões de Euros de Investimento em Promoção da Ilha não sejam obviamente integralmente dedicados à prova de surf, como se pode aferir que um determinado investimento de promoção turística tem o retorno desejado ?
( Se fossem apenas as receitas do surf, teríamos 3 Milhões de Euros de Receita para 30 Milhões de Investimento o que seria obviamente um prejuízo elevado. )

terça-feira, setembro 14, 2010

Pré-Conceito


José Sócrates e Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, celebraram o arranque do ano lectivo no ensino politécnico, numa cerimónia que decorreu no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

“Venho aqui para contribuir que não haja o preconceito que sempre houve na sociedade portuguesa de que ensino politécnico é igual a ensino de segunda categoria”, afirmou o primeiro-ministro.
Mas a sociedade portuguesa é preconceituosa ?
Bom, enquanto não se esclarece essa dúvida, chamo novamente a atenção para a necessidade de que a sociedade entenda melhor o que vai na cabeça dos seus governantes.
“Ensino superior e sucesso económico” é uma fórmula exacta para José Sócrates.
Muitos duvidam que assim seja e apontam o elevado numero de licenciados desempregados ou que exercem profissões que nada têm a ver com a formação para qual tanto eles, como os seus pais, como o próprio país investiram.
Henrique Garcia em entrevista a Mariano Gago tentava perceber um objectivo de Bruxelas que dizia qualquer coisa como termos de ter daqui a 10 anos, 40% dos jovens com idades compreendidas entre os 30 e os 34 anos com grau licenciatura.
Foi giro ver o entrevistador perguntar se se deveria estudar nem que fosse até aos 34 anos para se ter a Licenciatura. E entretanto quem trabalharia no país. È que pode não parecer mas o país precisa de população trabalhadora activa.
Felizmente Mariano Gago resistiu a estas derivações e conseguiu explicar o que o objectivo acima descrito queria dizer.
De igual modo era importante perceber porque pode ser importante a existência de uma percentagem grande de licenciados nas futuras populações activas.
À crítica de que os actuais e futuros licenciados têm cada vez menos qualidades, contrapõe-se a realidade de muitas das economias mais competitivas, estarem a sê-lo por terem apostados na elevada qualificação dos seus recursos humanos.
As discussões em volta deste tema terão sempre uma importância prática enorme.

Ano ( Co ) Lectivo


Agora que estamos no arranque do novo ano lectivo, relembro mais um apelo recente de Sua Execelência o Sr. Presidente da República ao pedir novamente a união dos Portugueses, derivando daqui a minha associação Lectivo / Colectivo.

Lectivo traduzir um conjunto de ensinamentos que serão transmitidos a dezenas de milhares de alunos . E um ensinamento poderia ser precisamente o de transmitir o que pode significar a palavra Colectivo.
Colectivo parece óbvio que implica que um conjunto de elementos tenha algo que os una e que seja a característica desse todo unido , ou seja do Colectivo.
Aqui é que “a porca torce o rabo” pois somos tão rápidos a defender o esforço colectivo como a iniciar a defesa dos nossos interesses pessoais dentro desse colectivo, pois ao contrário da pescada que antes de ser já o era, o colectivo depois de ser, nunca o foi.
É sempre a questão de saber quem joga de peito aberto e com vontade de se produzir algo em comum, acreditando que o todo é maior que a soma das partes ,versus o egoísmo inversamente proporcional aos recursos existentes. E nós estamos num tempo de vacas magras, quer dizer, uns estarão mais do que outros.
Não será fácil pois a união que o Presidente considera vital para o País enfrentar os tempos difíceis causados por uma hiper-prolongada estagnação económica.
A propósito do arranque do ano lectivo, ouvi alguém dizer que os Professores em vez de estarem preocupados com a sua estabilidade profissional, deveriam era pensar só no bem dos alunos.
Reparem como uma questão aparentemente tão simples, pode envolver problemas com alguma complexidade. Um professor que “saltite” de Distrito para Distrito ( nem sempre adjacentes ) ao longo de vários anos lectivos, tem mais dificuldade em encontrar um estabilidade que lhe permita focar-se naquilo que os alunos mais precisam de si.
É neste equilíbrio algo periclitante, que reside o segredo do progresso.
Só se progride com o trabalhar e o alcançar de benefícios. Se apenas uns alcançam esses benefícios, a frustração tomará conta dos outros que tenderão a perder as forças para lutar.
É pois importante que se entenda a importância do colectivo, se é que ele tem alguma importância, pois caso quase todos entendam que não tem importância, façam o favor aos ingénuos de lhes dizer que a sua luta é em vão.
Mas isso não dá muito jeito aos vencedores pois não ? É bom que haja alguém feio, para que outro seja o bonito. É bom que haja alguém fraco, para que o outro seja o forte, è bom que haja alguém parvo, para que o outro seja o esperto.
Dificil Sr. Presidente, é juntar os feios e os bonitos, os fracos e os fortes, os parvos e os espertos e dizer a todos, temos que ser unidos e trabalhar para o bem (Co)lectivo, se esse bem colectivo for usufruído apenas por alguns.
Eu cá continuo a acreditar no colectivo, não tão colectivo como antes idealizei mas num colectivo praticável, e vejo com bons olhos o crescimento desse colectivo, integrando pessoas de todas as idades e crenças que procurem o bem comum.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Ver da de Des por ti va


Assistimos hoje ao Comunicado do plenário dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica

O Plenário dos órgãos sociais reuniu-se em face dos “graves acontecimentos” que se passaram nas 4 primeiras jornadas do Campeonato de Futebol da 1ª Divisão, em especial ao “roubo” que aconteceu em Guimarães.


Como o Sindicato Nacional de Policias encontra-se concentrado numa greve que em princípio não se devia convocar mas que agora “não se pode” desconvocar, não sei se os polícias se aperceberam deste “roubo”.


Certamente haverá outros roubos mais importantes para resolver, mas este mereceu muita atenção dos dirigentes Benfiquistas.


Tanto assim que resolveram mencionar não as medidas, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, mas antes escolheram as letras do Alfabeto.
Assim sendo, as medidas que o Sport Lisboa e Benfica anunciou para combater os que no seu entender desvirtuam a verdade desportiva são:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

E eu acho muito bem.
Não as medidas em si, pois essas serão objecto de mil análises e contra-análises, mas o que acho bem é o sentido de oportunidade do Benfica.

Mais do que um clube desportivo o Benfica é um símbolo nacional e resolveu aproveitar o arranque do novo ano lectivo para dar o seu contributo para a educação. Neste caso, o contributo para a Alfabetização. E nada melhor do que escolher as 7 primeiras letras do alfabeto, para que todos saibam reconhecê-las e escrevê-las.

Dirão muitos: “ Mas são só 7 letras, o Alfabeto tem muitas mais ”
Calma amigos.
Também o campeonato tem muitas mais jornadas.

O Benfica ainda só foi “roubado” em 4 ( ou serão só 3 ? ).

Como duvido muito da eficácia destas 7 medidas ( leia-se “os roubos vão continuar” ) não tarda nada o plenário volta a reunir e poderemos todos (re) aprender mais umas letras do Alfabeto.

P.S.
As medidas encontram-se facilmente no site do Glorioso ( http://www.slbenfica.pt/ )