Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

terça-feira, maio 04, 2010

Uma Europa mais unida


Recebemos com agrado a notícia (esperada) da ajuda dos diversos países integrantes da UE à Grécia. Esta ajuda, consubstanciada em valores nunca antes vistos (110 mil milhões de euros) pode ser designada como histórica e reflecte provavelmente uma relevância maior do que à primeira vista pode parecer (em especial após tão vasto debate sobre se esta ajuda se concretizaria ou não).

Como é comum nesta vida, encontrámos diversas posições relativas a esta ajuda: uns a favor, outros contra, uns crentes e optimistas outros descrentes e críticos. A verdade é que, com este acto, a Europa surge mais unida como talvez nunca tenha surgido. Surge mais solidária, forte e demonstrativa do que pode ser o verdadeiro poder e importância de uma verdadeira Europa Unida. Pessoalmente tive sempre poucas dúvidas sobre a concretização desta ajuda pois sempre acreditei que ela seria realizada. Como não seria? Qual seria então o papel da UE?

Sou crente no Euro e com a plena convicção de que o país estaria nas “ruas da amargura” se não nos tivéssemos aliado à Europa e ao Euro. Aliámo-nos no tempo certo e no momento certo à modernidade, à segurança, ao prestígio, ao conhecimento e desenvolvimento mas também à responsabilização, à competitividade, à concorrência e aos desafios do futuro. Mas só assim será possível evoluir.

Mais do que nunca este é o tempo da Europa, ela própria, demonstrar união e força indispensáveis para o confronto com os vários blocos económicos concorrentes – O Mercosul, o Bloco Asiático, ACP, os EUA. É neste “campo de batalha” que a Europa se confronta com os seus adversários comerciais. E Portugal, se integrado na Europa, faz parte do conjunto de soldados que participa nesta batalha. Fora dela, seria um exército já vencido do qual ninguém se lembraria e que não contava para nada.

Nãos nos esqueçamos que os EUA sempre olharam com desdém e cepticismo para a Europa Unida e para o Euro. As posições que muitos defendem tendem a enfraquecer e a desacreditar a nossa moeda. Com o que agora assistimos, a Europa acaba por dar uma lição aos seus detractores e reforçar, acredito, o seu papel e posição/força política no Mundo.

Continuo a ser daqueles que acredita que a Europa é aquele Continente onde todos, mas todos os povos gostariam de viver (ok exceptuando os indígenas americanos e os cowboys do Texas) pois Europa é sinónimo de evolução, modernidade, qualidade de vida e desenvolvimento (sim também desemprego dirão alguns – mas onde não há desemprego?).

A força demonstrada pela Alemanha, a França, o Reino Unido, o Luxemburgo, Portugal ou a Eslováquia, para citar alguns exemplos, demonstraram a união indispensável. Pese embora todas as polémicas, os debates e as críticas. Estas também indispensáveis para tornar o processo totalmente transparente. A comissão do Presidente português Durão Barroso (justiça lhe seja feita) trabalhou muito para esta união e para esta solução. O BCE ajudou e deu um empurrão por detrás.

Agora há que exigir austeridade é certo, realismo, controlo e critério nos gastos. A Europa falhou também porque falhou nos processos de controlo. Mas está a tempo de corrigir o tiro, em especial depois de levar tanta pancada das Agências de Rating, com muito poder americano lá encaixado.

Acredito que este seja apenas um primeiro (grande) passo para a construção de uma Europa mais unida e solidária. Por isso Viva a Europa.

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