Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sexta-feira, abril 30, 2010

A Estratégia de um país que é o nosso


Portugal tem sido atingido por uma vaga especulativa (que perpassou mais recentemente também a Grécia e Espanha) proveniente de vários quadrantes em especial das agências de rating (no caso mais recente da parte da Standard & Poors). Esta vaga de ataque especulativo, surgida por interesses vindos de várias direcções, podendo perceber-se as razões da sua existência, não encontram porém justificações que suportem estas tomadas de posição tanto mais que nada se passou nos últimos dias ou semanas (mesmo meses) que demonstrasse qualquer diferença face ao que se passava no final do ano transacto e que tenha agravado qualquer cenário em termos macroeconómicos. O que se diz é que Portugal não denota a capacidade de crescimento com robustez e capacidade competitiva nacional para que esse crescimento seja sustentado. Sendo verdade, nada de novo porém. Estas mesmas agências que (quem se lembra?) tão bem avaliavam e classificavam o Lehman Brothers, o Bear Stearns, o Freddie Mac ou a Fannie Mae…falidos.

Em face disto o país responde através do que já se designa por bloco central de onde são emanadas algumas decisões de endurecimento e aceleração das medidas preconizadas no PEC. E em resultado dessa discussão e encontro estratégico, sabemos que a primeira medida, a mais importante e leonina e determinante como primeiro passo para o contributo para o equilíbrio orçamental e contributiva para o tão necessário crescimento económico é….o corte das prestações sociais e no subsídio de desemprego!

Isto é começar bem, porque começamos por baixo, pelos que mais precisam, pelos mais desfavorecidos, por aqueles que nem a dignidade do emprego possuem. Ou ainda cortar no Rendimento Social de Inserção, única forma de subsistência para muitos. Durante dois dias não se falou noutra coisa em todos os jornais e telejornais que não fosse o corte das prestações sociais ao nível da limitação do tecto de atribuição do subsídio de desemprego. São estas as medidas essenciais para o crescimento económico, o verdadeiro problema nacional e que encerra todos os problemas da economia nacional.

Como se faltassem ideias ou o discernimento para, com coragem, se estabelecerem verdadeiras medidas drásticas de combate ao deficit e contributivas para o crescimento económico nacional por via das empresas e do tecido produtivo. Como cortar em 10% nos salários de todos os políticos e deputados, como aumentar o IRC transitoriamente por 2 ou 3 anos aos Bancos e grandes empresas com resultados acima de determinada fasquia, como congelar os salários da função pública por 1 ou 2 anos, como cortar no crescimento das dotações para as regiões autónomas e para as autarquias, como congelar as despesas públicas com auto-estradas, adiar o novo Aeroporto e o investimento no TGV por mais 2 ou 3 anos, canalizando essas poupanças para as empresas e ajudá-las a desenvolver soluções de exportação, único caminho verdadeiramente realista para o crescimento da nação.

Estas sim, juntamente com um programa nacional de educação à poupança das famílias, seriam medidas draconianas e que certamente fariam toda a diferença no contexto nacional e naquilo que pretendemos alcançar e demonstrar: que Portugal é capaz, tem coragem política e gente à altura para os desafios do futuro.

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