Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

domingo, janeiro 10, 2010

Lojas de Exportação

O Primeiro Ministro José Sócrates anunciou sábado que a primeira de uma rede de 14 Lojas de Exportação a criar no país vai ser instalada em Leiria.

As Lojas de Exportação são uma das medidas do Pacto para a Internacionalização que integra igualmente o Conselho para a Promoção da Internacionalização.
No link www.portaldaempresa.pt podemos ler que

“ Para fomentar o comércio internacional de modo equilibrado e sustentável, o Estado procura introduzir políticas que potenciem as exportações e minimizem as importações. Com o advento do comércio electrónico é mais fácil atingir o mercado internacional, o que representa uma oportunidade. No entanto, também as empresas estrangeiras e multinacionais têm maior facilidade em penetrar no mercado nacional, o que aumenta a concorrência e a competitividade. “
Todas as medidas que promovam a Internacionalização são boas e esta ideia das Lojas de Exportação parece-me bastante interessante. Temos muitas vezes debatido sobre a necessidade de os nossos pequenos empresários terem mais informações e apoios na Internacionalização dos seus negócios.
Num país com um mercado pequeno, pensar além fronteiras, mais do que um sonho, é uma necessidade que começa a ser mais realidade com a inauguração destas Lojas de Exportação.
Claro que ir só à Loja não vai tornar cada visitante num Expert em Internacionalização.
Mas o caminho passa por desmistificar muitos mitos da exportação e provar que se tem capacidade de produzir para e trabalhar com, mercados além fronteiras.

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mário de Jesus disse...

Trata-se sem dúvida de uma boa ideia que poderá ajudar a minorar o rol de problemas dos pequenos empresários e empresas exportadoras, muitas vezes pouco apoiados na sua aventura internacional. Em especial se lhes proporcionar informação e orientações relevantes do que fazer, como fazer, para onde se dirigir, com quem falar, o que procurar e por aí fora.

Mas estou em crer que de pouco servirá para a resolução dos problemas mais profundos daqueles que procuram a internacionalização se nada mais for alterado.

Há pouco tempo tive a oportunidade de conversar com quem conhece (e viveu) a Diplomacia Económica portuguesa e a dinâmica das nossas embaixadas no exterior. No fundo a conversa caminhou para uma realidade que pensava existir mas não tão desoladoramente real.

A fraqueza da grande maioria da nossa Diplomacia Económica reside muito na "Diplomacia do Croquete" e do evento social, no passeio de vaidades e interesses de natureza pessoal, na atitude provinciana do luxo e do poder e na promiscuidade do aproveitamento dos dinheiros públicos em proveito de mordomias e de benefícios a quem não os merece. Jantares, beberetes, recepções, escolha dos lugares para os figurões à mesa...

Aliado a tudo isto há em muitos casos uma falta de competência, de capacidade e de honestidade intelectual por parte de quem (ilusóriamente) se vê como uma elite (bacoca) que se atribui a si própria com uma aurea de superioridade.

Representar a nação e as suas instituições, as nossas empresas, os nossos empresários, prestar-lhes informações sobre os mercados externos, organizar missões comerciais e reuniões de negócios com outros congéneres, recebê-los, ouvir os seus problemas e ajudar na resolução das suas dificuldades, são palavras que não fazem parte do léximo de uma boa parte dos nossos Embaixadores e dos nossos Delegados económicos e comerciais, os quais vivem afundados nas suas poltronas, por onde circulam em palacetes decorados a tapete vermelho com um conjunto de assistentes àvidos de lhes tomarem o lugar.

Não há lugar na agenda para receber os pequenos empresários a não ser que o seu nome pese mais do que o relógio de parede debroado a Ouro que se encontra por detrás.

Sem este apoio e uma verdadeira, séria, moderna e enérgica representação diplomática e económica no exterior, deitando fora os caciques habituais, através da qual a Nação se reveja e a Nação se orgulhe, caminharemos sempre no mesmo sítio.

Assim vai a Diplomacia da Nação...