Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, dezembro 22, 2010

A EDUCAÇÃO COMO VECTOR DE EFICIÊNCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE (Final)


5. O CONHECIMENTO EM ECONOMIAS FECHADAS

A história económica dos países menos desenvolvidos tem provado que o nível de salários muito baixos dos profissionais de elevados conhecimentos (cientistas, peritos informáticos, engenheiros, cirurgiões ou académicos) resulta do facto destes países serem (ou terem sido durante muito tempo) fechados ao exterior. Em economias pobres e fechadas como o foram a India e a China e é ainda a Coreia do Norte ou Rússia por exemplo, os níveis de rendimento dos seus profissionais de topo são enquadrados no padrão de desenvolvimento da sua economia. Aqui a Rússia será a excepção. Por isso, em países pobres, teremos salários pobres.

Este fenómeno afecta o preço da mão-de-obra em termos internacionais uma vez que os cérebros de países como a Índia ou a China, pela sua quantidade, mobilidade e disponibilidade, estão dispostos a trabalhar noutra qualquer parte do Mundo por salários bastante mais baixos mas maior reconhecimento social ou qualidade de vida.

Estes conhecimentos são um activo transaccionável nos mercados internacionais, pelo que, poderão, no futuro, ser nivelados com os salários dos cientistas americanos ou europeus.

4ª Conclusão: Um elevado nível de educação e conhecimento, trará, com toda a probabilidade no futuro, melhores rendimentos e consequentemente um melhor nível de vida a quem os possui, com o impacto a médio e longo prazo na sociedade onde estes se inserem. Se a nação for fechada ao exterior, o percurso do desenvolvimento e do aumento do nível de vida será mais demorado. Se for aberta ao exterior, será certamente muito mais curto.

Um exemplo passado

A história da China como nação e o papel que (não) desempenhou nas várias etapas da globalização é prova disso.
Como afirma David Landes em “A riqueza e pobreza das nações”, entre o Império chinês no século XVI “ a indiferença tecnológica corria lado a lado com a resistência à ciência europeia”. A China que neste século era conhecida como o Império Celeste, vivia como sendo o centro do universo, sofria no entanto de uma “xenofobia intelectual”, que a fechou ao mundo e lhe fez perder definitivamente a oportunidade de entrar na era da globalização. Faltava à China desse tempo, afirma Landes, “instituições de pesquisa e ensino, escolas, academias, sociedades doutas, desafios e competições. A Europa deixou a China, fechada ao mundo, muito para trás, durante décadas e séculos”.

6. O SISTEMA AMERICANO

O sistema de educação norte americano proporciona grandes oportunidades a quem as quiser aproveitar. Os EUA são um país que promove e apoia a inovação, a iniciativa privada, a criação e desafia o risco. Em suma, promove a competitividade.

Conforme afirma Thomas L. Friedman em “ O Mundo é Plano”, as universidades americanas, com inúmeros departamentos de investigação “ incentivam a expansão de experiências, inovações e progressos científicos competitivos – desde a matemática à biologia, passando pela física e pela química”.

O mesmo livro faz referência a afirmações de Bill Gates, o cérebro criador da Microsoft, segundo as quais “o sistema universitário americano é o melhor”, diz ele que “Financiamos as nossas universidades para fazerem investigação... damos a possibilidade a pessoas que aqui chegam com elevados Q.I.’s de inovarem e transformarem as suas inovações em produtos. Recompensamos quem arrisca. O nosso sistema universitário é competitivo e experimental... Existem cem universidades a contribuir para a área da robótica. E cada uma delas diz que a outra está a fazer tudo errado. É um sistema caótico mas é um grande motor de inovação no mundo e com as verbas provenientes do imposto federal, com alguma filantropia a ajudar, continuará a florescer...”.

Só para dar alguns exemplos, basta referir que o browser web, o sistema de imagem por ressonância magnética ou a fibra óptica, foram projectos de investigação desenvolvidos nas universidades americanas. Mas como já antes foi referido o sistema americano tem usufruído da riqueza intelectual de países como a India em virtude da imigração de cientistas verificada nas últimas décadas. Segundo ainda o artigo do economista Viassa Monteiro publicado no Expresso em 5 de Agosto de 2006 “ 40% das empresas de Silicon Valley são dirigidas por indianos e as exportações de software indiano para os EUA representam mais de 50% das exportações totais daquele país”.

Mas o sistema americano é muito mais do que isto. Segundo o Institute of International Education, Os EUA têm em vários Estados, centros tecnológicos para o desenvolvimento da ciência e tecnologia que apostam nas empresas que desenvolvem tecnologia de ponta, através do investimento em capital dirigido a potenciar as novas ideias, sejam elas start ups, micro empresas ou multinacionais. Têm também o maior, mais desenvolvido e regulamentado mercado de capitais do mundo, o qual, de forma eficiente, permite que o investimento em empresas inovadoras, flua através de mecanismos como o capital de risco. A tudo isto há que adicionar a própria filosofia vigente da investigação contínua, desenvolvida pelas universidades e laboratórios de investigação públicos e privados, que, em ligação com as empresas, tornam os EUA naquilo que são hoje em termos de inovação e conhecimento.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

A EDUCAÇÃO COMO VECTOR DE EFICIÊNCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE


4. A QUESTÃO DA FUGA DE CÉREBROS

Com a problemática da globalização, muito se tem debatido sobre a questão da fuga de cérebros, a qual ocorre, em especial, dos países menos desenvolvidos (ou menos ricos) para os países mais avançados (ou de maior poder económico e empresarial). Em países como a India ou a China com elevados recursos em pessoas de elevada formação e aptidão técnica e com elevados conhecimentos de engenharia, ciências, matemática ou administração de empresas, o mundo torna-se global. E isto implica que as multinacionais americanas ou europeias, podem, por exemplo, contratar e empregar funcionários indianos ou chineses, pela via da sua expatriação ou, de forma diferente, empregando-os nas suas filiais em Bangalore, Xangai ou Pequim. E aqui já estamos a falar do fenómeno da deslocalização de actividades. Fenómenos também conhecidos pelo outsourcing e offshoring respectivamente.

Há quem defenda que este fenómeno tem implicações negativas, no curto/médio prazo, ao nível do emprego nos países de origem destas multinacionais. Porque pela via do fenómeno da globalização, os empresários e os accionistas das grandes empresas podem (preferem?) certamente ter meia dúzia de brilhantes investigadores ou cientistas na India ou na China pelo preço de um na Europa ou nos EUA. Isto poderá provocar alguma perda de competências nos países de origem ou, visto de outra forma, provocar mais desemprego junto dos cientistas e investigadores nacionais, por maior recurso à mão-de-obra indiana ou chinesa disponível (e com maior mobilidade) mais barata, de elevada competência e capacidade competitiva.

Este tema reporta-nos ao problema da fuga dos mais capazes também em Portugal. Como é sabido assistimos há alguns anos a um contínuo fluxo migratório de profissionais, jovens, de elevadas capacidades técnicas, conhecimentos de elevado nível, elevada especialização e competência técnica, para países onde existem mais e melhores oportunidades, em primeiro lugar de emprego e depois de carreira. Os jovens cérebros portugueses estão também a aproveitar o fenómeno da globalização e a sua maior mobilidade pessoal, para se transferirem para países que oferecem melhores salários, condições de trabalho de melhor nível e melhor qualidade de vida, para além de um reconhecimento que não é obtido no seu próprio país.

Este fenómeno para além do impacto social e económico negativo que pode representar na criação de valor nacional, representa também um fenómeno de natureza demográfica, uma vez que muitos jovens sentem que o país não os trata adequadamente, antes preocupando-se de forma excessiva com as gerações mais velhas, deixando para segundo plano os planos de carreira e contribuição das gerações mais jovens para a construção de um país mais coeso, justo e competitivo.

3ª Conclusão: Aqui reside um dos factores que, segundo alguns economistas e analistas sociais, tem, no caso português, a sua quota parte no contributo para a falta de competitividade do nosso país (embora não se conheça nenhum estudo que prove a relação directa entre estes fenómenos): a fuga de cérebros nacionais, indispensáveis à difusão do conhecimento e da excelência.

sábado, dezembro 11, 2010

A EDUCAÇÃO COMO VECTOR DE EFICIÊNCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE


3. O CASO DA CHINA


Segundo alguns investigadores, a estratégia da China a longo prazo é tornar-se líder mundial em termos económicos , ultrapassando os EUA e a UE. Para tal terão começado bem uma vez que a meta dos líderes chineses é focalizarem-se, muito mais até que alguns líderes ocidentais, na formação e educação dos seus jovens em matemática, ciências e informática, matérias que consideram indispensáveis para o sucesso e afirmação no futuro. Estão também concentrados na criação de boas plataformas físicas de telecomunicações de modo a estarem conectados com o resto do planeta e captarem o interesse dos investidores internacionais. A riqueza gerada na China atingiu 14% do total mundial em 2003, o seu PIB de 1,4 mil milhões de USD foi nesse ano o sétimo em termos mundiais.

Segundo um estudo do Espirito Santo Research, em 2004 foi já a 5ª maior economia do mundo à frente da Itália, esperando-se que seja a 4ª em 2005, à frente da França. Federico Rampini no seu livro “O século chinês” estima que a classe média alta chinesa possa atingir neste momento cerca de 200 milhões de pessoas, ávidas de mercadorias de luxo e produtos e serviços financeiros mais sofisticados. Um número de cerca de 100 milhões de jovens chineses, desta classe média, anseia por produtos ocidentais.

Por tudo isto, a China é um player a ter em conta no quadro da concorrência internacional.

Tendo como premissa estas preocupações e segundo um estudo americano (U.S. Conference Board) citado por Thomas L. Friedman no seu livro “ O Mundo é Plano”, o sector industrial privado chinês fora do controlo estatal, registou entre 1995 e 2002 um crescimento de 17% ao ano, resultado da absorção de novas tecnologias e da adopção de modernas práticas empresariais.

Claro que a manutenção ou continuidade deste crescimento estará dependente da estabilidade política que o país conseguir manter ou confirmar no futuro, quer em termos internos quer nas relações com países circundantes como Taiwan.

2ª Conclusão: Mais uma vez o factor educação e formação surge aqui como determinante para o crescimento económico e competitividade, quer no impacto que tem na actividade económica, no contexto social, empresarial, ou ainda como factor de ajuda e contribuição para a captação de investimento exterior (pela maior confiança que representa para os investidores, um país de pessoas cultas, bem formadas, de elevados conhecimentos tecnológicos). Mas, no caso chinês, o desenvolvimento e a competitividade dependem também da existência de estabilidade política, de um adequado sistema de justiça quer no campo social quer no campo empresarial, bem como de uma politica que privilegie a igualdade social.

terça-feira, dezembro 07, 2010

A EDUCAÇÃO COMO VECTOR DE EFICIÊNCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE


2. MAS A REALIDADE ECONÓMICA E SOCIAL DA INDIA...

Se é um facto que a Índia desenvolveu um enorme esforço, com sucesso, na criação de cérebros brilhantes e pessoas de elevados conhecimentos e potencial criativo, o facto é que o desenvolvimento de um sistema de educação e ensino voltado para a excelência, sendo fundamental para o desenvolvimento, não é condição suficiente. Apesar dos IIT´s e dos IIG´s, apesar do crescimento do conhecimento, apesar das melhorias na formação, a Índia é ainda um país subdesenvolvido. Factores políticos, sociais, ambientais, demográficos e outros, contribuem, como se sabe, para o baixo nível de desenvolvimento registado. Numa população de mil milhões de pessoas, há muitos pobres e grande desigualdade social. O fosso entre ricos e pobres é muito grande.

A Índia é um país de contrastes. Segundo um artigo no Diário Económico de Rahool Pai Panandiker – consultor da BCG, o país tem 23 bilionários na lista Forbes mas ao mesmo tempo 35% dos pobres do Mundo, isto é, mais de 350 milhões de pessoas (quase a população total da Europa a 15) – que auferem menos de 80 cêntimos por dia.
É um dos maiores produtores mundiais de trigo e arroz, mas 47% das crianças sofrem de subnutrição.
Os seus 3 estados mais ricos têm um PIB per capita de 1.200 € a que corresponde 200 € nos estados mais pobres.
Tem 17.000 universidades e faculdades e no entanto 13 milhões de crianças não vão à escola.

É certo que as grandes conquistas no que diz respeito ao crescimento verificado na educação e conhecimento obtido nos últimos 50 anos, contribuíram positivamente para a economia e sociedade indianas e os conhecimentos ao nível da administração de empresas tiveram um papel importante na melhoria de franjas do tecido empresarial. Contudo os reflexos deste esforço são ainda muito ténues no crescimento e desenvolvimento do tecido empresarial e muito poucos ainda usufruíram destes impactos positivos. No entanto, na Índia de hoje, há já fenómenos de democratização recentes, como um conjunto significativo de ONG´s que trabalham no sentido reduzir as desigualdades sociais, procurando influenciar os governos locais para uma melhor governação, chamando a atenção para a corrupção, laxismo e fuga fiscal. Estas organizações procuram, em conjunto com os poderes locais, trabalhar para uma distribuição da riqueza de forma mais igualitária, melhorar o sistema público de educação, saúde, saneamento básico, abastecimento de água ou justiça.

Mas apesar do percurso seguido pela Índia no que diz respeito à aposta no conhecimento, nas ciências e na alta tecnologia, estas áreas têm ainda um reduzido impacto na criação de emprego neste país. Um valor que se situa entre os 1% e 2% do total do emprego. Há ainda um longo caminho a percorrer.

A 1ª conclusão que podemos retirar deste exemplo é que, se é verdade que a educação, a formação e o conhecimento, são essenciais para o crescimento, desenvolvimento e competitividade, não são por si só suficientes para atingir tal desiderato. A Índia continua a ser um país pobre em muito devido aos factores de natureza demográfica. Certamente que a Índia é hoje um país mais produtivo e competitivo do que era há 50 anos, antes da criação deste Institutos e da formação desta classe de cientistas. No entanto o caso da Índia é paradigmático: tal grau de exigência na admissão dos futuros licenciados, na sua formação e qualificação, mas sem uma estratégia e esforço na sua retenção, levaram à grande fuga de cérebros para os EUA, daqui resultando que o investimento em capital humano pago pelos contribuintes indianos, constituiu um esforço inglório dado que estes activos foram colocar os seus conhecimentos em benefício de outra nação.

domingo, dezembro 05, 2010

A EDUCAÇÃO COMO VECTOR DE EFICIÊNCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE


Agora que estamos em vias de encerrar o nosso Paper sobre a Educação na sequência do Workshop realizado no ISCTE, dou início à apresentação por partes de um conjunto de reflexões que fazem parte de um artigo cujo tema é “A educação como vector de eficiência, produtividade e competitividade”.


1. O EXEMPLO DA INDIA

A India é muitas vezes designado como um país de cérebros ou de “software intelectual”. Não é pouco comum falar da India simbólicamente como a origem do software mundial. A história deste país no campo académico surge a partir de 1951 quando o primeiro ministro na época, Jawaharlal Nehru, lançou o primeiro dos futuros 7 Institutos Indianos de Tecnologia (IIT). Esta iniciativa permitiu que desde então e nos 50 anos seguintes, centenas de milhares de indianos viessem a frequentar inúmeros cursos universitários e se formassem nos ramos das ciências da computação, engenharia e software. Por outro lado a criação de seis Institutos Indianos de Gestão (IIG) onde se ensina administração de empresas, permitiu que centenas de milhares de jovens tivessem acesso livre a um elevado e ímpar nível de conhecimentos e desenvolvimento pessoal assentes na meritoracia. A India transformou-se assim numa enorme fábrica de capital humano de elevado potencial e conhecimento passando a ser um exportador de talentos ao nível das ciências, matemáticas, engenharias e administração de empresas.


Segundo o economista Viassa Monteiro num artigo publicado no Expresso de 5 de Agosto de 2006, a India possui uma mão de obra altamente qualificada composta por cerca de “3 milhões de cientistas dos variados ramos do saber. Graduam-se actualmente, em estudos superiores, 3 milhões, dos quais 300.000 em engenharia e 200.000 em cursos técnicos”.

Não sendo, por razões políticas e sociais, um país atractivo para trabalhar e reter os seus cérebros, daqui resultou uma grande vantagem para um outro país, os EUA. Estes foram os compradores de uma enorme massa cinzenta talentosa, com elevado nível de instrução. Segundo Thomas L. Friedman no seu livro “ O Mundo é Plano”, nos últimos 50 anos perto de 30 mil licenciados das melhores escolas indianas transferiram-se para os EUA para trabalhar e desenvolver as suas carreiras e conhecimentos, o que contribuíu para enriquecer o saber, a inovação e o conhecimento na América.

Segundo fontes jornalísticas nacionais, há na índia 7,7 milhões de profissionais nas áreas tecnológicas e científicas, dos quais 970 mil são engenheiros licenciados. No entanto a fuga para o exterior é ainda elevada. Até 1977 cerca de 35% dos estudantes dos IIT iam para o estrangeiro. Hoje apenas 15% dos cérebros o fazem.

Segundo ainda Thomas L. Friedman no mesmo livro e citando o The Wall Street Journal de 16 de Abril de 2003, referindo-se à qualidade dos Institutos Indianos de Tecnologia e ao nível de excelência e exigência na admissão dos mesmos, através do testemunho de um estudante Indiano, dizia este que “ Não havia forma de subornar a entrada num IIT... Os candidatos apenas são aceites se passarem num difícil exame de admissão. O governo não interfere com o currículo e a carga horária é exigente... Embora seja discutível, é mais difícil ser admitido num IIT do que em Harvard ou no MIT...”.

domingo, novembro 21, 2010

Empreender Socialmente VS a Cimeira da NATO


Terminada a Cimeira da NATO em Lisboa, parece que é opinião generalizada de todos os comentadores e intervenientes que esta se revelou um sucesso e um marco importante na sua historia, em especial por algumas decisões tomadas quanto à futura estratégia atlântica de defesa comum e actuação futura da organização em novos quadros geo-estratégicos mundiais, bem como pela definição de novos rumos e novos papeis desta organização no quadro de uma relação internacional com países chave como por exemplo a Rússia.

Muito discutida a questão do Afeganistão e a retirada em 2014 das forças da NATO deste país, não deixa no entanto de ser de salientar que a discussão se centrou demasiado na estratégia futura das forças da NATO no Afeganistão quando seria igualmente importante incluir nesta cimeira a discussão dos problemas de países como o Paquistão e o Iraque. Julgo que trazer ao seio da NATO a discussão dos problemas destes países e centra-los na discussão actual sobre os problemas do terrorismo, seria uma forma de os integrar nas preocupações e discussões do mundo ocidental e desta forma reduzir quer tensões quer antagonismos existentes e criar uma maior aproximação entre os responsáveis, políticos, diplomáticos, militares e outros destes países com os responsáveis políticos do lado ocidental.

Ou não fosse nestes países que se centram as maiores preocupações ligadas com os problemas do terrorismo ou da localização de grupos terroristas.

De qualquer forma e recordando a propósito que ainda nos encontramos no decurso da semana do empreendedorismo, gostaria de destacar uma iniciativa de uma organização que actua ao nível e no âmbito internacional, numa óptica do que é o verdadeiro empreendedorismo social, a qual desenvolve programas de apoio e se debruça sobre os problemas da Ásia.

Estou a falar do Ásia Foundation, uma fundação pelo que soube fundada por um alpinista americano (podem ver em
www.asiafoundation.org) e que se dedica a estudar e desenvolver programas de literacia, apoio social, económico, financeiro e muitos outros numa óptica de apoio ao desenvolvimento em todos os países da Ásia.

A ideia central desta fundação é que, para acabar com a guerra e o terrorismo, aos homens tem que ser dado trabalho e negócios e às mulheres a educação, literacia e escolaridade.

Para isso tem vindo a desenvolver no Paquistão um vasto programa de educação e escolaridade para as mulheres nas diversas tribos e clãs existentes por todo o país. Um exemplo do verdadeiro empreendedorismo social.

quinta-feira, novembro 18, 2010

FICAR PARADO?
No seguimento de post anterior chegamos à conclusão que muitos desejam criar a sua própria empresa mas não o fazem. Aparentemente, desistem de ser empreendedores.

Talvez valha a pena salientar que ser empreendedor não tem que passar obrigatoriamente pela criação de uma empresa, seja ela própria ou não. Atente-se no significado da palavra empreendedor: é aquele(a) que empreende.

E o que significa empreender? O sentido é lato nos meios mas muito focado nos fins.

Empreender é investir. Dinheiro? Pode ser, mas nem sempre. Ainda que se invista dinheiro, capital, são outros os investimentos mais significativos.

Investir em esforço, empenho, perseverança, responsabilidade pelas acções e seus objectivos, comprometimento relativamente aos resultados, execução das acções necessárias para o sucesso, lançamento de ideias, produtos ou serviços, inauguração ou iniciação de espaços ou áreas de actividade, criação de novas formas de funcionar adaptando-se a novas tecnologias e a evoluções das condições do mercado que corresponde à actividade.

Todos nós podemos e devemos ser empreendedores. Muitas vezes somos sem dar por isso, sem o referir ou tomar consciência. Podemos empreender contribuindo no nosso posto de trabalho para melhores resultados da empresa em que trabalhamos dos quais, de uma forma ou de outra, iremos usufruir.

Acabamos de saber que o desemprego atingiu valores percentuais que nunca tinham ocorrido no nosso país. Precisamos criar empresas, mas também contribuir para salvar as que existem impedindo que o desemprego cresça. É preciso que muitos de nós empreendamos.

Porque será que muitos o desejam fazer, mas não o fazem?

Precisam, talvez, encontrar a forma de vencer a inércia. Conhecer a energia que faz mover o seu “motor de arranque”. É claro que falo de motivação a qual está sempre relacionada com a vocação o que seria tema para um outro post.

Aqui e agora coloco a pergunta: perante as dificuldades anunciadas e que já se começam a sentir, o que é que cada um de nós vai fazer? Ficar parado?

Como diz a canção do Sérgio Godinho, “antes o poço da morte que tal sorte”!

Excerto de “Antes o Poço da Morte”, Sérgio Godinho:
...
como no poço da morte
como no poço da morte
a gente gira contra ventos e marés
e tempestades e tornados
como os miúdos teimam
em ficar acordados
e lutam contra o sono
com os olhos arregalados
assim nós também p’ra lá da fadiga
giramos acordamos e dizemos:
eu tenho a morte toda p’ra dormir!

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca!
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal a sorte

segunda-feira, novembro 15, 2010

Portugal com ADN Empreendedor? Sim ou Não?


Um estudo apresentado em 2004 pelo comissário europeu para as empresas, Erkki Liikanen, indicava que cerca de dois terços da população portuguesa pretendia trabalhar por conta própria, o que nos leva também a concluir que não restam dúvidas quanto à tendência nacional para o individualismo em termos profissionais.

Por outro lado inquéritos realizados pelo Eurobarómetro têm concluido que os portugueses são o povo da Europa que mais ambiciona ser empreendedor e criar um negócio próprio. Portugal surge na Europa como o país que incorpora, em termos relativos, a maior vontade e ambição de empreender. Segundo dados revelados por um inquérito realizado em 2006 sobre o Empreendedorismo na Europa, concluiu-se que 62% dos portugueses gostariam de ser patrões de si mesmos contra uma média europeia de 45%.

Há porém muito a reflectir quando observamos estes números de forma simples, pois se analisarmos a fase da concretização, 65% dos portugueses afirmava nunca ter dado passos concretos para a realização desse objectivo, o que não nos coloca num patamar especial em termos de Empreendedorismo e leva à necessidade de discutir o fenómeno.

sábado, novembro 13, 2010

AUDAX



No âmbito da Semana Mundial de Empreendedorismo que decorre na próxima semana entre os dias 15 a 21 de Novembro, queremos desta vez dar destaque ao AUDAX.

O AUDAX é um Centro de Investigação em Empreendedorismo criado no seio do ISCTE e que desenvolve investigação na áreas de economia, gestão e negócios de empresas familiares.

Com um excelente programa de Pós-Graduação em Empreendedorismo e Criação de Empresas de raiz familiar – designado por PEC - este Centro de Investigação desenvolve ainda projectos de consultadoria, formação, orientação e ajuda ao financiamento de projectos e negócios de cariz familiar.

Um dos seus mais conhecidos projectos designou-se por AUDAX – Negócios à Prova, realizado há cerca de 3 anos atrás e que consistiu num programa televisivo apresentado no sábado à noite na RTP2, no qual os promotores dos diversos projectos tinham a oportunidade de apresentar perante um júri composto por gestores e empresários nacionais as suas ideias de negócio.

Mais um exemplo a destacar no panorama nacional e um excelente exemplo da ligação da Universidade às empresas e ao mundo do trabalho e da criação inovadora.

O nosso apoio à Semana Mundial de Empreendedorismo




Portugal é este ano o palco mundial da abertura oficial da Semana do Empreendedorismo, a qual decorre na próxima semana entre 15 e 21 de Novembro.

Mais uma vez o FRES não dispensa de se aliar a esta iniciativa, recordando o evento e sublinhando a importância do tema, dando assim um contributo para a discussão sobre a importância do Empreendedorismo para a economia portuguesa em geral e para o reforço e modernização do tecido empresarial nacional.

Neste sentido gostaríamos de destacar, entre muitos outros que existem, 3 exemplos nacionais de iniciativas de Empreendedorismo e inovação que decorrem entre agentes económicos e empresas nacionais, como elementos impulsionadores de uma cultura empreendedora que sem dúvida já existe no país, mas que se deve continuar a expandir.

O primeiro trata-se da 1.ª edição do Concurso de Inovação e Empreendedorismo de base tecnológica organizado em Setembro pelo ISCTE realizado em parceria com o MIT (Massachusetts Institute of Technology), o Deshpande Center for Innovation, a Sloan Business School e a Caixa Capital. Este concurso destinou-se a seleccionar quatro projectos finalistas, os quais virão a obter apoios financeiros até 1 milhão de euros para desenvolver os seus projectos.

Estes projectos finalistas resultaram de uma selecção de 20 projectos tecnológicos, distribuídos pelas áreas de Ciências da Vida, Sistemas sustentáveis de Energia e Transporte, Internet e Sistemas de Informação e Outros Produtos e Serviços.

O segundo trata-se da iniciativa designada por Global Strategic Innovation, programa organizado pela consultora Leadership Business Consulting, que se destina a promover a ligação entre as empresas inovadoras nacionais e o maior ecossistema inovador do planeta - Silicon Valley - com o objectivo de promover a formação de alto nível em inovação, vistas a empresas lideres na inovação , networking internacional e o contacto com aquele ecossistema e com as empresas inovadoras que lá residem. A organizar em 12 de Março de 2011 contou já com o apoio da AICEP na edição de 2010.

O terceiro exemplo refere-se ao programa de Empreendedorismo designado Dona Empresa, organizado em parceria pela Escola de Negócios do Grupo Lena e a Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias (APME). Através deste programa é prestada formação e orientação através de consultadoria individual, a todas as mulheres que pretendam iniciar um negócio. Estas passam por uma primeira fase de selecção, usufruindo depois de um programa de formação em sala em matérias elementares de gestão, finalizando com um plano de consultadoria individual.


São apenas 3 bons exemplos do que se faz por cá em matéria de Empreendedorismo e que merecem o nosso destaque.

domingo, outubro 17, 2010

Workshop Educação


Caros fresianos e prezados visitantes deste Blog do FRES


Informamos que iremos realizar um Workshop no próximo dia 23 de Outubro, no ISCTE Business School, sobre o tema Educação.


Este Workshop realiza-se no âmbito dos estudos, reflexões e debates que têm vindo a ocorrer nos últimos dois anos no seio deste Grupo, dada a importância que todos nós temos vindo a atribuir à problemática do ensino em Portugal, enquanto estudantes, pesquisadores, tutores, pais, educadores ou simples interessados no tema.


Procuraremos assim, neste encontro e discussão, para além de analisar os diagnósticos já efectuados, abordar os seus problemas, pontos fracos e pontos fortes, encontrar uma visão para o seu futuro e reflectir sob o que nos parecem ser (ou dever ser) as principais linhas estratégicas para o seu desenvolvimento futuro.


Com este Workshop pretendemos dar assim um contributo para a reflexão e discussão sobre o sistema de ensino em Portugal e ao mesmo tempo procurar encontrar algumas linhas de futuro e caminhos alternativos face ao que tem sido o rumo actual do sistema de educação do país.


Neste Workshop teremos, como seria indispensável, a colaboração e a opinião de estudantes do ensino básico, que nos trarão certamente uma visão actual, sentida, vivida e pensada sobre a Sua escola.


Posteriormente será apresentado e previsivelmente publicado um documento final com as nossas propostas de acção para um sistema de ensino mais eficiente e eficaz, de maior qualidade e competitividade.


Saudações fresianas

quarta-feira, setembro 29, 2010

PARTIDOS ( UNIDOS )

Sua Excelência o Presidente da República Cavaco Silva, recebeu ontem e vai receber hoje os representantes dos Partidos com Assento Parlamentar.
Estas reuniões com carácter de urgência foram motivadas por, em vésperas da apresentação do Orçamento de Estado para 2011, as posições assumidas pelos diversos Partidos indiciaram a possibilidade de o Orçamento não ser aprovado, podendo daí resultar uma crise política.
A não existência de um Orçamento aprovado e uma eventual crise política revelam-se ainda mais preocupantes numa altura em que Portugal, a nossa dívida externa e as nossas dificuldades de financiamento externo, são cada vez mais destacados a nível internacional.
Podemos recuar um pouco no tempo, ao momento das últimas eleições legislativas. Nelas, nenhum partido obteve uma maioria parlamentar. O Partido com mais votos foi convidado a formar Governo tendo decorrido conversas com outros Partidos, no sentido de obter apoio para uma eventual coligação que permitisse uma maioria parlamentar.
Tal não aconteceu, ou seja, do diálogo que houve entre o Partido com mais votos e os restantes partidos, não resultou nenhum acordo e ficou logo a ideia de que o Governo teria de contar sistematicamente e de acordo com cada política em causa, com o apoio alternado dos partidos da oposição.
Estas parecem ter sido as “regras” definidas no inicio da legislatura, competindo ao Governo governar e aos partidos da oposição propor medidas que achem correctas, opor-se às que não acham correctas e no limite, inviabilizar o actual Governo, promovendo as condições para que se constituam alternativas governativas.
Em qualquer das situações, o que Portugal precisa é de Governos que governem e de partidos da oposição, sejam eles quais forem, sempre responsáveis e colocando todos o interesse nacional no topo das suas preocupações.
Quando Cavaco Silva resolveu “escutar os Partidos”, a primeira preocupação que me saltou à orelha, foi precisamente essa; o Presidente vai escutar os “Partidos”. Partidos no sentido político, indiciam a tomada de posição por uma ou outra visão da vida política democrática, ou seja por um ou outro Partido.
No entanto Partido para mim, tem significado algo mais preocupante. Significa que eles estão partidos ( divididos ) nas ideias que têm de e para Portugal, resultando permanentes e desgastantes lutas entre os partidos. Ainda mais grave é o facto de cada Partido, por sua vez se encontrar Partido. Ou seja, dentro de cada Partido, as divisões são muitas e muitas vezes as posições assumidas pelas lideranças estão longe de representar os sentimentos e desejos dos seus militantes e apoiantes.
Na minha opinião Portugal não precisa de tantos Partidos partidos.
Melhor seria que em vez de Partidos se formassem Unidos. Ou seja, podemos continuar a tomar partido daquilo que entendermos, mas deveríamos também tomar cada vez mais partido por Portugal.
Portugal precisa dos Partidos ( Unidos ) e precisa que cada português contribua na medida das suas competências e capacidades para que tomemos em definitivo um rumo positivo, em que sejamos no médio prazo, capazes de eliminar um deficit crónico, que está a funcionar como uma espécie de cancro, que muitos até pretendem apresentar como um cancro benigno, mas é sem dúvida um cancro maligno, de que nos devemos livrar o mais rápido possível.
Temos sempre ouvido dizer que é necessário reduzir o décit. Se o deficit está em 5%, tem de se reduzir para 3%, Se está em 6%, tem de se reduzir para 3%, Se está em 7, 8 ou 9%, tem de se reduzir para 3%.
Por que raio temos sempre de reduzir o deficit para 3% e nunca ambicionamos reduzir para 0% ou atingir o superavit ?
A mim parece-me bastante castradora a ideia de viver eternamente em deficit.
Mas reconheço que enquanto todos estivermos Partidos ( em vez de Unidos ), não vai ser tarefa fácil.
O Economista João Salgueiro afirmou ontem que Portugal não pode perder mais um ano…, referindo-se à possibilidade de não aprovação do OE 2011.
E eu volto a questionar-me, Portugal terá perdido só um dos últimos anos nas últimas décadas?
O risco que corremos se os Partidos não se unirem mais interna e externamente, é só o de Portugal perder mais um ano ?
Temo bem que não, mas acredito sempre nos Homens e Mulheres de boa vontade e sei que vamos vencer os obstáculos, desejando que um dos nossos objectivos seja o Déficit Zero.

sexta-feira, setembro 24, 2010

Surf gets in your eyes


Aí estão as primeiras chuvas deste Outono. Para tristeza de uns e alegria de outros, o Verão deste ano chegou ao fim. Foi mais um ano em que tudo passou a correr, mas ficou-me na retina um acontecimento: a prova de surf que decorreu na Ilha de São Miguel nos Açores.

Pesquisando na net encontrei um artigo da revista visão sobre este assunto, do qual transcrevo o seguinte excerto:

“O Azores Islands Pro, uma das etapas do circuito mundial de qualificação de surf, o World Qualifying Series (WQS) vai já na segunda edição a terceira, a realizar em 2011, já está garantida e durante a segunda semana de agosto, entre os dias 10 e 15, esgotou a ilha de S. Miguel.

"Não há carros para alugar, os hotéis estão lotados e os restaurantes muito cheios", sublinha o responsável pela organização da prova, Rodrigo Herédia, 39 anos. As contas do ex-campeão português e europeu de surf são mais precisas. Herédia acredita que "os atletas gastaram, em média, 2 500 dólares, algo como 2 mil euros, para chegar e ficar nos Açores. Se considerarmos acompanhantes diretos e o público que veio especificamente para assistir à prova, estaremos a falar de 350 a 400 pessoas, pelo que a entrada direta de dinheiro na ilha não deverá andar longe do milhão de euros".

Queremos afirmar os Açores como um destino de turismo ativo." O desejo de Vasco Cordeiro, secretário regional da Economia do arquipélago, é mais que uma declaração de intenções. "Temos 30 milhões de euros para investir em campanhas de promoção, durante os próximos dois a três anos",

Fim da transcrição.

A propósito desta transcrição e como reflexão, gostava de deixar aqui um pensamento e uma questão:

1º O Pensamento: Muitas vezes temos dito que Portugal tem muitas áreas económicas ainda por explorar. Julgo que este exemplo do Surf mostra claramente como um evento pode dinamizar a vida de uma região, conferindo-lhe receitas muito relevantes. A minha visão aqui é simplista, sempre que ganha uma parte do País, ganha o País.

2º A questão: Embora os 30 Milhões de Euros de Investimento em Promoção da Ilha não sejam obviamente integralmente dedicados à prova de surf, como se pode aferir que um determinado investimento de promoção turística tem o retorno desejado ?
( Se fossem apenas as receitas do surf, teríamos 3 Milhões de Euros de Receita para 30 Milhões de Investimento o que seria obviamente um prejuízo elevado. )

terça-feira, setembro 14, 2010

Pré-Conceito


José Sócrates e Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, celebraram o arranque do ano lectivo no ensino politécnico, numa cerimónia que decorreu no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

“Venho aqui para contribuir que não haja o preconceito que sempre houve na sociedade portuguesa de que ensino politécnico é igual a ensino de segunda categoria”, afirmou o primeiro-ministro.
Mas a sociedade portuguesa é preconceituosa ?
Bom, enquanto não se esclarece essa dúvida, chamo novamente a atenção para a necessidade de que a sociedade entenda melhor o que vai na cabeça dos seus governantes.
“Ensino superior e sucesso económico” é uma fórmula exacta para José Sócrates.
Muitos duvidam que assim seja e apontam o elevado numero de licenciados desempregados ou que exercem profissões que nada têm a ver com a formação para qual tanto eles, como os seus pais, como o próprio país investiram.
Henrique Garcia em entrevista a Mariano Gago tentava perceber um objectivo de Bruxelas que dizia qualquer coisa como termos de ter daqui a 10 anos, 40% dos jovens com idades compreendidas entre os 30 e os 34 anos com grau licenciatura.
Foi giro ver o entrevistador perguntar se se deveria estudar nem que fosse até aos 34 anos para se ter a Licenciatura. E entretanto quem trabalharia no país. È que pode não parecer mas o país precisa de população trabalhadora activa.
Felizmente Mariano Gago resistiu a estas derivações e conseguiu explicar o que o objectivo acima descrito queria dizer.
De igual modo era importante perceber porque pode ser importante a existência de uma percentagem grande de licenciados nas futuras populações activas.
À crítica de que os actuais e futuros licenciados têm cada vez menos qualidades, contrapõe-se a realidade de muitas das economias mais competitivas, estarem a sê-lo por terem apostados na elevada qualificação dos seus recursos humanos.
As discussões em volta deste tema terão sempre uma importância prática enorme.

Ano ( Co ) Lectivo


Agora que estamos no arranque do novo ano lectivo, relembro mais um apelo recente de Sua Execelência o Sr. Presidente da República ao pedir novamente a união dos Portugueses, derivando daqui a minha associação Lectivo / Colectivo.

Lectivo traduzir um conjunto de ensinamentos que serão transmitidos a dezenas de milhares de alunos . E um ensinamento poderia ser precisamente o de transmitir o que pode significar a palavra Colectivo.
Colectivo parece óbvio que implica que um conjunto de elementos tenha algo que os una e que seja a característica desse todo unido , ou seja do Colectivo.
Aqui é que “a porca torce o rabo” pois somos tão rápidos a defender o esforço colectivo como a iniciar a defesa dos nossos interesses pessoais dentro desse colectivo, pois ao contrário da pescada que antes de ser já o era, o colectivo depois de ser, nunca o foi.
É sempre a questão de saber quem joga de peito aberto e com vontade de se produzir algo em comum, acreditando que o todo é maior que a soma das partes ,versus o egoísmo inversamente proporcional aos recursos existentes. E nós estamos num tempo de vacas magras, quer dizer, uns estarão mais do que outros.
Não será fácil pois a união que o Presidente considera vital para o País enfrentar os tempos difíceis causados por uma hiper-prolongada estagnação económica.
A propósito do arranque do ano lectivo, ouvi alguém dizer que os Professores em vez de estarem preocupados com a sua estabilidade profissional, deveriam era pensar só no bem dos alunos.
Reparem como uma questão aparentemente tão simples, pode envolver problemas com alguma complexidade. Um professor que “saltite” de Distrito para Distrito ( nem sempre adjacentes ) ao longo de vários anos lectivos, tem mais dificuldade em encontrar um estabilidade que lhe permita focar-se naquilo que os alunos mais precisam de si.
É neste equilíbrio algo periclitante, que reside o segredo do progresso.
Só se progride com o trabalhar e o alcançar de benefícios. Se apenas uns alcançam esses benefícios, a frustração tomará conta dos outros que tenderão a perder as forças para lutar.
É pois importante que se entenda a importância do colectivo, se é que ele tem alguma importância, pois caso quase todos entendam que não tem importância, façam o favor aos ingénuos de lhes dizer que a sua luta é em vão.
Mas isso não dá muito jeito aos vencedores pois não ? É bom que haja alguém feio, para que outro seja o bonito. É bom que haja alguém fraco, para que o outro seja o forte, è bom que haja alguém parvo, para que o outro seja o esperto.
Dificil Sr. Presidente, é juntar os feios e os bonitos, os fracos e os fortes, os parvos e os espertos e dizer a todos, temos que ser unidos e trabalhar para o bem (Co)lectivo, se esse bem colectivo for usufruído apenas por alguns.
Eu cá continuo a acreditar no colectivo, não tão colectivo como antes idealizei mas num colectivo praticável, e vejo com bons olhos o crescimento desse colectivo, integrando pessoas de todas as idades e crenças que procurem o bem comum.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Ver da de Des por ti va


Assistimos hoje ao Comunicado do plenário dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica

O Plenário dos órgãos sociais reuniu-se em face dos “graves acontecimentos” que se passaram nas 4 primeiras jornadas do Campeonato de Futebol da 1ª Divisão, em especial ao “roubo” que aconteceu em Guimarães.


Como o Sindicato Nacional de Policias encontra-se concentrado numa greve que em princípio não se devia convocar mas que agora “não se pode” desconvocar, não sei se os polícias se aperceberam deste “roubo”.


Certamente haverá outros roubos mais importantes para resolver, mas este mereceu muita atenção dos dirigentes Benfiquistas.


Tanto assim que resolveram mencionar não as medidas, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, mas antes escolheram as letras do Alfabeto.
Assim sendo, as medidas que o Sport Lisboa e Benfica anunciou para combater os que no seu entender desvirtuam a verdade desportiva são:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

E eu acho muito bem.
Não as medidas em si, pois essas serão objecto de mil análises e contra-análises, mas o que acho bem é o sentido de oportunidade do Benfica.

Mais do que um clube desportivo o Benfica é um símbolo nacional e resolveu aproveitar o arranque do novo ano lectivo para dar o seu contributo para a educação. Neste caso, o contributo para a Alfabetização. E nada melhor do que escolher as 7 primeiras letras do alfabeto, para que todos saibam reconhecê-las e escrevê-las.

Dirão muitos: “ Mas são só 7 letras, o Alfabeto tem muitas mais ”
Calma amigos.
Também o campeonato tem muitas mais jornadas.

O Benfica ainda só foi “roubado” em 4 ( ou serão só 3 ? ).

Como duvido muito da eficácia destas 7 medidas ( leia-se “os roubos vão continuar” ) não tarda nada o plenário volta a reunir e poderemos todos (re) aprender mais umas letras do Alfabeto.

P.S.
As medidas encontram-se facilmente no site do Glorioso ( http://www.slbenfica.pt/ )

quarta-feira, agosto 25, 2010

Os melhores do mundo para viver


Segundo um estudo recente da revista “Newsweek” Portugal figura no 27º lugar entre os países considerados como dos melhores do mundo para viver. Como já vem sendo habitual a Finlândia é o país que ocupa o primeiro lugar deste ranking, seguida da Suíça e da Suécia.

Esta análise tem como critérios a qualidade da educação (onde nos posicionamos em 37º lugar) da saúde (23º lugar) a qualidade de vida (27º lugar) o dinamismo económico (42º lugar) e por fim o ambiente político (onde arrecadámos a 23ª posição).

A Grécia tomou a 26ª posição e a Espanha, um pouco acima de nós, a 21ª posição. À nossa frente temos ainda a Irlanda a França, Bélgica, Israel ou Itália.

Vale a pena consultar em:
http://www.newsweek.com/2010/08/15/interactive-infographic-of-the-worlds-best-countries.html

O meu patriotismo e o gosto pelo meu país, leva-me a torcer o nariz a esta classificação no ranking, tendo em consideração todos os factores críticos de sucesso desta nação à beira mar plantada. Lembro-me por exemplo do clima, da cor do céu, da riqueza gastronómica, das praias, da hospitalidade e pacatez de um povo, dos registos históricos e culturais e penso para mim que é injusta esta posição. Parece-me que merecemos melhor.

Mas depois recordo que muito disto que refiro, para ser usufruído, é pago! E que a carteira é um dos nossos pontos fracos.

Vem esta notícia a propósito da tentativa a que se assiste em Portugal, através de uma proposta incluída no projecto de revisão constitucional do PSD, para eliminar do texto da constituição relativamente ao Serviço Nacional de Saúde, a expressão “tendencialmente gratuito”.

Quando assistimos nos países que estão acima de nós neste ranking a um esforço contínuo para tornar os sistemas de vacinação gratuitos, o seu sistema nacional de saúde tendencialmente gratuito e de melhor qualidade, suportados maioritariamente pelos impostos já pagos pelos contribuintes (onde a carga fiscal na maior parte deles até está abaixo da nossa) e com níveis de qualidade de vida (e rendimento disponível) já bem acima do nosso, a pergunta que se impõe é: para onde caminhamos?

Se recordarmos que o rendimento mínimo no país são 475 Euros e o médio 900 Euros, outra pergunta que se impõe é: como podem as pessoas suportar o pagamento de mais esta factura, quando sabemos, numa boa parte dos casos entre os cidadãos mais idosos e de pensões mais fracas, que já muitos não conseguem pagar o que necessitam?

Apesar do sol, do clima e das praias, da sardinha e do carapau, do fado, futebol e pão saloio, do presunto de barrancos e do sorriso afável dos portugueses, dificilmente subiremos neste ranking.

domingo, agosto 22, 2010

FRES - " SE NÃO INTERVIERMOS E DESISTIRMOS, FALHÁMOS"

A vantagem de estar no FRES, e ter um lema, é o permanente apelo feito à nossa atenção para a realidade que nos cerca. Assim, e ao "passar os olhos" pela imprensa escrita, deparei-me com uma situação assaz interessante. De um artigo de Luís Osório, na revista "Tabu" do jornal "SOL" de 23 de Julho de 2010, relativo a uma conversa tida com o general Ramalho Eanes, a propósito da sua candidatura à Presidência da República em 1976, retive este episódio, passado durante a sua campanha na Figueira da Foz, que nos remete para a estruturação da personalidade dos sujeitos, revelada pelo seu comportamento e que passo a citar:
" O ambiente está pesado e há tentativas de agressão de parte a parte. As mulheres ameaçam o grupo de agitadores e não tiram os olhos de um rapaz, com pouco mais de vinte anos, que grita e insulta Eanes com especial e refinada veemência. Chegada a hora de almoço e à porta do restaurante a confusão não parece abrandar. O candidato ... ordena aos seguranças que convidem o rapaz a vir até si. Contrafeitos, lá o foram buscar e quando o rapaz, perante o homem que insultara antes, começa a esmiuçar as palavras de ordem, Eanes sem pestanejar dá-lhe a lista do restaurante e pergunta-lhe o que vai almoçar. Poucos minutos depois já o jovem revolucionário tratava Ramalho Eanes por senhor Presidente e dizia compreender bem o que realmente estava em equação. Percebeu tão bem que aceitou a boleia de um dos carros de apoio da comitiva ..."
À medida que ia lendo ia pensando ... onde é que eu já vi isto?
Então, folheando " As Farpas" de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, da "Princípia, Publicações Universitárias e Científicas" sob a coordenação de Maria Filomena Mónica e, da página 30, retirei este pequeno excerto relativo ao ano de 1871:
" A pobreza geral produz um aviltamento na dignidade. Todos vivem na dependência: nunca temos por isso a atitude da nossa consciência, temos a atitude do nosso interesse. Serve-se, não quem se respeita, mas quem se vê no poder ..."
E mais adiante, da página 31:
" Lentamente o homem perde também a individualidade do pensamento. Não pensa por si: sobrevem-lhe a preguiça do cérebro. Não tendo de formar o carácter, porque lhe é inútil e teria a todo o momento de o vergar;- não tendo de formar uma opinião porque lhe seria incómoda e teria a todo o momento de a calar,- costuma-se a viver sem carácter e sem opinião. Deixa de frequentar as ideias, perde o amor da educação. Cai na ignorância, e na vileza. Não se respeitando a si, não respeita os outros: mente, atraiçoa, e habitua-se a medrar na intriga."
E em 2010, o que se passa? será que os comportamentos evoluem ou se adaptam? Afinal, e tendo em atenção a diferença temporal, trata-se de uma evolução ou involução?
Com tanta informação disponível, com a preocupação da igualdade de direitos e oportunidades, ou seja com a democracia, ter-se-á alterado este tipo de comportamentos? Nem me parece necessário mencionar casos, pois são do conhecimento geral, tal a sua proliferação. Porém, o que mais impressiona é o facto de determinado tipo de comportamentos se repetirem de geração em geração, independentemente do seu grau de desenvolvimento. Porque razão permitimos a continuidade deste estado de coisas? Porque razão as pessoas, e sobretudo as que têm responsabilidade na "justiça", se calam e manipulam a verdade perante comportamentos menos lícitos de uns? Será porque se vêm projectados e naquelas circunstâncias fariam o mesmo? Ou será por medo, necessidade de segurança? Ou de facto trata-se de uma relação de dependência, de subalternidade, de que o Homem não se consegue libertar? Se atentarmos a que o Homem, logo após o seu nascimento, fica dependente, dependente de quem o alimente, de quem o proteja, de quem lhe transmita o conhecimento, de quem lhe dite as regras de convivência social, então não há ninguém verdadeiramente independente. Assim, e tendo em conta a situação de crise actual e da falta de soluções com que nos deparámos, colocaria, para reflexão, a seguinte questão: será este tipo de relação responsável pela falta de criatividade dada a situação de dependência, sendo que, nos dias de hoje, a económica se afigura como a mais determinante e, talvez daí a razão de apenas alguns conseguirem ser bem sucedidos? Qual a sua correlação com o empreendedorismo? Será este a manifestação de alguma indepedência conquistada ou facilitada ou uma tentativa de conquistar essa mesma independência? Ou será que aqui assentaria bem o lema do FRES : " SE NÃO INTERVIERMOS E DESISTIRMOS, FALHÁMOS"?

quinta-feira, julho 29, 2010

D.Afonso Henriques - 1º. Rei de Portugal


Muito se tem falado ultimamente sobre o 1º Rei de Portugal, o Conquistador, Fundador da Nacionalidade. Coimbra e mais recentemente Viseu pretenderam disputar a sua proveniência, mas a História prevaleceu apesar de alguns historiadores, chegando mesmo a envolver a respectiva Academia, escondendo jogos de interesses pessoais, terem gerado alguma polémica sobre este Rei. Desde a suposição de datas históricas à deturpação de declarações de historiadores consagrados, nomeadamente do Prof. José Mattoso, tudo aconteceu, na tentativa de chamar a si tão ilustre personagem. Porém, e para que constasse, o próprio Prof. José Mattoso veio a terreiro desmistificar o significado das suas declarações e afirmar, de uma vez por todas, que a História é soberana, que houve uso indevido e deturpado das suas afirmações e que não há dados e/ou factos que justifiquem qualquer alteração relativa ao nascimento de D. Afonso Henriques e que, por conseguinte, face à tradição histórica, Guimarães é o Berço da Nação. Coloca assim um ponto final na polémica e deixa em maus lençóis determinados historiadores que quiseram chamar a si algum protagonismo, mas que, para mal dos seus pecados, ficaram bem mal vistos perante a comunidade. É um facto que os seus pais viveram em Guimarães, aí nasceu Afonso, mais tarde Rei de Portugal e aí criou raízes e rumou à conquista de novos territórios, vindo, mais adiante, a fixar-se em Coimbra, onde veio a ser sepultado, deixando-nos como legado a responsabilidade desta Nação.

Esta nota introdutória apenas visa enaltecer a importância desta figura ímpar, o nosso 1º Rei, o Fundador da Nacionalidade, Patrono do Exército Português. Assim, face à desmotivação e apatia que este povo vem denotando, seria importante recordar o nosso passado histórico e que qualquer português que se preze pudesse visitar o túmulo daquele que foi o seu principal obreiro, quiçá como fonte de inspiração.

Porém a realidade é outra, diria mesmo confrangedora e passo a explicar. Recentemente desloquei-me a Coimbra e obrigatoriamente visitei a Igreja de Santa Cruz, onde repousam os restos mortais desta venerável figura. Deparei com a celebração de uma missa, em italiano, destinada a um grupo de visitantes italianos que ali se deslocaram e que, após o referido acto religioso, foram visitar a Igreja, a sua sacristia, os claustros e pasme-se ... o túmulo de D. Afonso Henriques, junto ao altar, ninguém o visitou, não por despeito ou desrespeito, mas porque este está situado atrás do altar, meio escondido, em mau estado de conservação (como ilustra a imagem que junto) em que a única coisa que se vislumbra é uma tímida lápide, em latão, no chão, em que se pode ler "Homenagem do Exército Português ao seu Patrono". Nome? Referências históricas? Nada!! 1 ou 2 turistas, vendo-me a olhar com insistência o túmulo, perguntaram-me quem era. Tive vergonha e estive para ficar calado, mas disse : é o 1º Rei de Portugal, Fundador da nossa Nacionalidade e rapidamente me apercebi da expressão de surpresa estampada nas suas caras. O que pensaram? Não mo disseram, mas não será difícil adiantar que esperavam que um povo tivesse mais respeito e consideração pelo seu 1º Rei. Claro, esperavam, tal como eu, que D. Afonso Henriques tivesse um espaço mais digno e condizente com a sua importância. Será que em Itália tratam assim a figura MAIS IMPORTANTE da sua História? Duvido, mas basta verificar aqui bem perto, na nossa vizinha Espanha, para nos apercebermos da diferença.. D. Afonso Henriques merecia mais consideração. Pobre país este que trata assim a sua História! Onde estão as entidades públicas com responsabilidades nestas áreas? O IPPAR? A Assembleia da República? O Ministério da Cultura? O Presidente da República? Parece que renegamos o nosso passado e depois pedem-se esforços a uma Nação para que, com inspiração no seu passado, ultrapasse a crise? No mínimo é paradoxal e demonstra a (in)capacidade intelectual dos nossos governantes.

É importante dignificarmos as nossas figuras ilustres para que sirvam de exemplo, em situações delicadas da nossa existência, para nos colocarmos à altura da nossa História. A importância atribuída a Amália Rodrigues e mais recentemente o relevo dado à morte de José Saramago, como único prémio Nobel da Literatura Portuguesa, num e noutro caso a ênfase e preocupação de onde repousariam os seus restos mortais, como algo fulcral e da máxima importância para o país, inclusivé as reclamações/manifestações pela ausência do Presidente da República no funeral de José Saramago, podem até ser justificadas, mas, sem menosprezo por essas figuras ilustres, nenhuma se pode comparar em grandeza e dimensão a D. Afonso Henriques. Onde estão essas vozes indignadas, preocupadas com o respeito pelas figuras da nossa História? Serão genuínas ou simplesmente manifestações de vaidades pseudo intelectuais? É pois tempo de acordar, não é a selecção nacional de futebol que levantará o ânimo dos portugueses, o seu êxito, por muito importante que seja, é passageiro. Nós necessitamos de algo mais duradouro, mais profundo, que vá às nossas raízes, que invoque as nossas origens, em suma o nosso passado histórico e, nesse sentido, quem melhor o simboliza? Sobretudo, agora que tanto se fala de empreendedorismo, qual terá sido o nosso maior empreendimento como povo? Quem foi o seu principal mentor?

É pois tempo de tratar de arranjar uma MORADA CONDIGNA a D. Afonso Henriques, afinal de contas é só o nosso 1º Rei, Fundador da Nacionalidade.

quarta-feira, julho 07, 2010

Princípios basilares para um comportamento profissional



Agora que tem estado na ordem do dia a problemática das competências da gestão de grandes empresas, organizações estratégicas, centros de decisão nacionais, presença ou domínio de capitais estrangeiros nas nossas empresas, aqui fica uma pequena reflexão sobre o que são alguns dos princípios basilares de um comportamento profissional.
O repto está lançado, outros princípios haverão. Cada um terá os seus, alguns se cruzarão outros não. Mais algumas reflexões se seguirão.

Organização

É indispensável uma boa capacidade para estabelecer métodos adequados de organização do trabalho extensíveis quer à vida pessoal quer a outras actividades sociais, de cidadania ou outras em que o indivíduo se envolve, priorizando as tarefas a desempenhar.

Rigor

Deve prevalecer a preocupação com os detalhes e com a qualidade quer da informação recebida quer prestada. Deve procurar-se dar cumprimento aos critérios de qualidade definidos pela organização ou por si próprio de acordo com os próprios valores, em todas as suas vertentes, sejam técnicas, de direcção, de orientação ou de relacionamento humano. Deve exigir-se exactidão no que é produzido e no que é solicitado.

Atitude

A atitude muda tudo. Faz tornar possível o que nos parece muitas vezes inalcançável. Permite realizar tudo aquilo a que nos propomos, com maior ou menor dificuldade. Sem atitude e vontade não se criam obras, não se estabelecem metas e não se conquistam objectivos.

Confiança

É determinante uma consistência de pensamento e firmeza na acção. De modo a demonstrar competência e criar laços de confiança entre as pessoas e as organizações. Um discurso firme, sólido, sério e sustentado, suportado no domínio das matérias, cria confiança nos interlocutores com benefícios futuros nas relações e nos negócios.

quinta-feira, junho 17, 2010

Quem é o outro finalista ?


Embora temporariamente mais distante do que desejava, não estou alheio ( bem pelo contrário ) à fase difícil que o País atravessa, com um considerável aumento das medidas de contenção de despesas públicas e que visa promover um equilíbrio orçamental.


Bom, na realidade não estamos ainda a promover um equilíbrio orçamental, mas a minorar um desequilíbrio, cuja principal ameaça é precisamente o de ter ( ou poder vir a ter ) um cariz duradouro.


Tem-se debatido muito sobre a justeza das medidas adoptadas pelo Governo e de facto, na extrema diferença de opiniões pode estar muita da explicação porque é tão difícil entendermo-nos.


Se consideramos que o Plano de Estabilidade, traduzido em Pactos de Estabilidade e Crescimento nas suas diversas versões e nos Orçamentos de Estado que vão vigorar nos próximos anos, se considerarmos, dizia eu, que estes Documentos guia das nossas vidas nos próximos anos, reflectem um grande esforço de redução do défice (procurando que ele volte a ser em 2013 inferior aos 3%), ficaremos com a sensação de que o nosso esforço de contenção da despesa é importante mas, no longo prazo, não será suficiente.


A solução estará no lado da receita, ou seja, na criação de riqueza nacional devendo os esforços concentrar-se na oferta de bens e serviços competitivos.


O Presidente da República voltou a referir a importância de Portugal ter presente nos 4 cantos do mundo, Portugueses que estão a partir agora ou que já são filhos das gerações anteriores que partiram há muitas dezenas de anos.


É mais uma achega importante, pois a luta que hoje se trava a nível mundial, trava-se País a País, mercado a mercado, e muitas vezes o descurarmos de um mercado que pode não parecer significativo, pode revelar-se num erro a longo prazo.


Estejamos pois atentos e participativos ( de forma mais exposta ou mais discreta ).
Há muitas formas de apoiarmos o nosso País e o esforço que vamos continuar a fazer nos próximos anos, vai ser decisivo para nos re-orientar para um caminho saudável em termos financeiros, logo saudável em termos económicos e sociais.


Como infelizmente esta continuará a ser uma luta duradoura, vou agora divagar para temas não importantes:

1º Estou farto das Vuvuzelas.
Desde os miúdos na minha rua, aos adultos na zona do trabalho, aos espectadores nos Estádios onde se Joga o Mundial de Futebol, parece que todos se uniram para nos tramar. As vuvuzelas, usadas como estão a ser, sem o mínimo de respeito pelos aparelhos auditivos dos outros, é de facto algo terrível. Tentando analisar a questão pelo lado positivo, resolvi aproveitar o lado fonético e adoptar em vez de Vuvuzela, Vou a Vouzela.
Porque não descobrir mais uma pequena localidade mas sem dúvida com motivos de interesse para visitar? Fim à Vuvuzela, Viva o Vou a Vouzela. http://www.cm-vouzela.pt/portal/page?_pageid=764,1&_dad=portal&_schema=PORTAL


2º Quem é o outro finalista ?
Ao fim de uma semana de competição a dúvida mantém-se: Com quem irá Portugal disputar a Grande Final do Mundial ?


Ok, venham de lá os cépticos e os realistas dizerem-me que não temos equipa, que os outros são mais fortes e que os nossos mostraram muito pouco no primeiro jogo. Para mim tudo isso é relevante mas não importante.


O importante é mostrarmos aos outros que nós somos capazes de lutar e derrotar os vários adversários que nos vão surgir pela frente ( inclusive o grande Brasil ) e portanto, parece-me legitimo termos curiosidade em saber quem estará na Grande Final a discutir connosco o Título Mundial.

FORÇA PORTUGAL.

sexta-feira, maio 14, 2010

Lisboa a Premiada


Lisboa foi considerada a sexta melhor cidade europeia de negócios segundo o ranking ECER – Banque Populaire, o qual listou as 37 cidades de 18 países da Europa por grau de atractividade para fazer negócios.

Este ranking é elaborado segundo uma consulta efectuada às expectativas e grau de satisfação dos gestores europeus, realizado entre Dezembro de 2009 e Janeiro de 2010.

À frente de Colónia, Helsínquia Lion e Estugarda, Lisboa posiciona-se, não só como uma cidade preferida pelos europeus como o destino turístico para férias como uma cidade referência para negócios.

Certamente que as suas infra-estruturas, o seu clima, a beleza natural e arquitectónica, a oferta de serviços, hotelaria, gastronomia, cultura histórica e restauração, são apenas alguns dos predicados que fazem desta cidade uma das capitais preferidas dos europeus.

Discutimos já por diversas ocasiões entre nós a problemática das cidades e o seu papel como pólos de desenvolvimento regional e como elementos que projectam o país no exterior qual bem transaccionável. Lisboa é um dos melhores activos do país e a prova de que uma aposta estratégica nacional na projecção das nossas cidades é um instrumento valioso de afirmação de Portugal no Mundo.

Temos certamente que concluir que, apesar das insuficiências reconhecidas na sua promoção externa e da necessidade de encarar de forma profissional o desenvolvimento das actividades culturais e turísticas necessárias ao melhor acolhimento de todos aqueles que nos visitam, algo de positivo estará a ser feito para que lhe sejam atribuídos tais prémios. Ou então tudo isto resulta das suas características topológicas, climatéricas, arquitectónicas, gastronómicas e outras muito próprias. Tendencialmente estou mais inclinado a acreditar na primeira hipótese.

Ainda assim, Portugal não se confina a Lisboa, por isso se torna indispensável investir numa estratégia turística de promoção das cidades. Deste modo é bom não esquecer que temos por cá outras pérolas entre as quais, citando apenas algumas, podemos destacar Braga, Évora, Coimbra ou Guimarães. Cada uma com os seus atractivos, cada uma com as suas funções.

Desta vez e mais uma vez, Lisboa deixa-nos bem, e deixa-nos bem alto.

quinta-feira, maio 06, 2010

Quem se segue ?

Hoje as noticias sobre a greve geral na Grécia e as trágicas consequências de uma multidão exaltada e em fúria? 3 mortos ? Quem se segue ? Penso que de momento um facto está bem patente, está cada vez mais difícil arranjar créditos para financiar as colossais dividas contraídas pelos governos ocidentais.Os problemas na Grécia são apenas um indicio para um agravar de uma situação já existente,a de, como reduzir o gigantesco défice nos orçamentos estatais e privados ? Um motivo desta problemática, a partir de 2011 parece estar eminente um refinanciamento de divida global num montante inimaginável ( os zeros quase não cabem numa linha) de dinheiro em grande parte devido á escassez de liquidez a nível mundial,e, um dos países que pode bem estar perante uma crise “ existencial é; o Reino Unido. Senão vejamos:

Se amanhã, e na sequência dos resultados eleitorais assistirmos a um empate técnico, e se chegar a lume , num cenário pós eleitoral , o “real” estado das contas públicas inglesas, a”verdadeira situação “ do já tão desolado sector bancário e do estado da “real” economia, e, se, o governo que for eleito tiver que confessar que a situação do país é , muito pior do que aquela que originalmente seria de supor,( aquela difundida antes das eleições)que acontecerá ?

A propósito, se quisermos “apostar” em qual o país que, próximamente venha a estar numa situação de incumprimento das suas obrigações financeiras, basta seguir uma pista lançada pela Goldman Sachs. E que prevê, que a partir do verão começará uma nova”batalha” pela Inglaterra., com a qual se tentará evitar um “desmoronamento” em torno da libra esterlina e das finanças estatais britanicas. E, uma coisa parece certa, a libra não irá passar incómule esta situação de divida extrema, e que poderá originar por parte do novo governo eleito, o encetar da implementação de um programa de austeridade de dimensões nunca antes vistas. Será que o FMI e a UE irão intervir em favor do Reino Unido ? Se sim , de que forma? Com que montantes ?

Seguramento que os ingleses possuem um argumento que não está á disposição do governo grego, ....a desvalorização da sua divisa, mas , perante o cenário actual, será que é uma medida suficiente ?

Não sou por natureza pessimista nem , muito pelo contrário, um cavaleiro da “Apocalypse”, mas , há alguns anos que venho defendendo a ideia de que “temos que mudar de vida” e mais do que a letra de uma canção, me parece que esta crise nos deixa uma grande oportunidade de mudança de mentalidades, mas, acima de tudo, de atitudes perante as nossas finanças particulares ( numa ambiente micro) as nossas finanças estatais( num ambiente macro ), e sobretudo que nos seja possível ter estas trocas de ideias num ambiente de serenidade social , longe das imagens “radicalizadas”assistidas hoje na Grécia.

Boas reflexões,

quarta-feira, maio 05, 2010

Frente-a-Frente vs Lado-a-Lado

Por razões pessoais tenho estado bastante limitado em termos de tempo disponível para dar o meu pequeno contributo no nosso blog.
Coincidiu este período com o “zapping” que pude fazer entre alguns canais como a Sic Notícias, a TVI 24 e a RTPN, entre outros que, confesso, não fazia a ideia que eram tantos e a dedicar tanto tempo aos chamados frente-a-frente em que se confrontam ideias diferentes.

O confronto de ideias diferentes é algo de bastante positivo se o ponto de chegada for relevante mas parece estar aqui um grande problema.
Nas centenas ( milhares ) de minutos em que se confrontam ideias, a ideia é apenas a confrontação “pura e dura” em que não parece haver nenhuma vontade de entender o ponto de vista do “opositor”.
Este não é quanto a mim um bom caminho, pois deixamos continuamente passar oportunidades de construir algo de bom, partindo dos pontos de vista e contributos relevantes dos vários intervenientes de um debate.
E não sei se é por estar um pouco mais atento mas nunca vi tantas opiniões diferentes sobre uma realidade que deveria ter mais pontos comuns.
O nosso colega Mário colocou recentemente 2 artigos que merecem receber comentários e contributos dos leitores do nosso blog pois dizem respeito ao nosso país e à nossa Europa, ou seja os artigos “A Estratégia de um País que é o nosso” e “Uma Europa mais unida”.
Naturalmente o Mário, como eu ou qualquer outro cidadão ou qualquer outro fresiano, preocupado com o país e a Europa em que vivemos, indica o que na sua perspectiva é mais relevante.
O grande desafio é tentar juntar este puzzle gigantesco em que a cada cabeça corresponde uma sentença. Não somos nós que tomamos as decisões relevantes para os destinos do país. Sonhamos em dar o nosso contributo de uma forma relevante, mas até esse percurso não é pacífico.
A situação torna-se mais confusa quando vemos os grandes “actores” a tomarem posições tão diferentes, tornando quase imperceptível entender o que é de facto mais importante.
Veja-se um exemplo simples. A ajuda da união europeia à Grécia.
Ninguém “perde” tempo a explicar à população que Portugal tem obrigações a nível europeu e tem de dar o seu contributo na ajuda à Grécia, contributo esse que embora bastante elevado na actual conjuntura, é relativamente pequeno face ao que outros países têm de dar. Mas a mensagem que passa para o cidadão da rua é que Portugal não tendo dinheiro ainda vai ter de dar dinheiro à Grécia.
Se não houver tempo e capacidade para se explicar aos cidadãos o que significa viver em sociedade e o que significa estar integrado na união europeia, passaremos a vida a ver serem-nos exigidos sacrifícios. E como ouvi recentemente outra fresiana dizer “ Nós funcionamos melhor quando vemos utilidade no nosso esforço”.
Eu sempre assumi a posição de que mais vale lutar lado-a-lado do que frente-a-frente.
Esta posição pode ser encarada como cobardia e medo do combate, embora eu sempre a tenha privilegiado por pensar primeiro no interesse comum. E qual é actualmente o nosso interesse comum?

Haverá de facto um interesse comum, ou teremos apenas em comum o facto de cada um defender o seu interesse ?

terça-feira, maio 04, 2010

Uma Europa mais unida


Recebemos com agrado a notícia (esperada) da ajuda dos diversos países integrantes da UE à Grécia. Esta ajuda, consubstanciada em valores nunca antes vistos (110 mil milhões de euros) pode ser designada como histórica e reflecte provavelmente uma relevância maior do que à primeira vista pode parecer (em especial após tão vasto debate sobre se esta ajuda se concretizaria ou não).

Como é comum nesta vida, encontrámos diversas posições relativas a esta ajuda: uns a favor, outros contra, uns crentes e optimistas outros descrentes e críticos. A verdade é que, com este acto, a Europa surge mais unida como talvez nunca tenha surgido. Surge mais solidária, forte e demonstrativa do que pode ser o verdadeiro poder e importância de uma verdadeira Europa Unida. Pessoalmente tive sempre poucas dúvidas sobre a concretização desta ajuda pois sempre acreditei que ela seria realizada. Como não seria? Qual seria então o papel da UE?

Sou crente no Euro e com a plena convicção de que o país estaria nas “ruas da amargura” se não nos tivéssemos aliado à Europa e ao Euro. Aliámo-nos no tempo certo e no momento certo à modernidade, à segurança, ao prestígio, ao conhecimento e desenvolvimento mas também à responsabilização, à competitividade, à concorrência e aos desafios do futuro. Mas só assim será possível evoluir.

Mais do que nunca este é o tempo da Europa, ela própria, demonstrar união e força indispensáveis para o confronto com os vários blocos económicos concorrentes – O Mercosul, o Bloco Asiático, ACP, os EUA. É neste “campo de batalha” que a Europa se confronta com os seus adversários comerciais. E Portugal, se integrado na Europa, faz parte do conjunto de soldados que participa nesta batalha. Fora dela, seria um exército já vencido do qual ninguém se lembraria e que não contava para nada.

Nãos nos esqueçamos que os EUA sempre olharam com desdém e cepticismo para a Europa Unida e para o Euro. As posições que muitos defendem tendem a enfraquecer e a desacreditar a nossa moeda. Com o que agora assistimos, a Europa acaba por dar uma lição aos seus detractores e reforçar, acredito, o seu papel e posição/força política no Mundo.

Continuo a ser daqueles que acredita que a Europa é aquele Continente onde todos, mas todos os povos gostariam de viver (ok exceptuando os indígenas americanos e os cowboys do Texas) pois Europa é sinónimo de evolução, modernidade, qualidade de vida e desenvolvimento (sim também desemprego dirão alguns – mas onde não há desemprego?).

A força demonstrada pela Alemanha, a França, o Reino Unido, o Luxemburgo, Portugal ou a Eslováquia, para citar alguns exemplos, demonstraram a união indispensável. Pese embora todas as polémicas, os debates e as críticas. Estas também indispensáveis para tornar o processo totalmente transparente. A comissão do Presidente português Durão Barroso (justiça lhe seja feita) trabalhou muito para esta união e para esta solução. O BCE ajudou e deu um empurrão por detrás.

Agora há que exigir austeridade é certo, realismo, controlo e critério nos gastos. A Europa falhou também porque falhou nos processos de controlo. Mas está a tempo de corrigir o tiro, em especial depois de levar tanta pancada das Agências de Rating, com muito poder americano lá encaixado.

Acredito que este seja apenas um primeiro (grande) passo para a construção de uma Europa mais unida e solidária. Por isso Viva a Europa.

sexta-feira, abril 30, 2010

A Estratégia de um país que é o nosso


Portugal tem sido atingido por uma vaga especulativa (que perpassou mais recentemente também a Grécia e Espanha) proveniente de vários quadrantes em especial das agências de rating (no caso mais recente da parte da Standard & Poors). Esta vaga de ataque especulativo, surgida por interesses vindos de várias direcções, podendo perceber-se as razões da sua existência, não encontram porém justificações que suportem estas tomadas de posição tanto mais que nada se passou nos últimos dias ou semanas (mesmo meses) que demonstrasse qualquer diferença face ao que se passava no final do ano transacto e que tenha agravado qualquer cenário em termos macroeconómicos. O que se diz é que Portugal não denota a capacidade de crescimento com robustez e capacidade competitiva nacional para que esse crescimento seja sustentado. Sendo verdade, nada de novo porém. Estas mesmas agências que (quem se lembra?) tão bem avaliavam e classificavam o Lehman Brothers, o Bear Stearns, o Freddie Mac ou a Fannie Mae…falidos.

Em face disto o país responde através do que já se designa por bloco central de onde são emanadas algumas decisões de endurecimento e aceleração das medidas preconizadas no PEC. E em resultado dessa discussão e encontro estratégico, sabemos que a primeira medida, a mais importante e leonina e determinante como primeiro passo para o contributo para o equilíbrio orçamental e contributiva para o tão necessário crescimento económico é….o corte das prestações sociais e no subsídio de desemprego!

Isto é começar bem, porque começamos por baixo, pelos que mais precisam, pelos mais desfavorecidos, por aqueles que nem a dignidade do emprego possuem. Ou ainda cortar no Rendimento Social de Inserção, única forma de subsistência para muitos. Durante dois dias não se falou noutra coisa em todos os jornais e telejornais que não fosse o corte das prestações sociais ao nível da limitação do tecto de atribuição do subsídio de desemprego. São estas as medidas essenciais para o crescimento económico, o verdadeiro problema nacional e que encerra todos os problemas da economia nacional.

Como se faltassem ideias ou o discernimento para, com coragem, se estabelecerem verdadeiras medidas drásticas de combate ao deficit e contributivas para o crescimento económico nacional por via das empresas e do tecido produtivo. Como cortar em 10% nos salários de todos os políticos e deputados, como aumentar o IRC transitoriamente por 2 ou 3 anos aos Bancos e grandes empresas com resultados acima de determinada fasquia, como congelar os salários da função pública por 1 ou 2 anos, como cortar no crescimento das dotações para as regiões autónomas e para as autarquias, como congelar as despesas públicas com auto-estradas, adiar o novo Aeroporto e o investimento no TGV por mais 2 ou 3 anos, canalizando essas poupanças para as empresas e ajudá-las a desenvolver soluções de exportação, único caminho verdadeiramente realista para o crescimento da nação.

Estas sim, juntamente com um programa nacional de educação à poupança das famílias, seriam medidas draconianas e que certamente fariam toda a diferença no contexto nacional e naquilo que pretendemos alcançar e demonstrar: que Portugal é capaz, tem coragem política e gente à altura para os desafios do futuro.

terça-feira, abril 06, 2010

Lisboa menina e moça




Recente inquérito de Março aos consumidores europeus conclui que é Lisboa o melhor destino turístico da Europa e o preferido dos europeus.

À frente de cidades como Praga, Londres, Barcelona, Amesterdão ou Berlim, a nossa Lisboa traja, menina e moça, vestida de azul do céu, brilhante de sol, com tamancos de prata como as águas do Tejo. Vitoriosa.

E entre as suas virtudes, os europeus apontam o seu povo hospitaleiro e simpático, o clima e o sol extraordinários, a sua luz, as marcas da história e da cultura portuguesas, e, como não podia deixar de ser, a sua (nossa) magnífica gastronomia.

Afinal, a sardinha, o tomate, o carapau, o vinho tinto, a ginjinha ou o torresmo, para já não falar do cozido à portuguesa ou dos pastéis de Belém, tudo isto é apreciado pelos que nos visitam. O que muitos de entre nós consideram brejeiro e popularucho é afinal um trunfo para os de fora.

São imensos os que apreciam a beleza arquitectónica da Estação de Santa Apolónia, os pipis das tasquinhas da baixa lisboeta, o Castelo de São Jorge, a Brasileira ou um passeio do Chiado ao Bairro Alto, os pasteis de bacalhau com um copo de vinho branco, como traços e testemunhos de uma cultura inigualável.

Nenhuma outra tem um Sporting e um Benfica com tal história desportiva e rivalesca, um Tejo e sete colinas. Nenhuma outra pisca o olho aos Jerónimos ou à Torre de Belém. Nenhuma outra assiste aos concertos no Pavilhão Multiusos, bebe umas bejecas no Pinóquio ou passeia pelos jardins Garcia de Horta. Nenhuma contempla à beira rio aquela outra banda.

Eu acrescentaria que de Belém ao Parque das Nações, com um desvio pelo coração da cidade, muitas vezes calma e soalheira, muitas vezes caótica e moderna mas sempre acolhedora, encontramos todos os ingredientes que tornam esta cidade, que é a nossa, na melhor capital do Mundo.