Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

segunda-feira, novembro 30, 2009

Casa das Histórias de Paula Rêgo


O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, inaugurou em Cascais, no passado mês de Setembro a “Casa das Histórias Paula Rego”.


PAULA REGO, nascida em Lisboa em 1935 disse um dia "Pinto para dar uma face ao medo".

Não sou entendido em artes, nem de longe, nem de perto. Mas gosto de apreciar e reconhecer o muito de bom que os Portugueses vão fazendo com visibilidade nacional e internacional.

O Presidente da República considerou por altura da inauguração que a Casa das Histórias de Paula Rêgo tem condições para ser um “museu europeu” e elogiou a generosidade da pintora que doou 600 trabalhos a Portugal.

Para quem julga que o acesso a arte do mais alto nível só está acessível a alguns, este projecto vem contrariar essa ideia, pois pode ser um ponto de partida para minorar por exemplo a minha ignorância em arte.

Localizado em Cascais a 200 metros da Cidadela (outro lugar interessante para visitar ), esta exposição tem entrada gratuita e um horário compatível com a agenda de qualquer cidadão pois está aberta todos os dias das 10 às 22 Horas.

Mais pormenores podem ser pesquisados no site
http://www.casadashistoriaspaularego.com/

Para já aqui fica o agradecimento a todos os que estão envolvidos neste projecto da Pintora Paula Rego.

Mas como nunca estamos satisfeitos com o que vamos tendo ( que raio de modo de agradecermos o que de bom obtemos ) gostaria também de ver algum projecto que realçasse o percurso da Pianista Maria João Pires.

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Duas Mil Quatrocentas e Noventa e Oito Toneladas de Alimentos foram recolhidas este fim de semana pelo Banco Alimentar contra a Fome.

Trata-se de um recorde em termos de alimentos recolhidos e um facto ainda mais assinalável por se registar num ano em que também o desemprego bate recordes.

Os valores de recolha deste fim-de-semana representam para a Delegação do Porto 15 a 20% de tudo o que a associação recolhe ao longo do ano. Outro tanto são sobras mal embaladas da indústria agro-alimentar, mais 20% vêm da União Europeia, 10% é fruta do Instituto de Financiamento da Agricultura e das Pescas e 10% são amealhados duas vezes por semana no mercado abastecedor.

O valor recorde obtido este ano pode ser surpreendente, pois num ano em que se acentua a crise e o desemprego aumenta, seria de esperar menos donativos.

Pois é precisamente aí que Portugal e os Portugueses voltam a demonstrar que são um povo muito solidário.


É um povo que enfrenta grandes dificuldades e por isso entende bem o que cada vez mais famílias estão a sofrer com o aumento do desemprego.

A contribuição obtida este ano pelo Banco Alimentar volta a realçar uma ideia que eles tanto defendem.

Não é preciso que poucos façam muito. Basta que muitos façam pouco.

Esses muitos somos todos nós.

Do pouco ou muito que tenhamos, há sempre uma pequena parcela que faz mais falta a outros do que a nós.

Esse pequeno esforço que façamos, por altura destas campanhas, ou em qualquer altura do ano, não nos vai deixar pobres mas pode fazer toda a diferença a quem nada tem.

quinta-feira, novembro 26, 2009

João Mateus está no Top dos melhores analistas de acções da Europa

Esta notícia chegou-me via sms. Depois recebi o artigo por mail mas confesso que não o li.

Sendo eu da velhíssima guarda dos amantes do jornal em papel e também do papel dos jornais, decidi comprar um exemplar do Jornal que contém a entrevista com um dos membros do FRES, João Mateus .

Não tenho nada contra os jornais digitais, pelo contrário, pois a internet facilita em muito a nossa vida.

Mas nada me podia retirar o prazer de abrir o Jornal nas páginas onde constam a entrevista e a foto do João Mateus.

Pegar com ambas as mãos, bem distanciadas, as folhas do Jornal e ver com orgulho o texto de um lado e a foto do outro, dá uma emoção bem diferente para melhor.

Neste louco frenesim diário em que nos deixamos envolver, não conseguimos parar para desfrutar de pequenos prazeres como este.

O texto digitalizado é lido a correr e passamos rapidamente ao assunto seguinte.

Considero-me pois feliz por viver em décadas em que o jornal ainda é impresso, distribuído pelos muitos quiosques e papelarias e outros pontos de venda.

Muitos parabéns ao João Mateus e a todos os que lutam diariamente nos seus trabalhos, desempenhando com dedicação e brio profissional, as suas profissões.

quinta-feira, novembro 19, 2009

PRÓS E CONTRAS


Não, não é do programa televisivo com este nome que me proponho escrever, mas tem alguma correlação. De facto, sobre qualquer tema ou situação que se discuta ou se julgue, há sempre os que são "Pró" e os que são "Contra". Mas porque razão não podemos discutir e ter as mesmas opiniões? É assim tão difícil concordarmos uns com os outros? Afinal o que determina o nosso comportamento? Não somos todos "crescidos"? Não temos todos "olhos de ver"? Então ...?
Pois bem, podemos dizer que o nosso comportamento é determinado por factores relativos à pessoa (hereditariedade) e factores relativos à sociedade (meio ambiente). Para além da "carga" hereditária que nos é transmitida (aptidões intelectuais, aptidões físicas) pelos nossos progenitores, há todo um processo de integração na sociedade onde vivemos que nos vai facilitar ou dificultar o desenvolvimento dessas características, geralmente designado por "Socialização". Como sabemos, todos herdamos características diferentes, pois temos realidades genéticas diferentes. Do mesmo modo, o processo de socialização é diferente, uma vez que cada sociedade tem normas, valores, crenças, religião, próprias de cada uma e que as distingue das demais.
Logo, quando uma pessoa tem que emitir uma opinião, ou juízo de valor, sobre uma dada situação, baseia-se no seu "Quadro de referência" que foi interiorizado ao longo da sua vida e só assim poderemos entender porque há pessoas que são, por exemplo, "Pró" poligamia e outras que são "Contra", na medida em que a sua opinião é determinada pelos valores intrínsecos à sociedade onde se formou e desenvolveu a sua personalidade. Deste modo, não me parece correcto emitirmos juízos de valor sobre o comportamento dos outros, sem conhecermos previamente as suas origens, o meio onde se desenvolveram, para que tenhamos uma percepção adequada das diferenças individuais, sob pena de corrermos o risco, muito comum, de os avaliarmos a partir do nosso próprio "Quadro de referências", como se eles tivessem tido a nossa "hereditariedade" e tivessem crescido no nosso "meio social".
Mas o caricato é que as pessoas em geral, do ponto de vista cognitivo, já o sabem, só que não o praticam, é só atentarmos à tão falada sabedoria popular, cheia de exemplos, tais como : "Tal pai, tal filho" (refere-se aos factores hereditários) ou "Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso" (refere-se aos factores sociais), então ...?
Então, deveríamos ter mais cuidado ao fazer juízos de valor uns dos outros, mais cuidado com as nossas opiniões e comentários, senão, um dia destes, ainda nos julgamos os detentores da verdade.

quarta-feira, novembro 18, 2009

SGE – Semana Global do Empreendedorismo

A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e
quer dizer, aquele que assume riscos e começa algo de novo.

Nesta semana em que se celebra e incentiva o desenvolvimento do espírito empreendedor em cerca de 75 países simultaneamente, podemos debater e absorver muita informação sobre bons exemplos a nível mundial.
Podemos também, sem que seja entendido como pessimismo ou “bota abaixo”, entender que ser Empreendedor não é para todos.
É bonito ouvir-se dizer que ao sermos empreendedores do nosso próprio negócio podemos ser “donos do nosso destino” e outras coisas semelhantes que servem para nos encorajar mas, como disse o Mário no artigo anterior, é necessário manter um grau de realismo.
Sempre que se fala em apoio à criação de empresas, aparecem mil e um candidatos, a grande maioria sem nenhumas condições para empreender um negócio, pois muitos deles nem sequer sabem bem o que querem fazer, e o que implica na verdade em investimento de energia, tempo e dinheiro, empreender um negócio.
Caso não disponham de capital próprio ( que é o que acontece com a maioria dos sonhadores em ser empreendedores ), segue-se um caminho por vezes penoso de programa em programa e de apoio em apoio, sem que nenhum julgue o seu projecto válido.
Para os poucos resistentes a esta segunda fase e que conseguem passar à fase do arranque do projecto, outra igualmente penosa se segue.
Um empreendedor normalmente é aquele que está no topo do projecto. Se isso é bom em termos de orgulho, muitas vezes representa na prática, o fim da liberdade da vida pessoal.
Um empreendedor muitas vezes “casa” com o seu projecto e tem de vivê-lo 7 dias por semana e 52 semanas por ano. Férias nos primeiros anos não é fácil e os contratempos são diários, desde o cliente que não paga à quebra de energia eléctrica que dá cabo dos computadores ou outros aparelhos eléctricos e electrónicos.
Ser empreendedor implica também ter uma grande resistência física, psicológica e financeira.
O que quis transmitir com estas palavras ?
Que devemos todos desistir de ser empreendedores porque parece ser algo muito difícil ?
Não, nada disso. Podemos sempre perseguir esse sonho de sermos empreendedores mas só o devemos concretizar depois de analisarmos bem quais são as condições de sucesso, quais as condições de insucesso e sobretudo, quais os custos e implicações do insucesso, para percebermos se estamos mesmo dispostos a correr esses riscos.
A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e
quer dizer, aquele que começa algo de novo e assume riscos.

terça-feira, novembro 17, 2009

Empreendedorismo – A Concepção de uma Ideia


Ninguém nasce empreendedor. O empreendedor faz-se a si mesmo. É claro que há indivíduos com uma maior predisposição para empreenderem podendo estes ser mais ou menos influenciados por factores que podem contribuir para que se seja caracterizado como um verdadeiro empreendedor. Aliás, importa perguntar o que é um verdadeiro empreendedor? Será aquele que por sua iniciativa e risco resolve tomar a decisão de investir num novo negócio? O que pretende simplesmente mudar de vida? O que quer investir num projecto social, dedicar-se a uma invenção, a uma ideia nunca antes pensada e explorada ou mesmo a investir nos outros?

Ou é antes aquele que por necessidade e vicissitudes da vida se viu obrigado a empreender? Porque perdeu o emprego, porque tem que enfrentar uma nova dificuldade física ou outra, porque o dinheiro que hoje ganha não é suficiente para atingir os seus sonhos ou suprir as suas necessidades?

E qual destes dois modelos caracteriza o verdadeiro empreendedor? Será um mais empreendedor do que o outro?

É sabido que existem determinados factores que ajudam a criar na pessoa alguns traços de personalidade empreendedora. Por exemplo factores inatos de personalidade, a influência (e história) familiar próxima, a vivência num meio onde as relações sociais e profissionais são mais propensas a tal, em virtude de experiências pessoais e profissionais passadas, a formação académica ou, visto de outra perspectiva, a necessidade então surgida. Mas serão estes factores absolutamente determinantes? Quem tem a certeza?

Por vezes ter suporte financeiro e familiar, parecendo que é o suficiente (algumas poucas vezes é assim) não representa nada se faltarem as ideias, a vontade ou capacidade de as concretizar.

De uma ou de outra forma, acredito que, o que mais determina o sentido de empreendedorismo do indivíduo é, em primeiro lugar, os seus traços de personalidade sendo que esta é determinada por alguns dos factores atrás referidos. Penso igualmente que esta característica é em muito gerada pela influência familiar, experiências sociais, pessoais e profissionais vividas, ainda que estas últimas sejam menos importantes para a questão. Recordemos o que nos ensinam os psicólogos e pediatras quando nos referem que a personalidade da criança se forma durante os seus 3 primeiros anos de vida. E durante estes primeiros anos de vida a criança constitui a sua personalidade baseada nas relações com os seus progenitores i.e. no amor, carinho, atenção e segurança que lhe são dedicados mas também na auto confiança que é possível inculcar nessa criança.

Por isso acreditar numa ideia e num projecto é ter capacidade de sonhar e acreditar nesse sonho. E esse sonho configura a concepção de uma ideia, seja ela qual for. Representa crença, tempo e energia dedicados à mesma.

Se nos centrarmos em concreto no empreendedorismo como a criação e desenvolvimento de um projecto empresarial, a concepção de uma ideia diz respeito ao surgimento de algo na cabeça do empreendedor que se pode consubstanciar no desejo e vontade de criar uma empresa ou um negócio. Essa ideia pode surgir de várias origens ou fontes de inspiração: detecção de uma oportunidade de mercado, aplicação de capacidades e experiência profissional adquiridas, hobbies pessoais, invenção criada pelo próprio, paixão por uma determinada actividade etc.

Qualquer que seja a ideia, esta tem acima de tudo que ser realista e ajustada ao mercado onde pretende prosperar. É neste contexto que deve ser desenhado o perfil da empresa tendo em conta o perfil do empreendedor. Por isso este deve ter em conta uma diversidade de aspectos na fase de arranque do seu projecto como sejam:
A sua experiência no negócio;
A adequação da sua formação profissional ou académica;
Como poderá diferenciar a sua oferta e que valor trará aos seus clientes;
O tipo, dimensão e maturidade do mercado onde pretende entrar;
O tipo de concorrentes existentes;
O perfil de consumidor a que se irá dirigir;
As características do produto ou serviço que pretende oferecer;
As suas necessidades de investimento;
A capacidade e as fontes disponíveis para se financiar;
Os apoios disponíveis à sua actividade;
A regulamentação da actividade se a houver,

para além de outras considerações como o capital social necessário, quem, quais e quantos são os sócios do projecto, a localização da empresa, o tipo de licenças (se necessárias) para operar, entre alguns outros.
Acima de tudo importa perceber se o mercado (clientes alvo) reconhecem a importância e a necessidade da sua oferta e se é exequível a criação e o desenvolvimento do negócio tal qual foi pensado. Por outras palavras, a concepção da ideia e a sua implementação devem ser pensadas de forma realista. E é de forma realista que deve ser alimentado o sonho.

domingo, novembro 15, 2009

Irão abre os braços a Portugal


Com o Ocidente a exercer uma pressão política cada vez maior, o Irão vê-se obrigado a procurar bons negócios a Oriente, sendo Portugal, país com quem já tem 5 cinco séculos de história, a única aparente excepção a Ocidente.

No ano de 2008 Portugal comprou de 286 milhões de euros em energias (sobretudo petróleo) mas o Irão investiu bem menos apenas 29,9 milhões de euros em produtos portugueses, sobretudo maquinaria, madeira e cortiça.

Se por um lado temos acusações ao Irão de violações dos Direitos Humanos, o projecto nuclear iraniano ou os recentes protestos pelas ruas da capital, Teerão (a propósito das últimas eleições presidenciais, nas quais o Presidente Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito), por outro temos visões talvez mais realistas que afirmam que não sendo Portugal um país rico, não se pode dar ao luxo de deixar de fazer negócios com quem quer fazer negócios connosco.

O argumento destes últimos é o de que o dinheiro tem sempre a mesma cor. E se o dinheiro é necessário para a construção de escolas, hospitais, etc, sejam Iranianos ou outro povo qualquer, a pretender os nossos produtos, o melhor é mesmo trabalharmos e produzirmos o que eles quiserem comprar, para crescermos e criarmos mais empregos no nosso país.

Mais uma polémica interessante, que os leitores do blog podem enriquecer com os seus pontos de vista para tentarmos perceber o que de facto é mais importante.

Robert Enke


Todo o texto seguinte é retirado do link

http://desporto.sapo.pt/futebol/internacional/liga_alema/artigo/2009/11/15/50_mil_no_adeus_a_enke.html

Cerca de 50 000 pessoas prestaram hoje a derradeira homenagem no estádio do Hannover 96 ao ex-guarda-redes do Benfica Robert Enke, que se suicidou na terça-feira, aos 32 anos, no auge da carreira, vítima de graves depressões.
Os vários oradores da cerimónia elogiaram o carácter e a simplicidade do futebolista internacional alemão e sublinharam que o desporto e o futebol profissional não são tudo na vida.

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Theo Zwanyiger, apelou a um maior humanismo que vá para além do desporto.

“Não pensem só nas aparências, pensem também no que é intrínseco aos seres humanos, a dúvida e a fraqueza”, disse Zwanyiger, pedindo ainda a todos, profissionais do futebol, dirigentes e adeptos, para depois do luto por Robert Enke encararem a vida “com mais equilíbrio, mais desportivismo e mais respeito”.

O Benfica - clube que Enke representou de 1999 a 2002 e de que guardava as melhores recordações - esteve representado nas exéquias pelo guarda-redes Moreira, seu ex-companheiro de equipa, e pelo vice-presidente Rui Gomes da Silva.

O governador da Baixa-Saxónia, Christian Wullff, usou também da palavra, perante a urna de Enke deposta no centro do relvado do estádio do seu último clube, entre um mar de flores, para exigir que a sociedade repense a sua atitude face ao suicídio.

Aos pés da urna, havia um coração formado por flores brancas. No início da cerimónia, a viúva, Teresa Enke, acompanhada por uma amiga, foi junto da urna, e o estádio inteiro levantou-se e aplaudiu.

O “capitão” da selecção alemã, Michael Ballack, amigo de infância de Enke, depôs uma coroa de flores junto à urna e todos os membros da equipa nacional, presentes na cerimónia, persignaram-se em memória do falecido companheiro.

“No desporto de alta competição, e noutras profissões, as pessoas estão sujeitas a enorme pressão e quem não funciona é imediatamente considerado uma pessoa fracassada”, disse Wullf.

“Não precisamos de robots, precisamos de pessoas com defeitos e virtudes, com fraquezas, com todas as suas maravilhosas características individuais”, referiu ainda o político democrata-cristão, considerando Enke “uma pessoa extraordinária e um magnífico desportista”.

Fora do estádio, milhares de adeptos, a maioria vestidos de negro, quiseram também mostrar a sua dor pela morte de Enke, que foi depois sepultado no cemitério junto à sua casa, em Empede, a norte de Hannover, ao lado da campa da filha Lara, que morreu em 2006, com apenas dois anos, devido a uma malformação cardíaca.

quarta-feira, novembro 11, 2009

Os Velhos não são trapos


A maturidade e a humanidade de um povo também se “mede” pela forma como trata os seus idosos.

Com o aumento da esperança média de vida, tanto nos homens como nas mulheres, é natural o aumento da população idosa.

Muitos idosos conseguem ter a sorte de estarem acompanhados na sua velhice.
Mas outros ( e são bastantes de norte a sul do país ) vivem sozinhos, quer vivam em ambiente urbano, quer vivam em ambiente rural.

A solidão faz muita “mossa” e muitos larápios aproveitam as fragilidades dos idosos para os enganar com todo o tipo de burlas, fazendo-se passar por policias e até por funcionários bancários ou da segurança social.

São pois de enaltecer todas as iniciativas que as autoridades policiais têm tido ao efectuar múltiplas sessões de esclarecimento, alterando os idosos para as burlas e as estratégias usadas pelos burlões.

É triste que “os nossos velhotes”, além de isolados ainda tenham de viver dominados pelo medo.
Mais uma vez não conseguimos ser “Salvadores da Pátria” e acudir a todos os idosos necessitados de ajuda, que por vezes é tão pequena.

Um simples palavra que lhes dirigimos ou o simples escutar do que eles têm para dizer, pode fazer toda a diferença.

Outro gesto simples que podemos fazer é limpar as lentes dos óculos de um idoso.

É impressionante como é que com o passar dos anos, até um elementar gesto de limpeza de lentes caia no esquecimento e vemos o olhar do idoso escondido por detrás de um “nevoeiro” que mais não é do que umas lentes sujas.

Mas até este simples gesto deve ser efectuado com cautela.

Muitas vezes até as armações dos óculos dos idosos estão partidas e mal coladas ou simplesmente presas por fita-cola.

Os óculos dos idosos apresentam muitas fracturas, mais fáceis de curar do que as fracturas nos seus corações, realçadas por um envelhecimento triste e cada vez mais isolado de um mundo a que tanto deram e que agora, salvo raras excepções, lhes volta as costas.

Benditas as forças policiais que os alertam e protegem.

terça-feira, novembro 10, 2009

“ Condenados à Diferença ? “


Assinalaram-se esta quarta-feira os 20 anos da queda do Muro de Berlim.

Foi sem dúvida um dos grandes acontecimentos do Século XX, que teve como impulsionador indirecto o então Secretário Geral do Partido Comunista Soviético.

Mikhail Gorbachev anunciou em 1988 que a União Soviética abandonava oficialmente a Doutrina Brejnev, ao admitir que a Europa de Leste adoptasse regimes democráticos, se desejassem.

Isto levou à corrente de revoluções de 1989, nos países de leste, através das quais o comunismo “colapsou”. Revoluções essas que se realizaram de forma pacífica, como na Alemanha, com a queda do muro de Berlim.

À queda do muro sucedeu-se a reunificação das 2 Alemanhas ( Oriental e Ocidental ) e a promessa de uma vida melhor para os Alemães de Leste.

Apesar dos empolgantes discursos ( como o de Gordon Brown ) na cerimónia de comemoração dos 20 anos da queda do Muro de Berlim ( alguém sabe dizer-me porque Obama não foi tendo-se feito representar por Hillary Clinton ? ), apesar destes empolgantes discursos dizia eu, a verdade é que as diferenças entre os cidadãos da Alemanha de Leste para os seus compatriotas da parte Ocidental continuam vincadas.

Os jornalistas diziam que bastava olhar para o modo como as pessoas se vestiam para saber se eram de Berlim Ocidental ou de Berlim Oriental. Isto e o facto de se ouvir dizer que “ O Muro ainda não caiu”, refrearam-me um pouco o entusiasmo nestas comemorações, apesar da simbologia e beleza estética da queda de um muro feito por infindáveis peças de dominó.

Muitos habitantes de Berlim Oriental e muitos habitantes da antiga RDA em geral continuam passados 20 anos, a ter más condições económicas e fraco acesso a emprego.

Não pretendo aqui cavar mais um discurso pessimista. Pretendo apenas referir que mudanças tão profundas como esta, que as duas alemanhas estão ainda a atravessar, levam muitos , muitos anos a efectuar, ultrapassando gerações. Não é fácil a gestão de expectativas.

Muitas vezes, lá como cá, palavras como igualdade de oportunidades soam muito bem, mas têm pouca tradução prática e compete a cada um de nós, não baixar os braços e lutarmos por vencer batalha a batalha, a luta contra as diferenças.

domingo, novembro 08, 2009

O Interior está um pouco esquecido mas não está morto


É tendência natural muitos povos fixarem-se junto ao litoral, esquecendo zonas interiores dos seus territórios. Portugal segue também essa tendência mas começam-se a vislumbrar sinais de mudança embora ainda um pouco ténues.

Gostaria de partilhar com todos visitantes do nosso blog, um dos locais que só agora descobri que existe, embora tenha sido inaugurado há 3 anos e meio.


O texto a seguir é transcrição de parte de um link que fala sobre um Parque Natural próximo da longínqua localidade de Barrancos ( Alentejo ).



O Parque de Natureza de Noudar, propriedade da EDIA, assume-se como uma referência no panorama nacional do turismo de natureza. É um exemplo inovador da forma como as actividades turísticas podem e devem contribuir para a preservação do património natural e para a conservação da biodiversidade.

O conceito deste projecto baseia-se no princípio de que o uso e a actividade promovem a conservação dos territórios. O Parque integra-se numa estratégia de oferta local de emprego qualificado em áreas tão diversas como lazer, gestão cinegética, hotelaria e novas tecnologias associadas à interpretação ambiental.

O Centro de Interpretação Ambiental, outra valência diferenciadora do Parque, tem como objectivo a produção e distribuição de conteúdos, apresentados em formato multimédia e apoiados em contributos de especialistas em conservação da natureza e do património.

A distribuição desta informação será realizada no local através do Guia Digital de Noudar – um dispositivo portátil (da dimensão de um telemóvel) que disponibiliza informação que vai desde o canto de aves aos comentários gravados em vídeo dos especialistas nas diversas matérias, de acordo com o local em que o visitante se encontra.

O Parque de Noudar é um projecto fundamental não só como referência no turismo de natureza nacional, mas também como motor de desenvolvimento económico e social da região, demonstrando que é possível conjugar turismo, economia e biodiversidade.


Fim da transcrição.

Julgo que vale a pena assinalar o último parágrafo, a constituição de mais um projecto que serve de motor de desenvolvimento económico e social de uma região isolada, e para aqueles que tiverem mais curiosidade em conehcer este projecto aqui fica o link do Parque.