Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

domingo, setembro 27, 2009

Etapas da Internacionalização – As soluções de acesso ao mercado exterior


1. Na sequência do tema relativo às etapas de internacionalização abordarei agora a questão das soluções de acesso ao mercado exterior. É sabido que Portugal é essencialmente um país de micro e pequenas empresas. Recente estudo da Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE) aponta para a existência de 322.881 empresas em Portugal das quais 80% (259.021) são micro empresas – menos de 10 trabalhadores. As pequenas empresas – com menos de 50 trabalhadores - representam 15% do total (48.000). Já as médias empresas – menos de 250 trabalhadores – correspondem a cerca de 5% (15.000) e as grandes empresas – com mais de 250 trabalhadores - 0.3% (860).

2. Com este quadro não será difícil perceber as limitações à internacionalização da maioria das empresas nacionais em especial quando têm que optar pelas diversas soluções de acesso ao exterior. Estas passam por soluções de domínio total, domínio parcial ou domínio reduzido.

3. Nas soluções de domínio total são do controlo total da empresa as vendas a realizar e são caracterizadas pela constituição de filiais comerciais, sucursais, escritórios de representação, representantes assalariados ou agentes comerciais.

4. Nas soluções de domínio parcial as vendas realizam-se em regime de cooperação com outros intervenientes sendo aquelas caracterizadas pela existência de soluções de franchising, joint ventures ou agrupamentos de exportadores.

5. Já nas soluções de domínio reduzido as vendas são realizadas por intermediários e logo com menor controlo por parte da empresa exportadora, caracterizando-se pela exportação indirecta, existência de importadores, distribuidores, concessionários ou centrais de compras no país destino.

6. Se as soluções de maior domínio representam uma vantagem para as empresas exportadoras pois permitem-lhe a definição da estratégia a adoptar, um maior controlo das actividades e vendas e a obtenção de algumas sinergias entre as empresas interligadas, elas representam porém a exigência de um maior esforço financeiro pelo investimento a realizar.

7. Em contrapartida, soluções de internacionalização mais ligeiras que exigem menor esforço financeiro e de investimento fogem ao controlo das empresas exportadoras uma vez que quer a estratégia comercial quer o desenvolvimento das vendas está no domínio de terceiros.

8. É no campo das capacidades financeiras das nossas PME´s que residem alguns dos principais problemas da internacionalização. A maior parte destas necessita de recorrer a capitais alheios – Bancos – para financiar esse esforço de internacionalização. E muitas vezes não conhecem as diversas soluções disponíveis ou não as conseguem pagar.

9. Consoante o modelo de internacionalização adoptado pelas empresas assim existirão diferentes tipos de soluções financeiras ajustadas às suas necessidades. Para as operações de domínio reduzido, podem dispor de linhas de apoio à importação que servirão para financiar as aquisições de matérias-primas, subprodutos, produtos ou equipamentos a exportar. Podem também dispor de linhas de apoio à exportação mediante as quais podem antecipar receitas relativas às exportações efectuadas ou beneficiarem de cartas de crédito emitidas no âmbito das suas importações ou como garantia de recebimento pelas exportações.

10. Já perante operações de domínio parcial ou total o esforço financeiro e as necessidades de capital serão maiores. Nestes casos, para além dos produtos de financiamento a curto prazo, existem diversas soluções entre as quais os empréstimos bancários de médio e longo prazo, normalmente pelo prazo de 5 a 8 anos, os quais se destinam a financiar investimentos (internos ou externos) no seu arranque, no início do seu curso ou já em fase de crescimento.

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