Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, julho 29, 2009

Reformas no Serviço Nacional de Saúde - V



Encerramos este trabalho colectivo do FRES sobre o Sistema Nacional de Saúde com a publicação da última parte do artigo já publicado.


5. Em defesa de apoio psicológico

Para além das propostas para o SNS, importa referenciar igualmente os comportamentos dos profissionais de saúde e a qualidade do apoio psicológico que qualquer unidade de saúde deve prestar, factores determinantes para a população aferir sobre a qualidade dos serviços de saúde.
Verifica-se em Portugal, por demasiadas vezes, uma falta de sensibilidade (em particular nas grandes unidades hospitalares) para as questões relacionadas com o apoio psicológico e emocional que em muitos casos tem que ser prestado não só aos doentes mas aos seus familiares.

Este apoio pode muitas vezes resumir-se apenas à prestação de informações à familia sobre o estado do doente ou do resultado de uma intervenção cirúrgica. Estes comportamentos reflectem a falta de alguns conhecimentos ou de formação básica em psicologia que consideramos ser absolutamente necessários a um profissional de saúde competente.

Os doentes (ou os seus familiares) num qualquer hospital, são sempre “clientes” em situação fragilizada pelo que o apoio emocional e psicológico, por mais simples que seja, é muitas vezes indispensável. Um apoio familiar adequado é um factor determinante para a classificação do que é “a qualidade da saúde do país”.

Reformas no Serviço Nacional de Saúde - IV


4. Propostas para o SNS

A grande questão a colocar às pessoas é se julgam que o Serviço Nacional de Saúde deve ou não assegurar o serviço básico de saúde a todos os cidadãos, independentemente da sua capacidade financeira.

Em nossa opinião julgamos que sim uma vez que esta é claramente para nós uma função social do estado ao qual ninguém se deve substituir. Este é um dos papeis fundamentais que assiste a um estado de direito, moderno, democrático e cumpridor dos principios de solidariedade social. Todos devem ter acesso livre e gratuito à saúde, ainda que, em certos casos, possa haver lugar ao pagamento de taxas moderadoras ou para serviços complementares, sempre no estricto cumprimento do principio da equidade i.e., quem mais paga, é quem mais pode pagar.

Aceitamos contudo um modelo complementar de serviço de saúde privado, utilizado por todos aqueles que apresentem condições financeiras de o pagar. Este pode e deve ser colocado em casos excepcionais ao serviço do cidadão comum, no âmbito do serviço público, sempre que este não esteja em condições de actuar no âmbito público, pela urgência ou gravidade de determinadas situações. O seu custo deverá ser, nestes casos, suportado pelo estado.

Um outro factor que afecta a boa prestação dos cuidados públicos de saúde prende-se com a descentralidade dos serviços. A designada desertificação do país deve ser tida em atenção, de modo a não se criarem fenómenos de descriminação quer na qualidade e diversidade dos serviços prestados quer na disponibilidade dos equipamentos. Nos casos em que estamos perante situações de interioridade, a politica da saúde não pode ser medida e avaliada apenas por critérios economicistas relativamente às unidades prestadoras desses serviços. Estas deverão ser preocupações de um estado social.

Acreditamos seguramente que se houvessem condições técnicas e pessoais, provavelmente muitos médicos e profissionais de saúde estariam disponíveis para trabalhar fora dos grandes centros urbanos. Parte do problema reside, sabemos, na falta de dinheiro, o que não permite expandir os investimentos para um interior menos povoado, levando assim ao corte das verbas para onde há menor procura de serviços médicos.

quinta-feira, julho 23, 2009

Sintra não é como Paris


A Câmara de Sintra quer transformar o concelho na Capital do Romantismo.
Quem conhece bem Sintra facilmente reconhecerá que este projecto tem fundamentos muito fortes.


Sintra é um lugar único em Portugal, e talvez na Europa e no Mundo.

Uma das jovens turistas estrangeiras entrevistadas recentemente por uma estação televisiva, disse espontaneamente que Sintra é um lugar muito bonito e disse ainda que Sintra é como Paris.

Dizer que Sintra é um lugar muito bonito é aceitável sem qualquer tipo de problema. Já quanto à afirmação de que Sintra é como Paris, tenho de confessar que me causa algum incómodo.

O Professor José Hermano Saraiva há muitos anos que diz que se queremos vingar a nível internacional, temos de promover o que cada região tem de diferente. Ser bom não basta, é preciso ser diferente.

Sei que é um pouco ( ou muito ? ) presunçoso da minha parte pois nunca estive em Paris mas não posso aceitar de modo algum que tentem dizer que Sintra é como Paris. Paris tem muitos encantos e acredito que seja uma cidade fantástica.

Já a nossa Sintra é especial por um micro-clima único que potenciou uma série de outros factores em redor:
- Potenciou uma Paisagem absolutamente deslumbrante, quer se esteja embrenhado na Serra de Sintra, quer se esteja no seu topo contemplando toda a região da Grande Lisboa.
- Potenciou a Construção de Castelo, Palácios, Convento, Parques, e um sem número de Quintas de beleza sem paralelo.
- Potenciou uma atmosfera propícia a romantismos e misticismos.

Milhares de turistas de todo país e de todo o mundo visitam Sintra todos os anos. Todos eles saem encantados com tudo o que vêem e sentem ao pisar aquele pedaço especial da terra.

Os turistas que visitam Sintra uma vez, ficam a conhecer o Palácio da Vila, O Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros, o Palácio de Seteais e talvez pouco mais. Ficarão também a conhecer o centro da vila que tem muitos atractivos em termos de artesanato e guloseimas como os famosos Travesseiros da Periquita.

Mas eu que conheço Sintra desde os meus 15 anos, recomendo que quem ainda não conhece Sintra, a visite cem vezes. Em cada visita descobrirão novos cantos e novos encantos. Sintra é uma caixinha de surpresas sendo uma das mais deslumbrantes a Quinta da Regaleira. De carro ( ou a pé para os mais aventureiros ), há muito mais a descobrir nas estradas de Sintra desde o Palácio de Monserrate ao Convento dos Capuchos.

Todos esses momentos são temperados por um clima fresco e húmido, um privilégio, especialmente nestes dias de verão.

Quem conhece Sintra e Paris diga-me por favor, Sintra é como Paris ?

segunda-feira, julho 20, 2009

Época do Detalhe, Pormenor e Rigor

Época do Detalhe, Pormenor e Rigor

Vivemos numa “arena” social onde se tudo se passa a uma velocidade abismal, onde não há tempo para parar escutar e observar. O dia é constituído por 24 horas, 1440, marcados por “Blocos”, género manhã até almoço, tarde até ao jantar, e por continuidade…reparamos que as horas, os dias, as semanas, meses, anos passam e não ligamos ao conjunto de pormenores que constituem as peças do puzzle que é a vida.

Os detalhes da Vida, aqueles momentos singulares que todos nós temos no nosso dia-a-dia mas que não damos conta por força do hábito, ie da própria rotina, que passam despercebidos, enfim que não valorizamos…os pormenores que marcam a diferença!

Há dias num café, observei que, estando a Senhora (a funcionária) na outra ponta do balcão
(no fundo do estabelecimento), e ao sentir a entrada de mais um suposto Cliente na loja disse sem tirar os olhos da tarefa que estava a realizar; “Café?”. Reparei e percebi de imediato que a interrogação era para a última pessoa/cliente que acabaria de entrar.

A Cliente, neste caso uma Senhora, dirigiu-se à montra rica em bolos e também percebendo que a interrogação se destinava a ela, deixou “cair” a interrogação e com calma, aguardou pelo “face-to-face” com a Senhora do Café.

Neste caso, bem como em muitos outros devido à rotina, pensamentos exteriores, outras variáveis, o detalhe, neste caso grande detalhe, leva-nos comuns cidadãos, seres sociais a evitar a Comunicação, ao desenvolvimento de relações inter-pessoais, à Escuta ao mero diálogo, ao simples e mero trocar de olhar, à linguagem não verbal.
Ao invés de sermos “robotizados”, mecanizados tentemos dar um “ar” mais natural, humano aos pormenores, detalhes da Vida, não falo apenas na execução, pois todos nós queremos ser e ir ao encontro do perfeccionismo, mas sim na observação, escuta, no pensamento!
No tentar decifrar o “Porquê” daquelas respostas, daquela atitude, na utilização daquele objecto em virtude de outro, nas palavras ditas, por exemplo, já dizia os sábios chineses: “As palavras que usamos influenciam a vida que vivemos. Escolha-as sabiamente!”.
Neste nível conseguimos não ver apenas e só ver a árvore, mas sim a Floresta!
Talvez possamos preencher os 3 Ego´s: o “id”, o “ego” e o “superego”. Possamos preencher o nosso jornal da vida com mais alegria compreensão, satisfação, entusiasmo, paixão e vontade, e rigor, enfim como dizem os franceses “rapport”!

Vamos junto do detalhe do pormenor, ao rigor, ao singular, do geral ao isolado, escutar perceber sem cair de uma forma simples e “gratuita” em comentários/observações.

Fazer o que tem de ser feito dando relevância aos “inputs” nossos, dos outros e fortalecer desta forma a nossa Linha de Pensamento. Tentar ser jornalistas, ie falar/pensar apenas no “Eu”, isentos no discurso, observar, escutar, ainda remontando aos sábios chineses “Temos uma boca e dois ouvidos, mas jamais nos comportamos proporcionalmente”.

Despertemos o nosso ser social (não num só sentido, do nosso mas dos outros para connosco, sem cairmos na standarização, no “pret-à-corter” que a sociedade de forma directa e indirecta nos tenta influenciar!
Valorizemos os detalhes, os pormenores o rigor, dos nossos e dos outros, Quando?, Como? Em que Circunstâncias?
Hoje! Escutando/Observando e Pensando! Sempre!

Alexandre Motty

quarta-feira, julho 15, 2009

Crises e Oportunidades


A Pandemia de GRIPE A é uma crise global pois está a afectar o mundo inteiro.
Não é demais relembrar os conselhos e os esclarecimentos de dúvidas, pois está em causa a saúde de todos.

Ficam aqui alguns links onde se encontram muitos esclarecimentos e cuidados a ter para enfrentar a Gripe A.
A Informação oficial do Ministério da Saúde pode ser vista em:
http://www.dgs.pt/ms/2/default.aspx?pl=&id=5509&acess=0&cpp=1 (microsite)

Outros portais apresentam conselhos semelhantes com outra apresentação:
http://saude.sapo.pt/abc_saude/g/gripe_a/ver.html?id=1006800
Sendo uma crise global que deve ser encarada com serenidade e seriedade, a GRIPE A está também a provocar movimentos positivos em todo o mundo.
A prova de que ela, sendo uma crise constitui também uma oportunidade, é dada pela rápida troca de informação via internet entre milhões de pessoas em todo o mundo, sobre os cuidados a ter para se lidar com a Gripe A.
Se repararmos bem, veremos que muitos dos conselhos incluem cuidados gerais de saúde, que andavam alheados de muitas pessoas, ou seja, como não havia algo tão grave, as pessoas nem se lembravam da necessidade de se lavar frequentemente as mãos (antes e depois das refeições, após a ida à casa de banho, entre actividades, etc)
Ao se lavar as mãos de forma correcta, podemos ver um exemplo em (http://www.youtube.com/watch?v=V1SiYgLvYEU ) não estamos só a prevenir a Gripe A mas também outras doenças pelo que esta crise é de facto uma oportunidade para se passar mensagens à população, que de outra forma, pouco impacto teriam.
Deve-se procurar efectuar também uma boa ventilação de ambientes habitualmente fechados.
Constatamos assim que uma crise não traz exclusivamente más notícias.
Podemos aprender com ela e aproveitar as oportunidades que ela apresenta.

domingo, julho 12, 2009

Desistir ou Insistir ?


O prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus afirmou ontem que a crise económica global pode constituir uma oportunidade para uma mudança social positiva.

Yunus, fundador de um sistema de micro-crédito para os pobres, falava em Joanesburgo durante uma palestra em honra do antigo presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que completa 91 anos no próximo dia 18.

O economista, do Bangladesh, defende que a crise financeira mostrou que as formas tradicionais de negócios não funcionam e advoga, pelo contrário, um modelo novo de negócios sociais que possam ajudar a reduzir a pobreza, proporcionar cuidados médicos e água potável às pequenas localidades.

Fundador do Projecto Banco dos Pobres que se oficializou em 1983 com a Constituição Formal do GRAMEEN BANK, Muhammad Yunus continua a ser uma voz de esperança para um equilíbrio social que quase todos desejam mas poucos trabalham para que aconteça.

Um dos méritos do Professor Yunus reflecte uma ideia recentemente realçada por uma pessoa próxima em termos profissionais, ou seja a necessidade de insistir em vez de desistir.

Como é que palavras com uma fonética parcialmente similar podem de uma forma tão determinante, traduzir consequências tão diferentes ?

Face a todas as dificuldades que qualquer projecto enfrenta, uma das atitudes naturais é desistirmos. Muhammad Yunus nunca desistiu, e o facto de em 2006, conjuntamente com o Banco Grameen, que ele próprio fundou, terem alcançado o prémio Nobel da Paz, mostra que muitas vezes o caminho não passa por desistir mas sim por insistir.

Neste processo de insistência, a participação de todos ou de uma grande maioria, torna muito mais fácil a prossecução de objectivos bons para toda uma comunidade.

A nossa principal preocupação é uma comunidade especial chamada Portugal.

Não somos os únicos a querer que muitos rumos errados se alterem. Não somos os únicos a contribuir de forma livre e espontânea para que mais ideias se debatam e mais consensos se alcancem.

Quando o caminho mais fácil é desistir, continuaremos a optar por insistir constituindo assim um "Porto de Abrigo" para todos os que não se querem resignar.

Não é necessário que todos se dediquem a esta ou a outras causas em regime exclusivo. Basta que paremos e dispensemos uns minutos por semana para entender que uma sociedade coesa não se constrói com todos os seus elementos a fecharem-se em “bunkers de egoísmo”.

Sem prejudicar o que cada um alcançou com o seu próprio mérito, é possível construir um espaço complementar de contribuição para uma vida melhor de toda uma sociedade. Podemos não ter ainda noção de quais são os grandes desígnios nacionais que os nossos dirigentes deveriam traçar. Mas o desígnio de cada um em contribuir de forma parcial e complementar a outros objectivos pessoais que traçam para si próprios, não me parece um desígnio tão difícil de alcançar.


Basta mudar algumas letras e transformar o desistir em insistir.

sábado, julho 04, 2009

A vida é um jogo



Um apontamento prévio, para nos situarmos no contexto e, para não expressar apenas a minha opinião e minimizar o efeito da subjectividade, recolhi as considerações abaixo na “Wikipedia”. Assim temos:

“Jogo é uma actividade estruturada ou semi-estruturada, normalmente praticada com fins recreativos e, em alguns casos, como instrumento educacional. É, geralmente, distinto do trabalho, que visa remuneração e da arte, que está geralmente associado à expressão de idéias. Esta separação não é sempre precisa, assim, há jogos praticados por remuneração e outros associados à expressão de idéias e emoções.”
“Ingénuo é alguém, por definição natural; simples,
inocente, onde não há artifício ou malícia.”
Quotidianamente vamos assistindo a diversos jogos, nomeadamente desportivos, de poder, de estratégia, politicos, de influência, de interesses, etc., o que nos leva a crer que , de facto, a vida não é mais do que um jogo.
Se atentarmos ao que nos rodeia, somos capazes de encontrar alguns exemplos que ilustram estas considerações e nos reduzem as nossas margens de incerteza.
Por exemplo, ao nível desportivo, temos um clube que, sistematicamente, nestes ultimos anos, não conseguindo afirmar-se desportivamente no local próprio, procura logo argumentos de secretaria para se manter no escalão que pretende, acusando os outros de irregularidades e de se aproveitarem da ingenuidade dos demais. Enfim, é um outro tipo de jogo, não se joga com bolas mas com influências. Serão jogos de interesses? Quem sabe?
Outro exemplo é o caso de um Banco, onde alguém com responsabilidades de gestão, que até já teve funções públicas, não sabia o que se passava, crédulo da honestidade dos outros, foi enganado! Ah! Mas antes tinha ido às instâncias de controlo pedir para ser controlado. Afinal sabia? Ou não sabia? Mais um ingénuo e só agora vai tomando conhecimento pela imprensa … alguém se andou a aproveitar da inocência dos outros … não há direito! Ou será mais um jogo de estratégia? Quem sabe?
Há também o caso de um centro comercial, na outra margem, em que todos desconheciam que havia facilidades concedidas com a ingenuidade e boa vontade própria dos inocentes. Ninguém sabia de nada, mas alguém sabia e aproveitou-se da pureza dos outros. Já não se pode ser sério e honesto! Ou será mais um jogo de poder? Quem sabe?
Então e na Educação? Será que o problema está na avaliação dos professores, na definição dos estatutos do aluno ou na carreira dos docentes? Ou será que alguém se está a aproveitar desta situação, baralhando os dados, para se autopromover socialmente? Ou será mais um jogo de interesses? Quiçá políticos? Quem sabe?
Pois é, somos um país de jogos e jogadores, e admiramo-nos de quê? Não dizem que a vida é um jogo? Todos nós , à nossa maneira, somos jogadores .
Mas parece que ninguém quer saber das situações a resolver, o que querem é resolver as suas situações! Afinal viver a vida resume-se a jogar o jogo!
Porém, há um aspecto comum a alguns destes jogadores, é o facto dos seus bolsos , sem qualquer intenção ou malícia, ficarem cheios, como?
Como diz o velho aforismo popular “Quem cabritos vende e cabras não tem … de algum lado lhe vem!” Pois é, parafraseando uma velha máxima, concluiria dizendo que viver não custa … o que custa é saber viver ... ou jogar! Para bom entendedor …

quinta-feira, julho 02, 2009

Reformas no Serviço Nacional de Saúde - III



3. Que investimentos alternativos?

Em face das limitações orçamentais onde é que se torna prioritário investir? Em megaestruturas como o novo aeroporto na OTA ou no TGV? Numa nova cidade aeroportuária? Ou em novos hospitais e centros de saúde adequados às características demográficas de uma população cada vez mais envelhecida?

Se o país não apresenta capacidade financeira para abraçar todos os grandes (e importantes não temos dúvidas) projectos, terá que fazer escolhas e opções. E estas parecem-nos claras.
Não há estado de direito verdadeiramente solidário e social que não proporcione aos seus concidadãos a dignidade de uma saúde tendencialmente gratuita mas onde se favoreça de igual forma um serviço de saúde privado, visando este naturalmente o lucro, como uma qualquer outra actividade económica mas exigindo-se dele a melhor qualidade. O que terá maior impacto na competitividade, notoriedade ou reputação do país face ao exterior? Aquelas infra-estuturas ou uma rede de hospitais e unidades de saúde do melhor nível, com profissionais de saúde altamente motivados e dedicados, que sirva não só os cidadãos nacionais mas todos aqueles que nos visitam (temos uma população europeia igualmente envelhecida) tornando assim o país apelativo e atractivo a quem nos pensa visitar? Não será o turismo uma das apostas estratégicas de Portugal para o futuro?

Pensamos que para a coexistência de um bom serviço de saúde público com um privado de elevado nível podem adoptar-se nalguns casos o modelo das parcerias público-privadas, do qual resultará, se desenvolvido de forma correcta e eficaz, uma solução favorável à população. Parece-nos lógico combinar a experiência pública e a capacidade financeira do estado na área da saúde, com os meios e experiência de gestão que alguns operadores privados podem trazer para esta relação.

Há na Europa bons exemplos destas parcerias, que funcionam com benefícios e custos equivalentes para ambas as partes ( à parte o modelo de saúde nórdico que privilegia o papel e a responsabilidade social do estado nesta área e que é no entanto um modelo de sucesso).