Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quinta-feira, junho 11, 2009

Queremos Explicações

Embora já metade do País esteja a preparar-se para ir de férias, ainda existem tarefas e provas importantes a cumprir. Relembro hoje a recta final em que estão muitos dos alunos candidatos ao acesso ao ensino superior, recomendando que leiam o artigo sobre explicações no link
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1259827

Todo o texto é extremamente interessante, nomeadamente para nós que abordamos de forma regular e contínua as questões relacionadas com a Educação.
Transcrevo os seguintes 2 parágrafos para vos dar uma ideia do artigo, relembrando de seguida pontos e afirmações extremamente pertinentes, oportunos e preocupantes.
“ A poucos dias do início dos exames do 12.º ano, a maioria dos centros de explicações estão lotados devido às inscrições de última hora. Os alunos que vão concorrer ao Ensino Superior procuram cada vez mais o apoio de explicadores e ainda chegam inscrições, sendo Matemática e Físico-Química são as grandes dores de cabeça.. "Continuam a aparecer alunos", reconhece Sara Amado, directora do Nota 20, em Lisboa.
A partir de terça-feira e até 23 de Junho, 156 860 alunos vão ser postos à prova na primeira fase dos exames nacionais. E se alguns começam a preparar a época desde o início do ano lectivo, a maioria apenas se preocupa na véspera do exame, inscrevendo-se à pressa nas explicações. Uma situação que para a professora Maria Saraiva de Menezes "é uma causa perdida". A autora do livro "30 Conselhos para Educar o Seu Filho" considera que as inscrições em cima da data revelam "a atitude portuguesa da irresponsabilidade de tentar a sorte à última hora". “
Para verdadeiramente resolvermos um problema, devemos começar por identificar as suas causas pelo que considero importante reter para nossa análise os seguintes pontos/ afirmações:
- Estudo de última hora não é recomendado por professores nem por explicadores que não garantem sucesso.
- Mas os jovens tentam tudo para não falhar nas provas.
- Matemática e Físico-Química são as grandes dores de cabeça.
- E se alguns começam a preparar a época desde o início do ano lectivo, a maioria apenas se preocupa na véspera do exame…o que revela "a atitude portuguesa da irresponsabilidade de tentar a sorte à última hora".
- Os próprios centros de explicações não garantem sucesso de resultados para os alunos que chegam nos últimos dias.
- Estudo individual pode custar cerca de 170 Euros por mês.
- Os números de inscritos espelham a confiança dos jovens e pais nas explicações. E os explicadores culpam a escola por não ensinar a estudar em casa. "A maior parte dos alunos não sabem estudar sozinhos e quando têm uma dúvida param", diz Mónica Pinto.
- Albino Almeida da Confap (Confederação das Associações de Pais) também aponta o dedo ao sistema de ensino. "A escola ensina todos da mesma maneira e esquece-se que todos aprendem de forma diferente". Por isso, os pais que têm dinheiro têm de se socorrer das explicações para ajudar os filhos a ter boas notas, critica.

Estes pontos são claros e sintomáticos de uma forma de ser estar e pensar de muitos portugueses. As deficiências do sistema de ensino e da própria educação que os pais dão aos seus filhos, deixam muitos jovens completamente perdidos e desorientados.
Toda a educação dos jovens deveria ser no sentido de ajudar a formar adultos conscientes, responsáveis e organizados, qualidades indispensáveis para se tornarem bons profissionais.
No entanto ano após ano vemos os mesmos erros a serem cometidos por quase todos os envolvidos directa ou indirectamente no sistema educativo.
Não basta dizer que temos de ser mais competitivos no panorama da globalização, etc, etc
Há que trabalhar dia-a-dia, mês-a-mês, ano-a-ano, para que aprendamos a corrigir os erros e a fazer as coisas certas.

1 comentário:

Mário de Jesus disse...

Excelente artigo Otávio

De facto dá que pensar a frase de que "a escola ensina todos de forma igual esquecendo-se que todos aprendem de forma diferente".

Não podemos atribuir à escola todas as responsabilidades pelas dificuldades dos alunos naquilo que é mais elementar - saber estudar, aprender a estudar - esse é inquestionávelmente também um papel dos pais.

Não podemos pretender que todos os males e falhas radicam na escola e nos professores.

Agora o que pergunto também é quantos professores lembram dia-a-dia o quanto é importante ensinar os seus alunos a estudar - em vez de apenas se focarem na preocupação em cumprir calendários e programas?