Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, abril 01, 2009

Sinais de alerta social


Dizem-nos as últimas notícias, confirmando o que muitos sabiam e outros suspeitavam, que a actividade económica está em arrefecimento, por outras palavras em queda. Como consequência, o desemprego aumenta, o consumo interno tropeça e o clima de pessimismo, descrença e preocupação instala-se entre os portugueses.

Algo que foi já reconhecido pelo Ministro das Finanças, usualmente o último bastião e resistente das más notícias.

Neste quadro em que vive o país, e preocupemo-nos apenas agora com o nosso, vislumbramos sinas de preocupação e alerta social vindos de vários quadrantes. Não apenas da oposição, usualmente por fins políticos aproveitadora das más notícias, mas também de várias associações empresariais, centrais sindicais, população em geral, Presidente da República e agora também do Governo.

Atendendo às dificuldades que o país atravessa, há que ter em séria atenção os riscos de desagregação e instabilidade social e tudo o que isto comporta ou representa. Famílias inteiras desempregadas, jovens sem futuro imediato, talentos sem ocupação, desmotivação, riscos de não conseguir garantir os mais elementares meios de subsistência como alimentos à mesa ou educação dos filhos, sinais de degradação social e aumento de violência, são fenómenos aos quais tem que ser dada toda a atenção e sobre os quais têm que ser tomadas medidas concretas pelas autoridades.

Não sabemos se de forma individual ou coordenada numa plataforma transnacional (no seio e âmbito das politicas comuns sociais da UE) torna-se cada vez mais evidente e indispensável uma acção social coordenada sob pena de assistirmos ao agravamento de fenómenos de desagregação social, aumento da criminalidade de uma forma descontrolada que afectará o tecido social e o equilíbrio civilizacional do país. Seja como for essa acção tem que ser levada à prática e já.

E quando para tal é necessária toda a ajuda, atenção e meios disponíveis (financeiros, humanos ou outros) importa focalizar a estratégia. E essa estratégia tem obrigatoriamente que passar pela canalização de uma acção concertada entre todas as forças políticas, associações empresariais e sindicais, forças vivas da sociedade civil ou seja os cidadãos, partidos e orgãos de tutela para um desígnio nacional. E esse desígnio nacional é salvar o país. Da instabilidade e riscos sociais que estão aí à porta.

Posto isto há que estabelecer prioridades. E estas têm obrigatoriamente que passar por salvar primeiro os cidadãos e combater o difícil quadro social. Gastando o que temos e o que podemos para tal. Adiar aquilo que nos vai fazer consumir esses recursos designadamente para grandes obras, as quais, neste momento, todos podemos dispensar por um pouco mais de tempo.

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