Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

segunda-feira, abril 27, 2009

Todo o Alentejo deste mundo

“ A maior feira agrícola que anualmente se realiza em Portugal atingiu a maioridade. De 29 de Abril a 3 de Maio, a 26ª edição da OVIBEJA – que elege a cultura do olival e a produção do azeite como temática central – mantém-se fiel às suas linhas fundadoras.

Alia a tradição ao desenvolvimento, associa os saberes populares às mais arrojadas inovações tecnológicas, alia as culturas antigas à produção de riqueza e de bem-estar para as novas gerações.
Considerado o maior evento cultural, político, económico e social do interior do país, a OVIBEJA continua a congregar “Todo o Alentejo Deste Mundo”. “
Eu pretendo ir à Ovibeja. Nunca fui, e gostava de conhecer. Digo bem, gostava pois a parte mais complicada é mesmo encontrar alojamento.
No site da feira www.ovibeja.com de onde retirei a introdução deste post, aparecem uma lista enorme de possíveis soluções de alojamento. Ao fim de meia dúzia de telefonemas resolvi desistir pois a resposta è a mesma: está tudo esgotado há pelo menos 2 semanas.
Talvez não seja ainda desta que consiga ir à Ovibeja mas fico contente por continuar a ver que certames desta natureza têm tanto êxito. É um sinal de dinamismo dado por uma cidade interior do país e de um Alentejo que tem tanto para nos oferecer.
As feiras têm sido uma grande resposta de muitas regiões do nosso país. De norte a Sul vemos os diferentes municípios a apoiar feiras de actividades económicas, sendo uma excelente montra de produtos regionais.
Como atractivos adicionais, temos nestas feiras muitos espectáculos culturais, incluindo espectáculos musicais, dança e teatro.
São feiras que aglutinam as gentes das redondezas do local onde se realizam, mas que atraem muitos visitantes de paragens mais distantes.
Certamente que os visitantes deste blog conhecem inúmeras feiras de actividades económicas por todo o país. Caso não conheçam mas saibam de alguma, aproveitem para ir pois vão gostar de certeza.
O nosso país tem tanto para oferecer e nestes eventos ficamos a conhecer muito do Portugal real e actual; Sempre tradicional e no entanto cada vez mais inovador.

domingo, abril 26, 2009

“Assaltos” Legais

No ano passado comprei um Computador Portátil.
Como não tinha disponibilidade financeira para pagar a pronto, optei pela hipótese que a Loja me dava de comprar a crédito, em 12 prestações mensais e sem juros, tendo apenas de pagar, para além do preço do computador, as despesas do contrato.

Passado um ano e já com as prestações todas liquidadas, recebo um folheto promocional da Instituição Financeira que apoiou este crédito, com o título sugestivo “ Quer ficar mais leve ? “
Subjacente a esta mensagem estava a campanha de atribuição de crédito pessoal, até ao montante de 8000,00 Euros, “para usar como e onde quiser”.
Ficar mais leve, dinheiro fresco até 8000,00 Euros, para usar onde e como quiser, sem grandes burocracias e complicações, à primeira vista parece interessante.
Eu até quero comprar um carro usado e esta poderia ser uma solução.
Poderia digo bem, pois ao ver com mais atenção as condições deste financiamento, vejo que pedindo 1000,00 Euros, ficaria com uma prestação de 40,00 Euros/mês, por período de 38 meses e com a Taxa TAEG de… 25,01 % .
Pensei que estava a ler mal mas não, a Taxa de Juro Efectiva suportada no final do contrato seria de 25%.
Depois lembrei-me que sou cidadão da União Europeia e que deveria beneficiar da Estabilidade Economica e Financeira da Zona Euro, que se traduz entre outras coisas, em Taxas Euribor com valores bastante baixos.
Senão vejamos, consultando o link
http://www.euribor.org/html/content/euribor_data.html
vi que a Euribor a 12 meses começou por ser 3,025 % no inicio do ano ( Dia 02-01-2009 ), tendo descido para 1,774 % no Dia 14-04-2009, dia em que me enviaram esta proposta aliciante.
Fiquei confuso e pensando que se calhar não estou a viver na Europa e não pertenço à Comunidade Europeia.
Com uma Euribor a 1,8 %, porque é que eu tenho de pagar 25% de Juros ?
Não sou totalmente ingénuo e percebo que as Instituições Financeiras têm de ganhar dinheiro. Elas prestam um serviço e têm de ter uma remuneração do Capital que emprestam, adicionado do risco que incorrem em emprestar esse mesmo capital.
Mas passar de uma Euribor de 1,8% para um Juro a pagar de 25% parece-me naturalmente um enorme exagero.
Preocupa-me ainda mais o facto de as vítimas destes “assaltos” legais, serem os consumidores mais pobres.
Um consumidor rico, por natureza não necessita de pedir um crédito de 1000,00 Euros. E caso necessite, certamente recorrerá ao seu banco que nunca lhe apresentará uma taxa de juro abusiva de 25%.
São mais uma vez os consumidores pobres a ter de ficar ainda mais pobres e a ter de pagar 250,00 Euros de Juros por um empréstimo de 1000,00 Euros.
É preciso dinamizar o consumo, mas desta forma, apenas parte do dinheiro vai pagar o consumo. Outra parte significativa vai para as Instituições Financeiras, que têm obviamente de apresentar lucros, mas poderiam ter uma consideração mais elevada pelos seus clientes.

sexta-feira, abril 24, 2009

África às Quintas apresenta sessões de cinema Africano

“O Herói” do realizador angolano, Zezé Gamboa é apresentado no dia 30 de Abril pelas 18h30 no Auditório B 104, edifício II, ISCTE ( Lisboa ) no âmbito do ciclo de animação “África às Quintas”.
Vencedor do prémio para melhor filme dramático estrangeiro no Festival Sundance, nos EUA em 2008, o filme retrata a história de Vitório, um soldado de 35 anos que regressa a Luanda mutilado pela explosão de uma mina, protagonizado pelo actor senegalês, Oumar Makena Diop.
Interessante esta proposta, “ Africa às Quintas “.
Volto a pegar nas palavras de Angelo Correia quando aqui há uns anos atrás disse a propósito de eventuais negócios com os Países Ricos dos Sheiks, que não basta pensarmos apenas na vertente técnica dos negócios.
Temos também de ter em mente que os negócios se fazem entre pessoas, nestes casos entre pessoas de diferentes culturas. Numa troca internacional há troca de valores monetários mas elas correm ainda melhor quando há proximidade cultural no sentido de que sabemos entender a cultura do povo com o qual estamos a estabelecer relações comerciais.
Africa está a ficar na moda. Não sou eu que o digo, são os milhares de Portugueses que vêem neste Continente, oportunidades que já não encontram no “Velho Continente”.
Também por isso se tornam interessantes as iniciativas que nos falem desse distante mas próximo continente. Ele está aqui mesmo ao nosso lado, mas viveu distante muito tempo, pois o longe e a distância dependem muito dos nossos olhos.
Aproveitem para visitar esta iniciativa do Africa às Quintas.
Certamente ficarão a conhecer um pouco mais da cultura e história de Povos que já sofreram muito, mas mantêm a esperança de um futuro melhor, futuro para o qual contam com a ajuda de muitos portugueses.

Lutas desiguais

Acabo de ler esta notícia que me deixou simultaneamente animado e perturbado:
“Violência doméstica: Governo lança três "projectos inovadores" para apoiar vítimas e controlar agressores
24 de Abril de 2009, 19:37
Coimbra, 24 Abr (Lusa) - Três projectos de combate à violência doméstica, para controlo dos agressores e de apoio às vítimas, com o valor de 1,5 milhão de euros, foram anunciados hoje em Coimbra numa sessão com três membros do Governo.
Um dos programas prevê a vigilância electrónica de agressores em casos de violência doméstica e vai decorrer entre 2009 e 2012 em zonas das regiões Norte e Centro, podendo vir a ser alargado a todo o país.
Vai permitir a fiscalização do agressor através de uma pulseira que emite sinais de rádio frequência enquanto a vítima possui em sua casa uma unidade de monitorização, visando possibilitar alertá-la a ela e às autoridades da proximidade de uma agressão iminente.”
Fim da Notícia.
Mais uma vez louvo o esforço do Governo numa luta que devia ser de todos nós.
Como nos podemos intitular sociedade desenvolvida e civilizada quando convivemos com a crescente violência que é exercida em muitos dos lares do nosso país ?
Apologista da não violência, custa-me a aceitar toda e qualquer forma de opressão. Mais ainda quando ela é perpetuada de forma cobarde, por um qualquer pequeno tirano, que utilizando a sua vantagem em termos de força bruta, fragiliza até uma dimensão que não consigo imaginar, pobres vítimas que pouco ou nada conseguem fazer, sofrendo em silêncio.
Nesta constante luta desigual, fico contente por o Governo continuar a dar sinais de que pretende ajudar conforme pode, as vítimas deste flagelo, maioritariamente mulheres.
Perturbado mas ao mesmo tempo animado, irei procurar formas de ajudar as vítimas, talvez indirectamente, através das associações que apoiam as vítimas da violência doméstica.

Mea Culpa


O Presidente da República e o primeiro-ministro felicitaram, esta sexta-feira, Telma Monteiro, que se sagrou campeã europeia de Judo na categoria de menos de 57 kgs, ao vencer a final dos europeus que decorrem em Tiblissi, na Geórgia.


«Quero felicitá-la pelo alto nível desportivo demonstrado e pelo extraordinário empenho que tem caracterizado o seu percurso enquanto atleta, confirmado pelos títulos anteriormente obtidos», lê-se numa mensagem do chefe de Estado enviada a Telma Monteiro.


O Chefe de Estado sublinhou que «esta vitória é mais uma prova viva de que a dedicação e perseverança desportivas são o melhor caminho para o sucesso».

Faço aqui o meu “mea culpa” pois, não acompanhando com regularidade muitas provas desportivas, fui crítico da participação bastante abaixo das expectativas de muitos dos nossos atletas nos últimos Jogos Olímpicos de Pequim.

Embora os Jogos Olímpicos sejam o expoente máximo na vida de um atleta, não constituem o único palco onde os atletas podem brilhar e mostrar o seu valor.

Depois de uma participação discreta em Pequim, e enquanto eu me ocupava de outros assuntos, Telma Monteiro foi diariamente treinando e lutando até chegar a estes Europeus, em boa forma, de tal modo que arrecadou a medalha de ouro e fez com que mais uma vez o Hino Português fosse ouvido e a Bandeira Nacional Hasteada.

À Telma Monteiro apresento os meus pedidos de desculpa e dou-lhe os meus parabéns, aprendendo com a lição que ela nos deu, retratada na voz do Presidente da República, «esta vitória é mais uma prova viva de que a dedicação e perseverança desportivas são o melhor caminho para o sucesso».

Parabéns Telma

domingo, abril 19, 2009

“ Casa onde não há pão…

…todos ralham e ninguém tem razão “

Lancei há dias o desafio de fazermos um pequeno exercício de diagnóstico sobre o que julgamos estar bem e o que julgamos estar mal no nosso país.
Existe a convicção generalizada de que os diagnósticos estão todos feitos, não sendo necessário fazer mais diagnósticos.
Eu tenho a opinião contrária. Concordo que muitos diagnósticos foram feitos nos últimos anos. Agora já não concordo é que sejam diagnósticos adequados à realidade que hoje vivemos.
Alguém fez um diagnóstico e chegou à conclusão que Portugal precisa de ter Comboio de Alta Velocidade ( TGV ). Então deveríamos dizer que como o diagnóstico está feito, está tudo bem ?
Dúvido.
Outras pessoas fizeram também outros diagnósticos e chegaram à conclusão de que os elevados custos de investimento na implementação e manutenção do TGV, não serão comportáveis nem a curto, nem a médio, nem a longo prazo.
Alguém fez um diagnóstico e decidiu que Lisboa precisa de ter já um novo Aeroporto Internacional. Soluções para aproveitar o actual Aeroporto da Portela ( onde têm sido feitos avultados investimentos de melhoria ), que poderiam passar pela solução Portela + 1, foram todas abandonadas.
Até mesmo a solução de adiar por uns anos o Investimento no novo Aeroporto não parece aceitável para o Governo. Apesar das vozes a criticar um investimento que, conjuntamente com outros grandes investimentos, pode hipotecar gerações futuras, existe a vontade de lançar já e a grande velocidade, todas essas obras.
De tempos a tempos, temos "avisos à navegação" vindos do Presidente da República. Daqui a uns dias voltaremos a ter mais um episódio, o Presidente da República irá aproveitar o 25 de Abril, para enviar mais recados aos nossos Governantes e a toda a classe política.
Cavaco Silva insiste recorrentemente ( e não é o único ) em que se deve falar a verdade aos Portugueses.

Ficamos com a sensação de que alguém não nos anda a dizer a verdade. Ou pelo menos não temos direito a ter acesso a toda a verdade.
Quando repetidamente o Presidente se vê na obrigação de lançar avisos à classe política para que, quer estejam no governo ou na oposição, desempenhem bem os seus papéis, ficamos com a sensação de que os nossos políticos não estão a desempenhar bem esses papéis.
Na minha opinião, o papel dos nossos governantes seria bem desempenhado se tivessem como referencia as necessidades do povo. Esta referencia também deveria ser a base da actuação dos partidos da oposição.
No entanto ficamos com a sensação de que muitas vezes existem interesses pouco claros em muitas decisões dos governantes, que parecem beneficiar determinados sectores e não a generalidade da população.
E também ficamos com a sensação de que a oposição também actua de forma pouco clara e consistente. Só isso justifica que uma larga fatia de portugueses estejam insatisfeitos em simultâneo com o Governo e com a Oposição.
Em quem poderão eles acreditar então ?
Quem estará a fazer os diagnósticos correctos ?
Que caminhos e que políticos deverão escolher ?
Julgam que os diagnósticos estão todos feitos e são actuais ?
Eu acho que não.
Casa onde não há pão…

quarta-feira, abril 15, 2009

Ideias simples para uma crise complexa


O que sabemos:

Projecções recentes do Banco de Portugal apontam para uma recessão em 2009 com um decréscimo do PIB de 3,5%.

As exportações e o investimento a caírem 14% e 15% respectivamente neste trimestre face ao período homólogo do ano anterior.

No primeiro trimestre do ano, a insolvência de 957 empresas o que corresponde a um acréscimo do nº de insolvência de 31% face ao mesmo período do ano anterior.

O consumo a cair e a confiança nos seus níveis mais baixos. Uma economia que só irá recuperar quando os nossos parceiros europeus derem início à sua recuperação.

Basta de diagnósticos e vamos às soluções.

Repensar e re-calendarizar os grandes investimentos públicos de longo prazo (que os economistas chamam de investimentos provocadores de despesa) cujo retorno é de muito longo prazo e direccionar esforços para outros de menor escala com impacto social, empresarial e económico mais imediato, em especial na criação de emprego (que fará descolar o consumo interno).

Exemplos: apoiar as PME´s a exportar (há mercados que ainda têm margem de absorção dos nossos produtos só que não chegamos lá).

Como? Pagando o IVA em prazos curtos, reduzindo a dívida pública às empresas – melhor do que qualquer política de redução fiscal.

Acreditação do sistema bancário através do apoio deste (já por si apoiado pelo Estado) às empresas através de uma eficiente alocação das linhas de crédito estabelecidas às suas necessidades. Acompanhar muito de perto estes créditos.

Aproveitar estas linhas para financiar start up´s criadoras de emprego. Onde encontrá-las? Nas universidades técnicas e politécnicos. Há muitas ideias e projectos por aí.

Algumas ideias simples. Sem complicações.

Pôr a funcionar o que existe

Eleições para o Parlamento Europeu
Eleições para a Assembleia da República
Eleições Autárquicas

Em ano de 3 eleições, podemos reflectir um pouco sobre a forma com estamos política e administrativamente organizados.
Há quem defenda para Portugal um Modelo de Regionalização que reorganizaria o País com base em cerca de 5 regiões principais. Não tenho uma opinião totalmente formada sobre a regionalização mas não creio que a actual estrutura esteja desadequada à nossa realidade.
Pertencemos a um espaço comunitário que envolve a grande maioria dos países europeus pelo que faz todo o sentido existir e funcionar bem um Parlamento Europeu que decide muito da vida dos seus Estados Membros.
Temos uma Assembleia da República e um Governo que devem Legislar e vigiar o que acontece de concreto no nosso país.
E temos Câmaras Municipais cobrindo o País de norte a sul, incluindo as regiões autónomas.
Talvez o que nos falte mesmo seja a capacidade de articulação entre estas 3 dimensões tendo como base os cidadãos de cada Município e de cada País.
Como as casas não se começam a construir pelo telhado, o mais importante seria que cada Município conseguisse auscultar as opiniões e as necessidades dos seus Munícipes.
Partiríamos assim de uma base local e concreta, que traduziria de uma forma fiel lógica, quais as necessidades das populações, vivam elas ou não, em regiões limítrofes e isoladas.
Mais do que despender esforços em organizações e reorganizações sem fim, talvez fosse mais importante pôr a funcionar o que existe.

terça-feira, abril 14, 2009

Vamos Diagnosticar ?

noticia-se que Portugal tem universidades e politécnicos a mais
apoiando-se na seguinte questão:
"Se não vivemos num país rico, como se justifica que em Portugal tenhamos 17,4 estabelecimentos de ensino por cada milhão de habitantes, quando a Espanha, incomparavelmente mais rica, tem apenas sete?"

Para um país ser moderno e competitivo é necessário que esteja “ajustado” à realidade actual, quer seja a realidade nacional, quer seja a realidade mundial.
E como a cada cabeça, corresponde uma sentença, gostava de convidar os leitores deste blog a indicarem o que acham que o país tem a mais, e o que acham que tem a menos.
Podem indicar um só factor, ou vários factores. O importante é que recolhendo diversas opiniões poderemos fazer um pequeno exercício de diagnóstico de como sentimos o evoluir do nosso país.
Toda e qualquer opinião é importante, pois queremos e podemos construir um país melhor, começando por sentir o que todos e cada um de nós acha que está a mais ou a menos no nosso país.
Como exemplo, eu começo por indicar que gostava de ver mais e melhor sinalização rodoviária nas estradas de Portugal.
Agora é a vossa vez…

quarta-feira, abril 08, 2009

E se o clima deixar de ter brandos costumes ?

Olá a todos, este artigo é integralmente transcrito do jornal de notícias. Penso que é também um tema interessante a debater e onde teremos décadas de trabalho pela frente para corrigir o que está mal feito.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1194466
Portugal é onde mais se morre devido ao frio
Portugal é um dos países da União Europeia onde mais se morre por falta de condições de isolamento e aquecimento nas casas, conclui um estudo de especialistas da Universidade de Dublin que comparou 14 países europeus.
De acordo com a investigação, que analisa as potenciais causas da mortalidade no Inverno em 14 países europeus, "Portugal tem a maior taxa (28 %) de excesso de mortalidade no Inverno", seguido de Espanha e Irlanda, com 21%.
"As nossas casas não estão nada preparadas para enfrentar o frio (...)", disse Claudia Weigert, da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção-Geral de Saúde (DGS). Claudia Weigert chamou ainda a atenção para a importância de avaliar a carga económica associada à habitação, explicando que os diversos problemas de saúde que as pessoas podem ter devido à má qualidade do ar interior e à falta de isolamento das casas resultam em baixas médicas com peso económico para o país.
A investigação, que foi publicada em 2003, aponta ainda "níveis exemplares" de eficiência térmica no interior das casas em países com Invernos rigorosos como a Finlândia e a Suécia, onde a totalidade das habitações têm vidros duplos e isolamento térmico nas coberturas, paredes e pisos.
"Os países com climas mais temperados tendem a ter baixa eficiência térmica nas habitações e por isso é mais difícil manter estas casas quentes quando chega o Inverno", refere a investigação.
Aquando da publicação do estudo, apenas 6% das casas em Portugal tinham isolamento térmico nas paredes e coberturas e só 3% tinham vidros duplos.

Dividir ou Multiplicar

Há sonhos que são possíveis de concretizar. Basta que haja liderança e iniciativa.

Sempre fui a favor de partilharmos a nossa experiência profissional com os colegas da nossa organização. Cada um detém uma (ou mais áreas de saber ) e em poucos minutos pode transmitir aos colegas o que eles levariam horas ou dias a entender.
È óbvio que não estou a falar da transmissão de todo e qualquer conhecimento. Um cozinheiro que detém o segredo de uma receita de sucesso não a deve transmitir a todos os seus colegas cozinheiros. Mas haverá um sem número de “dicas” que ele poderá transmitir aos seus colegas como por exemplo conselhos gerais de como seleccionar e preparar uma série de ingredientes, sem que isso o comprometa.
Mas o medo, esse terrível inimigo do progresso, toma conta de muitos de nós e com receio de que o colega do lado fique a saber mais do que nós, guardamos a sete chaves todo e qualquer conhecimento geral que tenhamos.
Estamos assim a promover a cultura da divisão que não nos leva muito longe.
Ontem tive o privilégio de assistir a uma breve acção de formação interna a nível profissional.
Numa hora apenas , um dos colegas (que é TOC), deu uma óptima explicação aos outros colegas, que pouco percebem de contabilidade, de como se fazem os movimentos contabilísticos no programa de contabilidade.
O saber não ocupa lugar e esses conhecimentos ajudam cada um de nós a compreender melhor a vida dos documentos contabilísticos que nos passam pelas mãos todos os dias, ficando a conhecer melhor que informação eles contêm e como são tratados.
Fiquei com a certeza de que não há sonhos impossíveis.
Para que as organizações reforcem a sua competitividade e espírito de grupo basta que haja iniciativa e capacidade de liderança.

segunda-feira, abril 06, 2009

Slumdog Millionaire Fora D´Horas


Estou quase a terminar o curso de Formação de Formadores e o alívio nesta recta final do curso permitiu-me ir ao Cinema, um dos meus hobbies preferidos.
Fui ver o Galardoado com muitos Óscares, Slumdog Millionaire e adorei.

Há muito que não via um filme que me prendesse do primeiro ao último minuto com uma história bem construída e com sequências interessantemente encadeadas. Mais ainda, agora é comum o filme acabar e imediatamente as pessoas saírem da sala de cinema.


Eu ainda sou do tempo em que se via o filme até ao fim, deixando passar todas as legendas com os actores, encenadores, pessoal do make-up e toda a equipa que contribuiu para nos dar 2 horas de pura magia, a Magia do Cinema.

20 Milhões de Rupias foi o prémio que o Míudo do Bairro de Lata de Bombaim ganhou.

20 Milhões de Habitantes é a População de Bombaim.

O Filme mostrou muita miséria da India, mas fez-me pensar.
Se nós somos 10 Milhões , espalhados por um País inteiro e temos tanta dificuldade em ajudar milhares de compatriotas nossos que passam fome e tantas outras dificuldades, o que pode a India fazer para ajudar as Dezenas de Milhões de Pobres que tem ?

Por outro lado, temos Rádio,Televisão, Jornais, Internet e agora o Cinema a dar-nos imagens da India. Mas que imagens dão eles da India ? Apenas cenários de miséria e pobreza. Para contrabalançar temos apenas o Majestoso e inevitável Taj Mahal.


Mas a India não é só o Taj Mahal, nem só a pobreza , nem só os atentados, que os há também um pouco por todo o mundo.

Eu tenho a felicidade de conhecer mais pedaços de uma India maravilhosa, com paisagens deslumbrantes, riqueza cultural, gastronómica e arquitectónica de deixar qualquer um sem palavras. Tenho pena que essas imagens pouco eco tenham em Portugal.

Também não será fácil o nosso portal do sapo chegar a Gôa. Ele já está em Cabo Verde, Angola e Moçambique, mas chegar a todas ex-colónias portuguesas não parece ser muito fácil.

Portugal deixou um legado fantástico num pedaço da India ( GÔA ).
Nas muitas Indias que a India tem, temos um espaço que já foi dos portugueses e que pode ser a porta de entrada para partirmos à descoberta das outras Indias que não nos chegam aos olhos.

Eu voltarei em breve à India, com desejo de conhecer o Norte da India e as fronteiras com o Tibete e a China.

Não é uma viagem fácil, nem muito barata, nem muito cómoda, mas é sem dúvida um destino que quem tem o privilégio de conhecer, nunca mais se esquecerá.

quarta-feira, abril 01, 2009

Sinais de alerta social


Dizem-nos as últimas notícias, confirmando o que muitos sabiam e outros suspeitavam, que a actividade económica está em arrefecimento, por outras palavras em queda. Como consequência, o desemprego aumenta, o consumo interno tropeça e o clima de pessimismo, descrença e preocupação instala-se entre os portugueses.

Algo que foi já reconhecido pelo Ministro das Finanças, usualmente o último bastião e resistente das más notícias.

Neste quadro em que vive o país, e preocupemo-nos apenas agora com o nosso, vislumbramos sinas de preocupação e alerta social vindos de vários quadrantes. Não apenas da oposição, usualmente por fins políticos aproveitadora das más notícias, mas também de várias associações empresariais, centrais sindicais, população em geral, Presidente da República e agora também do Governo.

Atendendo às dificuldades que o país atravessa, há que ter em séria atenção os riscos de desagregação e instabilidade social e tudo o que isto comporta ou representa. Famílias inteiras desempregadas, jovens sem futuro imediato, talentos sem ocupação, desmotivação, riscos de não conseguir garantir os mais elementares meios de subsistência como alimentos à mesa ou educação dos filhos, sinais de degradação social e aumento de violência, são fenómenos aos quais tem que ser dada toda a atenção e sobre os quais têm que ser tomadas medidas concretas pelas autoridades.

Não sabemos se de forma individual ou coordenada numa plataforma transnacional (no seio e âmbito das politicas comuns sociais da UE) torna-se cada vez mais evidente e indispensável uma acção social coordenada sob pena de assistirmos ao agravamento de fenómenos de desagregação social, aumento da criminalidade de uma forma descontrolada que afectará o tecido social e o equilíbrio civilizacional do país. Seja como for essa acção tem que ser levada à prática e já.

E quando para tal é necessária toda a ajuda, atenção e meios disponíveis (financeiros, humanos ou outros) importa focalizar a estratégia. E essa estratégia tem obrigatoriamente que passar pela canalização de uma acção concertada entre todas as forças políticas, associações empresariais e sindicais, forças vivas da sociedade civil ou seja os cidadãos, partidos e orgãos de tutela para um desígnio nacional. E esse desígnio nacional é salvar o país. Da instabilidade e riscos sociais que estão aí à porta.

Posto isto há que estabelecer prioridades. E estas têm obrigatoriamente que passar por salvar primeiro os cidadãos e combater o difícil quadro social. Gastando o que temos e o que podemos para tal. Adiar aquilo que nos vai fazer consumir esses recursos designadamente para grandes obras, as quais, neste momento, todos podemos dispensar por um pouco mais de tempo.