Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Crise Mundial e Consumo Nacional

Damos por Nós muitas das vezes a pesquisar, ler artigos, formas e instrumentos para podermos poupar e tentar sobreviver a este “choque térmico” de nome Crise Económica e/ou financeira!
Ao invés de procurarmos nos lineares das livrarias as novas tendências sobre a Arte de poupar ou de esticar o nosso precioso vencimento, podemos também e inclusive fazê-lo de outra forma no nosso dia-a-dia? Como?

Quando por exemplo vamos ao Supermercado, prática normal das nossas vidas, somos abordados pelas mais belíssimas e técnicas de Merchandising, “ilhas”, lineares com um vasto sortido de produtos, todos com muito bom aspecto, excelente qualidade, embalagens e cores apelativas, etc…mas como meros consumidores há um nível que já não devemos desprezar, muito pelo contrário, valorizar cada vez mais… apenas e só os três dígitos/números do código do produto, isto é, o código de barras com inicio em 560.

Sim! Trata-se de um produto “made in Portugal”. São 3 números apenas, 1 pequeno pormenor que leva a uma grande diferença. Não se trata de Nacionalismo bacoco, confesso, mas sim de uma linha de pensamento que nos poderá também, em conjunto com outras Variáveis, levar à aquisição desses produtos em prol de outros. Por detrás deste código há muito menos desprezíveis razões…de uma forma aleatória, nomeadamente, Emprego, Famílias, Sociedade, Cultura, as pessoas, os stakeholders, enfim nós e os nossos!
Recentemente um famoso político português da nossa “praça” afirmou que as próximas gerações estão endividadas, os bebés que estão para nascer já tem créditos…assustador!
O que podemos fazer?
Esperar decisões Políticas?
Ficar de braços cruzados à espera da salvação da mãe “Bruxelas”? Não!
Aguardar pelo apoio de outros Países, de Grandes Potencias e nunca adormecidas, velozes, como a China e a Índia?
Lamentar tudo e todos? Jamais!!!

Deixo esse desafio para Connosco, pois nestes pequenos e isolados gestos podemos a pouco e pouco, ultrapassar a Crise. Ou no mínimo, fazer algo e não sermos meros observadores de bancada.

Alexandre Motty

Tarefa Individual = Sucesso Colectivo

Existem tarefas Individuais e Sucessos Colectivos, como todos sabemos!
Uma não invalida a outra e ambas estão interligadas.
O que é o individual sem o Colectivo, e vice-versa?
O que são as Empresas, Instituições sem os Indivíduos/Pessoas?
O que é o planeta sem os Continentes?
O que são os Continentes, sem os Países?
O que são os Países sem as Regiões, sem as Cidades, Vilas, Aldeias, sem os Seus Povos, sem as Pessoas?
É nesse campo do “Individual” que cada um de nós possui, quer a nível Social, Familiar e Profissional que devemos alocar energias e fazer algo.
No nosso quotidiano, devemos valorizar as pessoas, quer Família, Colegas de trabalho, quer Amigos, Vizinhos ou mesmo desconhecidos, tendo sempre uma atitude positiva.
Isso sim é inerente, a cada um de nós, nada e ninguém nos poderá tirar.
O “Modus Faciendi/operandi”.
Queixamo-nos de diversos problemas. E o que fazemos?
Vejamos por exemplo Países de Leste e as suas Pessoas. Países que sofreram Guerras, países com climas frios e cinzentos. Países em que a população emigrou à procura de novas oportunidades de trabalho, e…VIDA!
São esses mesmos Países que apresentam a menor taxa de iliteracia, com uma riqueza grandiosa a nível Cultural como o caso da Música, da Arte, etc.
Porque não independentemente da grandeza dos problemas e suas origens, não colocamos “mão-à-obra”, damos Voz ao nosso “Individual” nas tarefas/funções que desempenhamos, no nosso dia-a-dia, desde o acordar ao deitar, pois Poder =Vontade x Capacidade!
Já o provámos nos Séculos passados, porque não agora que possuímos mais Know-How?
O ser humano está sempre a aprender, com as suas próprias experiências, com a dos outros, learning by doing, adaptarmo-nos ao individual para com o Colectivo.
Acredito que desta forma e em conjunto, sem querer que passemos do 8 para o 80, e sem uma Visão míope das tarefas Individuais, poderemos abandonar o Passado, Agarrar o Presente e Projectar o futuro.


Alexandre Motty

domingo, fevereiro 22, 2009

Os saltos do sapo

Aqui vos demos conta alguns meses atrás da criação do portal do sapo em Cabo Verde www.sapo.cv.

Esta semana o salto foi até às Terras Banhadas pelo Oceano Indico onde está agora presente o www.sapo.mz o portal do sapo em Terras Moçambicanas.
Pelo meio, confesso que estava distraído, pois deixei escapar o lançamento do portal www.sapo.ao, ou seja o portal do sapo em Angola.
Estes saltos do sapo são de facto saltos extremamente positivos a vários níveis: económico, social, desportivo, cultural, etc.
Reforçam de forma louvável os laços entre Portugal e várias das suas ex-colónias, mostrando que a vida dos Países é dinâmica e está sempre virada para o futuro, sendo o estabelecimento destas pontes, veículos fantásticos para promover a aproximação dos povos.
A PT considera o lançamento do Portal sapo.mz uma lança em Moçambique, País onde também pretende alargar os seus Investimentos.
Já aqui foi abordada a importância para Portugal das ex-colónias e do mercado africano em termos económicos. Essa importância é realçada pelo facto de os mais altos representantes da Nação, indicarem repetidamente que só através da dinamização das exportações, Portugal poderá ultrapassar a crise em que está profundamente mergulhado.
Para que essa dinamização das exportações aconteça, muitos passos terão de ser dados.
Já existem muitas empresas nacionais a apostar no mercado africano, que tem sido para muitas delas a única tábua de salvação e de escoamento dos seus produtos.
Talvez fosse altura de se criar uma área de reflexão sobre como se pode dinamizar o mercado das exportações em geral, e em particular as exportações para os Palop´s.
Temos um capital muito importante a explorar, que é o capital das boas relações humanas que existem entre Portugal e os diferentes países dos Palop´s. Além do Património comum que temos e que nos une fortemente representado pela Lingua Portuguesa, existe de facto um carinho muito especial de Cabo Verdianos, Angolanos, Moçambicanos, São-Tomenses e Guineenses pelos Portugueses e pelo que é Português.
Esse carinho começa no desporto onde os Africanos vibram tanto ou mais do que nós com os jogos do Benfica, Porto e Sporting e sobretudo com os Jogos da Selecção Nacional. Mas não se esgota a nível desportivo.
Os portais criados pela PT em Cabo Verde , Angola e Moçambique, permitirão aos Portugueses conhecer melhor estes Países e permitirão aos imigrantes destes Países a residir em Portugal, uma maior proximidade às notícias das suas terras.
A PT está a fazer a parte dela, façamos também todos nós a nossa parte e teremos certamente um bom caminho para sairmos deste marasmo que nos consome o espírito e o bolso.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Confrontações

O Ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva afirmou hoje no programa Grande Entrevista da RTP 1 , que o Parlamento é um lugar de confrontação política.

Depois de festejarmos o Carnaval, rapidamente estaremos a caminhar para o mês de Abril onde comemoraremos o 35º Aniversário da nossa democracia.
Não faltarão os discursos da praxe enaltecendo todos os benefícios ( inegáveis ) de vivermos num regime democrático.
Já quanto à confrontação política dos últimos 35 anos ter beneficiado o povo que elege os “confrontadores políticos”, muitas dúvidas se colocam, a começar pela percentagem de votantes que se encontra bastante longe do número total de eleitores inscritos.
A descrença generalizada nas forças partidárias pode ter como explicação o facto de o povo não reconhecer que a confrontação política parlamentar, resulte em benefícios visíveis para a Nação.
O Parlamento é o lugar de eleição para se abordarem as questões de natureza política, económica e social, retirando de cada deputado presente, um contributo para construirmos um Portugal melhor para todos.
Da confrontação política referida por Augusto Santos Silva, deve resultar uma elevação de valores. Cada membro eleito tem o privilégio de nos poder representar e o dever de o fazer com todo o empenho.
Na confrontação política, os argumentos e contra-argumentos utilizados, deverão traduzir-se não na vitória de um deputado ou de uma bancada parlamentar, mas na vitória do País.
É o País que vai comemorar os 35 anos de democracia e que deve (re) ver nela, recorrentemente, os motivos pelos quais a contribuição de todos, Governo e Partidos da oposição, é a todo momento, determinante para vencermos os desafios que enfrentamos.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Quero um café cheio

Estive recentemente na Índia onde não é fácil beber um café. A bebida tradicional lá ( também por influência dos Ingleses ) é o chá, sendo o Chá Indiano uma variedade a experimentar pela sua singularidade.

Quando vou a Espanha, aqui tão perto de nós, também sinto dificuldade em encontrar um bom café como o que tomamos em terras lusitanas, de norte a sul do país, não esquecendo as regiões insulares da Madeira e Açores.
No entanto, tenho deparado com um facto intrigante ou irritante que em breve vos descreverei.
O café é um hábito, um costume, um vício ou uma atitude social que enraizou profundamente nos hábitos de muitos portugueses: café curto, café normal, café cheio, descafeinado, café pingado, etc, muitas são variedades de café disponíveis no mercado.
Eu confesso-me fã do café cheio. O café curto sabe-me a pouco e o café cheio reconforta-me com sucessivos tragos, sendo os finais de verdadeira satisfação.
No entanto, qual não é o meu espanto, a minha incredulidade ao verificar que em 10 vezes que peço o café cheio, só uma ou duas vezes vejo o meu pedido satisfeito.
Grande parte das vezes servem-me um café normal e noutras então, servem-me um café curto, deixando-me totalmente sem palavras. A língua portuguesa não devia ser difícil de entender em Portugal, mas por vezes parece que o é.
Se eu peço um café cheio, por que carga de água me servem um café normal ou, pior ainda, um café curto. Será por pressa ? Por preguiça ? Por desleixo ? Por vontade de me irritar ? Não sei.
Mesmo não sabendo o motivo de tal teimosia, não posso deixar de lamentar que um simples pedido ( Quero um café cheio ) seja tão difícil de satisfazer. Eu não estou a pedir um Ferrari Amarelo ou Vermelho. Estou a pedir um simples café cheio em que basta o empregado ou a empregada de balcão esperar que a chávena fique cheia para entregar ao cliente o que ele pediu.
Mas não, os pedidos dos clientes não parecem ser tão importantes.
E aqui é altura de perguntar, como queremos nós produzir e distribuir pelo mundo a nossa produção, se não soubermos atender ao que os consumidores mundiais pretendem ? Se eles têm desejos ou necessidades, é ao encontro dessas necessidades que devemos ir.
Também os profissionais da nossa Indústria Hoteleira e de Restauração deveriam ter mais brio no seu trabalho diário.
O brio profissional também se mede pelo grau de satisfação dos clientes.
E qual é o grau de satisfação de um cliente que não consegue ver satisfeito o simples pedido de um café cheio ?

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Prisioneiros de porta aberta


Chip no automóvel? E porque não pulseira electrónica para todos?

Andamos todos distraídos. E tudo permitimos.

Qualquer dia o comum dos cidadãos percebe, parando, reflectindo e olhando para trás que deixou de ser verdadeiramente livre. Deste o cartão único de cidadão, ao cruzamento de informação por todos os motivos (uns justificáveis outros nem tanto) ao cartão de crédito, passando agora pelo chip na matrícula do seu automóvel, tudo é controlado. Tudo lhe é controlado. Dos sistemas de vídeo-vigilância em locais públicos, ou na rua inclusivamente, ao uso simples do seu dinheiro, o cidadão é vigiado e observado. Perdeu o seu espaço, a sua privacidade, a sua individualidade. O que se diria ou como se chamaria no tempo do Estado Novo? Alguém se lembra do Big Brother de George Orwell. Pois é. É para lá que caminhamos.

Este povo embrutecido, como diz Clara Ferreira Alves no seu artigo. Este povo que em carneirada, avança rumo ao abismo. Quantos terão já procurado acorrer aos locais ou obter informações para ir a correr comprar? Porque o governo assim o definiu? Sem pensar, reflectir ou contestar?

De seguida virá certamente a pulseira electrónica. Qual prisioneiros de porta aberta.

E ninguém contesta, ninguém comenta (na SEDES já o fizeram no seu Blog) e todos (quase todos) o aceitam. Esta sociedade portuguesa, amorfa, desdenhosa, mas simplória, balofa e provinciana. Onde os novos-ricos se arrebitam julgando que são alguém e onde os pobres se envergonham e se escondem. Esta (não) sociedade civil, inexistente, porque composta de novas gerações acomodadas ao controle, à pobreza de espírito e à aceitação de todas e quaisquer regras, sejam elas quais forem, que nada mais têm do que medo de contestar. Como disse o ex-Presidente Ramalho Eanes há pouco. Vive-se um tempo que é o do medo.

Mais uma vez, desculpem-me a sempre insistência, parafraseando José Gil. O medo de Existir.

domingo, fevereiro 01, 2009

Dois Mil INOVE = 2009

Já estamos em Fevereiro deste novo ano de 2009.
Como o próprio pronunciar do ano indica, este é um ano que convida à Inovação ( Dois Mil INOVE ).
A necessidade de Inovar é ainda realçada pelas dificuldades gerais e globais que se apresentam aos cidadãos de quase todos os países do mundo.
Inovar significa sobretudo buscar novos caminhos, novas acções e podemos ter 2 tipos de Inovação:
1. Inovação pura em que se cria algo de verdadeiramente novo.
2. A Inovação em que não se cria algo de novo, repescando-se acções que se tinham deixado para trás mas que voltam a fazer sentido desenvolver.
A propósito deste segundo tipo de inovação, uma inovação sobretudo na nossa mudança de atitude em que voltamos ao passado para voltar a utilizar algo que volta a fazer sentido, recordemos de forma lata o sentido das palavras no nosso colega Henrique Abreu: “ Face à crise actual e aos desafios que se colocam a cada um de nós, talvez fosse bom repensarmos o nível em que estamos na Hierarquia de Necessidades de Maslow. Em determinado momento recente conseguimos atingir um nível em que valores como a realização e a satisfação pessoal eram já os objectivos a atingir. No entanto face aos desafios actuais, talvez tenhamos de descer de nível e preocuparmos com necessidades mais básicas como a nossa própria sobrevivência."
A sobrevivência é e sempre foi o maior desafio para todas as espécies incluindo o ser humano, e já o cientista Charles Darwin dizia que “não é a espécie mais forte e nem a mais inteligente que sobrevive, mas aquela que se adapta mais rapidamente às mudanças “.
Como estamos nós a reagir às mudanças no meio em que vivemos ?
Estaremos de facto conscientes de que os valores em luta hoje são diferentes do que eram há um ou dois anos atrás ?
Teremos a consciência de que recuar hoje um ou mais passos em nada nos faz perder a nossa dignidade e orgulho em nós próprios ?
Temos sobretudo que ser realistas pois com os recursos que temos podemos fazer tantas coisas ainda. Apesar de todos os discursos de crise a vida continua e tendo ainda bastantes recursos à nossa disposição, talvez fosse bom ter presente o espírito de inovação e a frase de Charles Darwin, ou seja, adaptemo-nos às mudanças pois só assim sobreviveremos.