Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, outubro 04, 2006

A Adesão de Portugal e Espanha a União Europeia - Visões diferentes caminhos diferentes

Tem sido tema de reflexão para o cidadão comum a seguinte questão: Porque é que Espanha está a viajar em primeira classe no Euro-Train e Portugal continua a viajar em 2ª classe num comboio que se não for aumentada a capacidade poder correr o risco de desativação?
Vejamos uma possivel explicação do ponto de vista estratégico mas que é discutivel e polémica:

Espanha considerou sempre a adesão à União Europeia um factor estratégico de:
- desenvolvimento económico,
- integração de Espanha na cena politica europeia
- engradecimento do seu papel no relacionamento internacional com a Ámerica Latina

Portugal quando aderiu a Ex-CEE numa definiu uma estratégia quer europeia quer internacional, apesar de existir um consenso entre todas as forças politicas da altura que com a perda do império ultramarino e do relacionamento altlântico a possivel alternativa para o nosso desenvolvimento económico estava na Europa. A Europa trouxe-nos uma aproximação as economias mais fortes e a integração no maior espaço comercial do globo com reais vantagens para o progresso da nossa sociedade.
Contudo, toda a ajuda financeira que recebemos e nomeadamente a transferência de fundos comunitários não podem ser vistos como um fim mas como um meio para o alcance de niveis de desevolvimento similares dos Países do centro e norte da Europa. Isso ninguém põe em causa e não gosto de fazer demagogia. O que é criticável é um pais que condiciona o seu desenvolvimento económico a ajudas recebidas do exterior mostra que não tem uma estratégia nacional mas sim uma relação de dependência de centros de decisão externos mas em que a influência no processo de decision-making é reduzido.

Em geoestratégia existe uma fórmula P=VX C (Poder =Vontade x capacidade). Se queremos ter poder internacional e capacidade de influência em Bruxelas devemos seguir a seguinte estratégia:
- Estratégia nacional acima de interesses corporativistas e sectoriais
- Definição do interesse nacional
- Estratégias de Lobbying concertado
- Formulação e implementação de uma politica externa que tenha em conta os interesses nacionais e permanentes de Portugal (Europa-África - América)
- Forte articulação entre Estado, Empresas, Sindicatos e forças vivas da sociedade civil de forma a reforçar a imagem de um pais coeso, forte e aberto ao Mundo com grandes consensos sobre as questões principais que entravam o nosso desenvolvimento: competitividade das empresas; educação e formação; reforma do Estado.
- Diversificação das relações internacionais de Portugal: os Pequenos países podem escolher os amigos mas não os vizinhos.
- Internacionalização da lingua portuguesa: a Lingua portuguesa deverá serdivulgada pelo sector privado e não apenas pelo Estado vejamos o caso dainternacionalização da lingua inglesa e espanhola: quantos institutos de linguas desses países existem espalhados pelo mundo? Em Portugal só falamosno defunto instituto camões.
- Organização definitiva do modelo de promoção das exportações e de captação de IDE.
Agora extinguiu-se a API antes criou-se a API............brinca-se com instrumentos diplomáticos como quem joga ás damas......... que reflexos têm estas decisões no exterior? O que irão pensar os potenciais investidores? Os jogadores e o relvado estão sempre a ser mudados..............

Em Espanha o ICEX não muda porque mudam ministros ou presidentes, pois, são instrumentos diplomáticos e a arma diplomática implica continuidade mesmo que haja mudanças politicas internas "My country right or wrong" disse Churchill.

Quando os Espanhois aderiram à União Europeia afirmaram: daqui a 10 ou 15 anos queremos estar no posicionamento internacional X......Portugal não................apesar de termos feitos grandes progressos......leiam o que diz António Barreto no seu livro "tempo de incerteza" que é uma análise" brilhante do ponto de vista sociológico da nossa história económica e social pós 25 de Abril.

O que falta infelizmente em Portugal é uma nova geração de politicos com visão estratégica e descomprometidos de traumas do passado, mas essa geração ainda não têm acesso aos centros de decisão.
Portugal evoluiu bastante no pós adesão e não se esqueçam que num sistema internacional globalizado um País pequeno tem sempre a ganhar estando dentro do sistema em vez de estar fora.
Estar fora implica isolamento internacional......vejamos a albânia.......o que é importante é defendermos os nossos interesses nacionais e ter pessoas capacitadas e qualificadas para essa missão.

Os Espanhois nisso são bons já que através das posições e lugares internacionais que têm acesso engrandecem a MARCA ESPANHA. podemos aprender com os nuestros hermanos.

Em pleno 2006 e vinte anos passados após adesão à UE entristece-me sermos vistos como os pobres da europa, atrás da República Checa, Eslovénia e Grécia, termos portugueses a serem explorados no mercado de trabalho em Espanha e na Holanda e a serem expulso dos Açores e porquê? porque começando pela máquina diplomática e consular não existe espirito de defesa do interesse dos nossos cidadãos. Ser português devia ser motivo de orgulho para esses cidadãos......numa europa alargada os Portugueses ainda são vistos como eram antes de 1974? ir a salto... e o conceito de cidadania europeia?

Os nuestros hermanos já estão na europa rica e EL TORO associado ao orgulho(vontade x capacidade) dá-lhes poder para serem tratados como gold members da União Europeia nós ainda parece que estamos longe disso.

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