Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

domingo, junho 11, 2006

ENERGIA: FONTES ALTERNATIVAS

A propósito do recente debate sobre as fontes de energia alternativas e renováveis, ocorrido no seio do FRES, junto alguns exemplos e características de energias alternativas que, a serem utilizadas de forma complementar, reduzirão a forte dependência que Portugal tem do petróleo.

Eólica – temos serras e costas marítimas que reúnem condições para tornar economicamente viáveis investimentos neste tipo de energia. O potencial de crescimento é significativo dado que, dos 2.900 MW de potência atribuída para exploração, apenas estão a funcionar 350 MW, quando o objectivo para 2010 é ter 3.750 MW de potência instalada. A causa desta atraso tem sido, segundo a Associação Portuguesa de Energias Renováveis ( APREN), a burocracia ao nível do licenciamento dos parques eólicos, o qual demora de três a sete anos ( em Espanha vai de dois a três anos).

Ondas – segundo especialistas nacionais, o país tem nesta fonte de energia não poluente, um potencial que permitiria satisfazer 25% das actuais necessidades domésticas. Os 500 km de costa continental permitem instalar, segundo aqueles, uma potência entre os 6 gigawatts (GW) e os 9 GW, com custos que poderiam ser suportados gradualmente a médio/longo prazo. Aliás, a primeira central eléctrica a nível mundial de dimensão industrial ( 400 KW) que explora este tipo de energia foi construída em 1993 na ilha do Pico –Açores.

Solar – é uma fonte energética disponível dadas as características climatéricas do país, que se tem tornado cada vez mais acessível dados os avanços tecnológicos na sua obtenção. É contudo ainda cara, devido ao preços dos painéis solares face ao rendimento estimado da sua produção, devendo a sua utilização ser vista como complemento a outras fontes energéticas.

Biomassa – tratando-se de um combustível proveniente dos resíduos florestais, pois é composto por subprodutos como o desperdício da madeira ou o metano dos estrumes, a sua utilização poderá contribuir para a limpeza da floresta e reduzir a intensidade de incêndios que assolam anualmente o país.

Biocombustíveis – podendo ser aplicável ao nível agrícola e industrial, o biodiesel provém de um composto de óleos alimentares que pode ser utilizado em motores a diesel, sendo produzido através de plantas ricas em óleo e de baixo preço, como a colza, palmeira e soja. Esta seria uma forma de rentabilizar a utilização dos terrenos agrícolas disponíveis. O Governo tem como meta conseguir que 10% do consumo de combustíveis pelos transportes públicos, seja deste tipo de energia, pretendendo ainda estimular a produção nacional quer agrícola quer industrial.

Nuclear – polémica quanto baste, os defensores desta fonte energética apresentam-na como uma fonte de energia barata e pouco poluente pois não recorre à combustão fóssil e por isso tem baixas emissões de dióxido de carbono, com grande potencial de produção em larga escala. A sua utilização permitirá, segundo aqueles, a redução do maior problema ambiental do planeta: o aquecimento global causado pelas emissões crescentes de dióxido de carbono. Alguns especialistas defendem no entanto que esta não é solução para o actual problema energético nacional uma vez que serve apenas para a produção de electricidade e não para a produção de calor ( na industria) nem para a utilização nos transportes, pelo menos nos anos mais próximos.
Em conclusão, nenhuma das fontes energéticas renováveis irá suprir, por si só, as necessidades totais do país. O que importa é prosseguir uma estratégia de integração daquelas, de forma complementar e optimizada, na rede eléctrica nacional.

1 comentário:

Henrique Abreu disse...

Mário,

Sem dúvida nenhuma um tema vital a ser debatido pelo nosso forum, no fundo trata-se de quebrar a nossa dependência externa, nomeamente em termos de crude, para além do beneficio ambiental.