Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, junho 28, 2006

General Motors

Mais uma vez o problema da fuga do capital e do investimento estrangeiro. A distância do país face ao centro da europa e a relativa marginalidade geográfica, leva a maiores custos de produção em virtude do transporte de peças e acessórios (e ausência de fornecedores locais). Má gestão, dizem uns, falta de pensamento estratégico, dizem outros, uma vez que a GM se esqueceu da importância da criação de um cluster como se verificou no caso da Auto Europa. Cerca de 90% dos fornecedores da GM em Portugal estão em Espanha e na Alemanha. O objectivo é concentrar a produção no centro da europa, com custos inferiores. Como combater este cenário? Com melhor serviço, boa gestão, mais rapidez, mais profissionalismo, maior competência e maior ritmo de produção. São também necessários incentivos governamentais é certo. Porém, sendo tudo isto verdade, a maior parte destes pressupostos já se verificavam. O problema é mais complexo. De facto é necessário muito mais do que isto. E o que falta teria em parte que partir do investidor porque ao criar um cluster, uma boa parte destes custos seriam abatidos. E isto teria que ter sido observado há muitos anos, aquando do investimento inicial. Neste caso Porugal esteve (e está bem) porque luta pela manutenção deste investimento. Aqui a má gestão veio de fora.

terça-feira, junho 27, 2006

Os nossos Estatutos

Caros Visitantes

O FRES informa que está em preparação e discussão o Projecto de Estatutos do Fórum, pelo que, dentro em breve, poderão proceder à consulta dos mesmos neste mesmo Blog.

Saudações Fresianas

domingo, junho 11, 2006

ENERGIA: FONTES ALTERNATIVAS

A propósito do recente debate sobre as fontes de energia alternativas e renováveis, ocorrido no seio do FRES, junto alguns exemplos e características de energias alternativas que, a serem utilizadas de forma complementar, reduzirão a forte dependência que Portugal tem do petróleo.

Eólica – temos serras e costas marítimas que reúnem condições para tornar economicamente viáveis investimentos neste tipo de energia. O potencial de crescimento é significativo dado que, dos 2.900 MW de potência atribuída para exploração, apenas estão a funcionar 350 MW, quando o objectivo para 2010 é ter 3.750 MW de potência instalada. A causa desta atraso tem sido, segundo a Associação Portuguesa de Energias Renováveis ( APREN), a burocracia ao nível do licenciamento dos parques eólicos, o qual demora de três a sete anos ( em Espanha vai de dois a três anos).

Ondas – segundo especialistas nacionais, o país tem nesta fonte de energia não poluente, um potencial que permitiria satisfazer 25% das actuais necessidades domésticas. Os 500 km de costa continental permitem instalar, segundo aqueles, uma potência entre os 6 gigawatts (GW) e os 9 GW, com custos que poderiam ser suportados gradualmente a médio/longo prazo. Aliás, a primeira central eléctrica a nível mundial de dimensão industrial ( 400 KW) que explora este tipo de energia foi construída em 1993 na ilha do Pico –Açores.

Solar – é uma fonte energética disponível dadas as características climatéricas do país, que se tem tornado cada vez mais acessível dados os avanços tecnológicos na sua obtenção. É contudo ainda cara, devido ao preços dos painéis solares face ao rendimento estimado da sua produção, devendo a sua utilização ser vista como complemento a outras fontes energéticas.

Biomassa – tratando-se de um combustível proveniente dos resíduos florestais, pois é composto por subprodutos como o desperdício da madeira ou o metano dos estrumes, a sua utilização poderá contribuir para a limpeza da floresta e reduzir a intensidade de incêndios que assolam anualmente o país.

Biocombustíveis – podendo ser aplicável ao nível agrícola e industrial, o biodiesel provém de um composto de óleos alimentares que pode ser utilizado em motores a diesel, sendo produzido através de plantas ricas em óleo e de baixo preço, como a colza, palmeira e soja. Esta seria uma forma de rentabilizar a utilização dos terrenos agrícolas disponíveis. O Governo tem como meta conseguir que 10% do consumo de combustíveis pelos transportes públicos, seja deste tipo de energia, pretendendo ainda estimular a produção nacional quer agrícola quer industrial.

Nuclear – polémica quanto baste, os defensores desta fonte energética apresentam-na como uma fonte de energia barata e pouco poluente pois não recorre à combustão fóssil e por isso tem baixas emissões de dióxido de carbono, com grande potencial de produção em larga escala. A sua utilização permitirá, segundo aqueles, a redução do maior problema ambiental do planeta: o aquecimento global causado pelas emissões crescentes de dióxido de carbono. Alguns especialistas defendem no entanto que esta não é solução para o actual problema energético nacional uma vez que serve apenas para a produção de electricidade e não para a produção de calor ( na industria) nem para a utilização nos transportes, pelo menos nos anos mais próximos.
Em conclusão, nenhuma das fontes energéticas renováveis irá suprir, por si só, as necessidades totais do país. O que importa é prosseguir uma estratégia de integração daquelas, de forma complementar e optimizada, na rede eléctrica nacional.