Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sábado, maio 27, 2006

Escolaridade versus Produtividade

Tendo em referência os estudos e pesquisas em curso relativamente ainda ao tema educação, acrescento mais alguns dados que podem ajudar a provar a correlação entre educação, escolaridade e formação, e a produtividade.

Conclusões de estudos recentes afirmam que cerca de 75% dos portugueses não têm a formação necessária para participar nas tarefas de modernização do país. A OCDE revela que Portugal tem das taxas de escolaridade mais baixas da Europa a 25, sendo ultrapassado por quase todos os países do alargamento, Temos pois que qualificar cerca de 5 milhões de adultos para podermos ultrapassar o fosso que nos separa dos países mais desenvolvidos – Finlândia, Dinamarca e Holanda. Apenas 12% da população activa possui o ensino superior e dois terços dos trabalhadores não chegam sequer ao ensino secundário. Mais de metade dos alunos não concluiu a escolaridade obrigatória. Três em cada dez trabalhadores portugueses têm apenas o 1º ciclo do ensino básico, antiga escola primária. 6% da população não sabe ler nem escrever. Apenas 20% dos portugueses concluem a escolaridade obrigatória.

Há um outro factor extremamente relevante que reforça a importância da formação e qualificação na produtividade: Segundo um inquérito recente ao impacto das acções de formação profissional nas empresas, coordenado pela Direcção Geral de Estudos Estatísticos e Planeamento, quatro em cada cinco empresas que deram formação profissional aos seus funcionários, registaram uma melhoria da produtividade. Em todas elas se registou um aumento da capacidade produtiva, uma elevação da produtividade e da qualidade dos bens e serviços oferecidos, uma melhoria da competitividade, maior satisfação dos clientes e um aumento das exportações.

É, de todas as maneiras, inquestionável, que uma boa parte dos problemas do país reside na educação e formação. A correlação? Com este nível de escolaridade temos associada uma das mais baixas produtividades da União Europeia.

Recomendação entre muitas possíveis: Aproveitar as boas escolas de ensino técnico profissional existentes no país e estabelecer protocolos empresa-escola, de modo a elevar os conhecimentos técnicos dos trabalhadores das empresas. Os empresários e as empresas deverão fomentar, promover e por em prática cursos de formação profissional para os seus colaboradores em articulação com estas escolas – ensino nocturno pós-laboral- cursos trimestrais, semestrais ou anuais ou programas mais longos de 3 anos, de modo desenvolver competências nos trabalhadores das empresas e de igual forma nos próprios empresários. A palavra de ordem deverá ser: levar as pessoas à escola, reciclar, melhorar conhecimentos.

1 comentário:

Henrique Abreu disse...

Mario,

Gostaria de acrescentar ás tuas óptimas sugestões o facto de que existem excelentes academias de formação internas em diversas empresas em Portugal nomeamente por parte de algumas multinacionais.
Um protocolo envolvendo empresas, governo, universidades e escolas de formação profissional poderia tornar aceessível algum desse know-how a um maior número de formandos.