Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sexta-feira, março 31, 2006

Uma área que necessita de ser apostada com mais determinação por parte das universidades é a do empreendedorismo. Faz falta ao País e ás empresas. Esta, é uma temática que extravasa os limites da Universidade mas, é aqui que se deve começar a trabalhar o conceito. As Universidades não desenvolvem os seus alunos num conjunto de competências chave que lhes permitem encarar de uma forma mais inovadora e criativa o mercado de trabalho, ou seja um curso superior deveria criar valor nos alunos em termos de desenvolvimento do potencial e capacidade de trabalho e no apurar do espírito crítico para que os futuros trabalhadores aprendam a tomar decisões e iniciativas. Há que aproveitar todos esses factores e levar a que se dêem passos que de outra forma jamais seriam dados. Há que exercitar e estimular as mentes. No caso do empreendedorismo, não significa que todos os alunos tenham de criar uma empresa, mas podem e devem tornar-se pessoas mais empreendedoras. As Universidades, hoje em dia, para além do papel fundamental de ensinar e investigar devem também assumir o papel de incentivar e incutir esse espírito nos seus alunos.
Por outro lado, é importante que as empresas criem nas suas estruturas e propósitos corporativos um ambiente propício para o desenvolvimento e implementação destas NOVAS competências.
Para fazer a ponte ( faculdade-mundo laboral) de uma forma construtiva as empresas devem possibilitar ( durante os cursos) aos alunos, pequenos estágios ( blocos de 6 meses) , nos quais, devidamente acompanhados, os alunos poderão liderar pequenos projectos que estimulem precisamente o desenvolvimento destas competências.
Para isso, deveriam ser canalizados apoios e incentivos ( estatais e privados) e a função de uma vaga de estágio deverá ser a de permitir um primeiro contacto e experiência profissional relevante , e não a de “ encher chouriços” à custa de mão de obra “barata”.
Falamos tanto do desemprego entre os jovens licenciados mas, esse desemprego existe em parte, porque esses jovens não saem preparados das faculdades para assumir as tarefas profissionais que o mercado exige, e porquê? Porque as faculdades estiveram 4, 5 ou 6 anos a encher e a atafulhar os cérebros dos jovens com factos e fórmulas, em vez de os ensinar a pensar, a serem criativos, a desenvolverem a auto-estima e a interligar os conhecimentos teóricos com experiências práticas adquiridas em diversos períodos de estágios em empresas.
Estágios estes que poderiam estar inseridos no âmbito de, por exemplo, acordos celebrados entre entidades patronais e universidades, apoiadas pelo governo, fazendo parte do currículo universitário sem os quais os estudantes não poderiam obter a tão almejada licenciatura.

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