Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

segunda-feira, março 27, 2006

Adesão à CEE

Comemorou-se hoje em Bruxelas os 20 anos de adesão de Portugal e Espanha à CEE. Para isso o 1º Ministro Sócrates esteve presente na comemoração desta data. Agora o que julgo ser relevante e merecedor de partilha com todos vós são os números!

Em 20 anos Portugal recebeu da Europa 48 mil milhões de euros de fundos comunitários para o desenvolvimento. Imenso não nos parece? O equivalente a 1/3 do PIB nacional!
E a opinião quase generalizada é que este fundos foram demasiados e ineficientes. Para uns, uma vergonha, uma desgraça para outros, uma benção para tantos, um factor de desenvolvimento e uma ajuda inestimável para ainda outros tantos. Uma economia dependente de Bruxelas disseram alguns.

Arrisco a dizer que eram necessários, bem vindos e justos, mas mal aproveitados uma vez que não investimos o suficiente na formação, na educação e conhecimento, na formação profissional, social e humana. Não investimos o suficiente na preparação das empresas para a internacionalização nem tão pouco na investigação e inovação ao nível das novas tecnologias. E acima de tudo não se geriu de forma rigorosa todos estes fundos. E por isso falámos mal de nós, dos empresários, dos politicos, enfim... de todos nós portugueses.. como habitualmente.

Agora o caso Espanhol: os espanholitos receberam mais do dobro dos fundos destinados a Portugal. Exactamente 100 mil milhões de euros no mesmo período! O que dizer então deste facto? Mereceram mais do que Portugal? Justificaram mais do que Portugal? E quanto à sua utilização? foi melhor ou pior que a portuguesa? Claro que ouve boas e más utilizações e também desvio de utilizações para fins menos próprios. O que é certo, pelo menos para mim, é que nunca ouvi os espanholitos a dizer mal de si próprios, em especial a divulgar aos quatro ventos que os fundos europeus foram desbaratados para fins desadequados.

A questão de Espanha foi mais de estabilidade política (4 governos em 30 anos contra 23 ou 24 em Portugal).

E cá continuamos nós a dar tiros nos pés...


Mário Jesus

1 comentário:

Henrique Abreu disse...

Estimado Mario,
Li com atenção o teu artigo e,infelizmente, apontaste alguns dos aspectos criticos do nosso "des-desenvolvimento", não só em relação á Espanha, mas também em relação á Irlanda, que não tem a ver apenas com a lingua nem com a escassez de recursos naturais ou o tamanho do territótio , senão vejamos também o caso da Islândia.
Falta-nos uma visão de o que queremos vir a ser e de como o queremos atingir, em que prazos e com que medidas ,e um empenho total e decidido de toda sociedade Portuguesa no atingimento desses objectivos.
Nós no FRES estamos decididos a dar o nosso contributo para um Portigal COM Futuro.
Eu recuso-me a pertencer ao grupo dos eternos acomodados e "linguareiros" que com o esprito dos " velhos do restelo ", não perceberam ainda que a liderança não é um cargo nem advém de um "estatuto", mas sim o estado de espirito, a forma e a maneira de actuar, de pensar em todos as nossas actividades diárias independentemento das funções que desempenhamos e dos cargos que ocupamos.